Exame Logo

O seguro-desemprego faz mal para o empreendedorismo?

Poucos políticos estudaram como aumentar ou diminuir a disponibilidade de benefícios aos desempregados pode afetar os empreendedores dos seus países.

Dinheiro no bolso: programa francês de seguro-desemprego elevou o nível da atividade empreendedora (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 11h08.

São Paulo - Um estudo recente avalia o impacto da legislação francesa que garante o seguro-desemprego a novos empreendedores , e descobriu que esse programa elevou o nível da atividade empreendedora através da criação de novas empresas, apesar de o número de novas vagas de emprego ter permanecido o mesmo – uma vez que o número de novos postos de trabalho em empresas já existentes diminuiu durante o período do estudo.

Em 2002, políticos franceses aprovaram a lei que protege novos empreendedores da instabilidade financeira. Dez anos mais tarde, um grupo de pesquisadores avaliou os resultados dessa reforma, chamada PARE (em francês, Plan d’Aide au Retour a l’Emploi ou Plano de Ajuda de Retorno ao Emprego), que permitiu aos empreendedores manterem o direito ao seguro-desemprego por três anos após a falência de seus negócios.

Além disso, o empreendedor pode voltar a trabalhar e manter os benefícios, diminuindo a diferença entre a sua renda como um empreendedor e o seguro-desemprego que é garantido a ele.

O estudo indica que outros políticos podem se beneficiar com cinco lições da experiência francesa:

1. Como se desejava, novas companhias foram criadas em resposta à reforma: nas indústrias estudadas pelos autores, o aumento foi de aproximadamente 1.000 novas empresas por mês durante sete anos após a lei ser introduzida.

2. A maioria das novas empresas não tinha funcionários. Isso não é uma surpresa, levando-se em conta que o programa era direcionado a trabalhadores desempregados com pouco capital inicial.

3. Apesar de poucas startups terem funcionários inicialmente, no longo prazo elas criaram um número significativo de postos de trabalho. E não apenas isso: os novos empreendedores foram considerados mais ambiciosos que outros no que diz respeito a planos para contratar novos funcionários, contestando as expectativas de que o seguro-desemprego fosse piorar a qualidade dos empreendedores de startups.

4. As startups criadas em resposta à reforma tinham tantas chances de sobreviver quanto outras empresas semelhantes. Elas podem ter sido pequenas no começo, mas elas não tinham um potencial menor de criação de empregos.

5. Mas havia um contraponto: olhando o impacto total na criação de empregos, os autores descobriram que as vagas nas novas empresas desencorajaram novas contratações em outras pequenas empresas. Uma vez que as novas companhias contratavam mais, as empresas mais antigas contratavam menos. De modo geral, o aumento de vagas em novas empresas foi quase igual à diminuição das contratações nas empresas mais maduras.

O estudo original chamado “O Seguro-Desemprego pode Estimular a Atividade Empreendedora? Indícios da França” (Can Unemployment Insurance Spur Entrepreneurial Activity? Evidence from France) está disponível aqui, em inglês.

Texto publicado em Endeavor e gentilmente cedido pela Endeavor Insights.

Uma dose de inspiração sempre vai bem, não? Que tal sete? Esse ano o Day 1 estava especial: Jorge Paulo Lemann, Guga Kuerten, Flavio Augusto e outros gigantes nos deram a oportunidade de conhecer pedaços importantes e pouco contados de suas histórias. Se você ainda não viu, chegou a hora. Se já viu, dá o replay aí que os vídeos completos e em HD estão quentinhos. (Navegue pelas fotos acima para ver os vídeos)
  • 2. 1) Jorge Paulo Lemann: o que não se aprende em Harvard

    2 /9

  • Veja também

    Você talvez já tenha visto o vídeo “O que aprendi em Harvard“, palestra de Jorge Paulo Lemann organizada pela Fundação Estudar. Mas o que “não se aprende em nenhuma business school, só apanhando muito”, um dos fundadores da Endeavor no Brasil compartilhou no palco do Day 1. Veja os erros da trajetória de Lemann – spoiler: ele já até faliu - e como essas dificuldades o levaram a criar os grandes negócios e instituições que toca hoje.
  • 3. 2) Guga Kuerten: o brasileiro que desafiou os melhores

    3 /9

  • Day 1 é todo dia, já dizia o melhor tenista que nosso Brasil já teve. Guga descobriu seu lado empreendedor no desempenho de tarefas difíceis (derrotar campeões mundiais), tomadas de decisão sob pressão (“cada vez a bola vem diferente, são 300 hipóteses por segundo”), gestão de recursos (o que acontece quando o patrocínio cai?)… hoje, ele aplica isso tudo nas organizações que estão sob sua marca, e deixa reforçada a gratidão e admiração que tem por seus pais, Aldo e Alice, e seu treinador, Larri. Veja o depoimento cheio de emoção de Guga.
  • 4. 3) Vilmar e Aline Ferreira: o homem de aço com coração humilde

    4 /9

    Vilmar lutou muito. Saiu da pobreza na roça, trabalhou por menos do que merecia, teve vários negócios, até fundar um que desse certo. Tudo sem perder o entusiasmo, se provando um verdadeiro homem de aço. E foi nessa área que ele empreendeu e cresceu como líder de sua região. Mais tarde, sua filha, Aline, assumiu como CEO da Aço Cearense. No Day 1, ela compartilhou a dor que teve oportunidade de transformar em símbolo de sua força. Você não pode perder pai e filha inspiradores como eles.
  • 5. 4) Nelson Sirotsky: pediu demissão e virou presidente

    5 /9

    O filho do fundador do Grupo RBS não tem um Day 1, mas três. Tudo começou quando, aos 20 anos, ele foi impedido pelo pai de arriscar dentro da empresa e escreveu sua carta de demissão a ele. Com alguma negociação, Nelson retornou e conseguiu realizar o que pretendia – iniciativa que acabou sendo um divisor de águas para a empresa. Confira a montanha-russa que foi sua trajetória e como a RBS se tornou um dos maiores grupos de comunicação do país.
  • 6. 5) Daniel Wjuniski: ele queria emagrecer 10 quilos, acabou emagrecendo um milhão

    6 /9

    Como alguém emagrece um milhão de quilos? Daniel explica: “quando você realiza seu sonho, pode acabar realizando o de milhares de pessoas”. Seu negócio, o Minha Vida, se tornou o maior portal de saúde do Brasil. Junto veio o Dieta e Saúde, aplicativo que ajuda usuários a viverem melhor. E a ideia nem veio do fato do empreendedor ser um ex-gordinho, mas do diagnóstico que recebeu há alguns anos – Daniel queria saber mais sobre Doença de Crohn e não tinha onde buscar. Saiba mais sobre seu Day 1 e como ele está mudando vidas.
  • 7. 6) Flavio Augusto: “quando você vive o ‘nós’, seu ‘eu’ é recompensado”

    7 /9

    No início, tudo que Flavio queria era ter dinheiro para levar sua namorada ao cinema, então foi trabalhar em uma escola de inglês. Quando ela virou esposa, eles quiseram abrir a própria – foi quando surgiu a Wise Up. Daí em diante, o “nós” de Flavio Augusto só se ampliou e a vontade era de impactar mais gente. Duas das iniciativas para suprir essa necessidade, você deve conhecer, foram o Geração de Valor e o MeuSucesso.com. Conheça a história de Flavio Augusto em seu Day 1.
  • 8. 7) [Faixa Bônus!] Bate-bola entre Gustavo Kuerten e Jorge Paulo Lemann

    8 /9

    “Vibra na minha cabeça essa obrigação de trazer coisas boas ao meu país”, Guga disse a Lemann. “Eu poderia jogar em campeonatos de veterano, mas é a pior coisa, só tem velho reclamando do joelho”, disse Lemann a Guga. A conversa bem humorada e inspiradora entre os dois tenistas e empreendedores foi um dos pontos altos desse Day 1 e ainda contou com a história inédita de um encontro entre os dois e uma anta. Dá uma olhada!
  • 9. Se animou para abrir seu negócio? Veja como dar os primeiros passos

    9 /9(Thinkstock)

  • Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasEmpreendedoresEmpreendedorismoPequenas empresasSeguro-desemprego
    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de PME

    Mais na Exame