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O que uma startup precisa ter para alcançar o sucesso

Se você pensa em entrar para o ramo da inovação, veja o que sua startup deve ter

Startup: o primeiro aspecto que investidores-anjo e aceleradoras analisam é o seu time (Rawpixel Ltd/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Publicado em 19 de maio de 2015 às 06h08.

São Paulo - Muitos jovens empreendedores desejam transformar o mundo com uma ideia inovadora de negócio. E o momento é otimista para as startups no Brasil, principalmente comparando com um passado não muito distante. Essa é a opinião de três especialistas ouvidos por EXAME.com sobre como está o mercado para os projetos inovadores e o que uma startup deve fazer para obter sucesso .

Guilherme Junqueira, gerente-executivo da ABStartups, diz que as inovações não são mais tendência, e sim realidade. "Há três anos, tínhamos um ciclo de educação empreendedora. Depois, tivemos um ciclo de aposta com a chegada do investimento-anjo, tendência que existia nos Estados Unidos e na Europa e atraiu fundos brasileiros. O ciclo atual é de aproximação corporativa das startups. As grandes empresas, hoje, as enxergam como parceiras".

Para o gestor do programa Start-Up Brasil, Vitor Andrade, há uma mudança cultural muito evidente no Brasil. "Eu venho trabalhando com startups há oito anos e é visível a melhora nesse cenário para o empreendedor . Hoje, é um caminho possível, interessante e que o jovem quer fazer. Aquele que deseja empreender e o que já o faz têm uma estrutura de apoio muito mais diversa do que há alguns anos", afirma.

Já Cassio Spina, do Anjos do Brasil, enxerga positividade e necessidade: a força do empreendedorismo impulsiona a economia nacional. Mas os obstáculos ainda estão aí. "É um cenário bastante promissor, em vários aspectos, mas há muitos desafios a serem superados, como a capacitação dos empreendedores e também as barreiras regulatórias", diz.

Se você pensa em entrar para o ramo da inovação, veja o que sua startup deve ter para ser bem sucedida e atrair investidores:

1. Um excelente time

Para os três especialistas, o time é o primeiro item que um investidor-anjo ou uma aceleradora olham na hora de decidir selecionar uma startup. Segundo explica Andrade, ter uma boa equipe é sinal de que a startup pode se adaptar caso sua ideia inicial não emplaque. "Aquele que consegue ler o mercado, medir o que acontece e mudar tem chance de fazer sucesso", diz.

Ainda segundo o gestor, o empreeendedor deve envolver pessoas com competências complementares. Por exemplo, uma que entenda de TI, outra de negócios e outra que conheça o setor da startup. Junqueira completa o raciocínio e diz que "time não significa escolher necessariamente amigos, mas sim pessoas de alta performance. Sem time, ninguém chega a lugar nenhum".

Para Spina, essa capacitação não é só técnica, mas empreendedora. "Às vezes, a pessoa tem uma competência ótima em uma área, mas empreender vai além disso: é construir e desenvolver um negócio. A equipe toda deve ao menos ter noção do que é essencial para o negócio dar certo", afirma.

2. Resultados (mesmo sem muito recurso)

Ter o que mostrar para um possível investidor é algo muito valorizado e que tem relação com o seu time, já que a capacidade de execução depende dele.

"Quando o investidor conversa com o empreendedor e ele mostra que já conseguiu resultados, mesmo com pouco dinheiro, o investidor escolhe esse cara. A formação e a experiência são legais, mas o investidor quer saber o que você faz realmente", afirma Andrade. Spina completa o raciocínio. "Os investidores, além de olharem os empreendedores, veem quanto o negócio consegue crescer sem precisar de muito recurso".

3. Inovação

As startups são feitas, em sua maioria, por ideias. Mas os projetos que têm muito sucesso são aqueles cujas ideias são baseadas em problemas, diz Junqueira. "Esse é o principal indicador de sucesso da ideia: você tem uma demanda real. Quanto mais difícil é para você enxergar essa dor, mais inovador é o negócio".

Já Andrade destaca ter uma ideia com maturidade. "O empreendedor deve definir uma proposta de valor clara para o público-alvo, proposta essa que só vem com o conhecimento do setor", diz o gestor.

Segundo Spina, a startup tem que ter uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes, mesmo que não seja exatamente na ideia. "Pode ser um modelo de negócios diferenciado, um processo diferenciado, mas tem que ser uma inovação que gere valor significativo para os consumidor", afirma.

4. Mercado

Indo na linha do atendimento aos clientes, sua startup precisa avaliar se há mercado para o serviço oferecido. "Não adianta criar algo que não há demanda suficiente. O suficiente, claro, depende da sua métrica de sucesso, como o faturamento desejado. O mercado deve ser suficientemente grande para sua startup crescer como negócio", afirma Junqueira.

5. Contatos

Outro fator que pode impulsionar seu novo negócio é o apoio que ele já tem. Seja através de conselheiros, mentores e investidores, diz Spina. "Não só pelo capital financeiro, mas também pelo intelectual. Uma rede de contatos ajuda muito uma startup. Sua chance de ter sucesso cresce e o negócio se desenvolve de maneira ainda mais acelerada".

7 áreas que as startups podem explorar em 2015
Respondido por Fernando de la Riva, da Concrete Solution
É muito provável que o nosso cenário econômico para 2015 seja de estagflação, ou seja, baixo crescimento, inflação alta e, consequentemente, se o Banco Central continuar perseguindo alguma meta de inflação, juros altos.  Temos uma exaustão do modelo de crescimento baseado em crédito e consumo, com aumento do endividamento das famílias e alto preço da energia. Pode parecer uma má notícia a princípio, mas esse contexto forma um mar de oportunidades para os empreendedores , que devem sempre buscar dores a serem resolvidas, grandes mercados e margem. Com isso, seguem algumas áreas em que considero boas hipóteses para novas startups no Brasil. Navegue nas fotos acima para conferir as oportunidades. Veja nas fotos as 7 áreas que as startups podem explorar em 2015.
  • 2. 1. Educação

    2 /9(Gustavo Gargioni/Especial/Fotos Públicas)

  • Veja também

    Um dos pilares da nossa baixa produtividade, o setor de educação no Brasil é um problema antigo e, talvez, o mais importante. A má qualidade no nível mais básico causa a longo prazo uma grande escassez de desenvolvedores e engenheiros, por exemplo. Neste sentido, startups que considerem formas de aplicar a educação à distância móvel, adaptativa e “gamificada” têm uma dor bastante importante a ser resolvida, um mercado grande e margem. Grandes mercados têm a ver com grandes múltiplos e recorrência. Qualquer modelo de negócios que mire nas milhões de crianças que estão no ensino fundamental, por exemplo, atende estes dois quesitos. Um exemplo de problema que merece ser considerado pelas novas startups nesta área é a dificuldade que pais têm para achar escolas para seus filhos com menos de seis anos. O processo é complicado: os pais têm que visitar escolas, uma a uma, e avaliar diversas características e atividades, além de ter que se preocupar com vagas e processos seletivos. Startups que pensem em soluções para este problema e conectem mais facilmente as escolas aos pais, unificando o processo de inscrição de alunos na primeira escola, por exemplo, também podem ser uma boa aposta.
  • 3. 2. Saúde

    3 /9(Portra Images)

  • Outra ineficiência bastante relevante no Brasil, está na saúde. O mercado de planos de saúde, por exemplo, é “super regulado”, com problemas de margem e muitas vezes pautado por relações conflituosas com o cliente. Com o esvaziamento das agências reguladoras, é um ótimo campo para procurar ineficiência. Em setores como o de Telecom, esse problema gerou o conceito de MVNO (Mobile Virtual Network Operator); em serviços financeiros, gerou iniciativas como o BankSimple no exterior e agora o NuBank no Brasil. Uma estrutura leve e barata de bom atendimento pode funcionar bem “por cima” da estrutura de planos de saúde atual. A questão de marcação de consultas, exames e prontuários digitais também é outra área que merece atenção das startups de tecnologia. Iniciativas neste sentido ainda são poucas e pouco exploradas, cabem concorrência e novas ideias. Uma startup que ofereça a ideia de “fast health” ou clínicas particulares de baixo custo em locais de grande fluxo e estruturas de autoatendimento de baixo custo baseadas em web e mobile pode ter mercado.
  • 4. 3. Mercado imobiliário

    4 /9(Henrique Pinto/Creative Commons/Flickr)

    Vivemos um período de aumento da inadimplência, que cresceu 17,2% no último ano, e de endividamento das famílias brasileiras, que chegou a 63,4% no início de 2014 de acordo com a CNC. Segundo uma pesquisa recente, houve aumento de 40% no número de devoluções de imóveis comprados na planta. Neste contexto, pode ocorrer um processo de incapacidade das famílias de pagarem seus contratos de financiamento imobiliário. Alguém que facilite a reestruturação desses contratos e renegociação da dívida ou a revenda desses imóveis talvez esteja no lugar certo e na hora certa.
  • 5. 4. Mobilidade urbana

    5 /9(Jerome Favre/Bloomberg)

    Apesar do nosso recente ciclo de startups de tecnologia ter sido muito calcado em e-commerce, a dor desse tópico é enorme e já existem casos de sucesso de empreendedores no Brasil e fora do país. O Moovit conseguiu aumentar a eficiência dos transportes públicos por meio da sincronização, com o Waze já é possível andar melhor no trânsito de carro, o EasyTaxy ajudou a melhorar o mercado de táxis e o Uber reduziu drasticamente o tempo de cada “chamada”. Todas elas começaram a resolver o problema, mas ainda existe ineficiência a ser combatida e espaço para novas ideias.
  • 6. 5. Soluções hiperlocais

    6 /9(Getty Images)

    Qualquer modelo de negócio baseado em conectar pessoas tem um problema de contexto. O número excessivo de “matchs” no Tinder, por exemplo, pode ser tão ruim quando a falta deles. O processo de matching, puro e simples, baseado em raios de quilômetros, é muito ineficiente. Neste sentido, é possível disruptar esse mercado de seleção, encontros e relacionamentos restringindo nichos e criando redes especiais de pessoas que já estão fisicamente ligadas.
  • 7. 7. Big data, internet das coisas e impressão 3D

    7 /9(Divulgação)

    Existem áreas que já estão avançando em outros países, mas que ninguém ainda assumiu o controle aqui no Brasil. Vale a pena considerar essas novas tecnologias como forma de disruptar mercados e criar novas ideias para empreender. Ineficiências e carência de serviços de qualidade o Brasil tem. Cabe aos novos empreendedores as ideias para mudar esse conceito e evoluir.
  • 8. Agora, conheça negócios lucrativos

    8 /9(PhotoRack)

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