O erro de quem faliu é não querer ver
Muitos empreendedores quebrados acreditam que esse momento ruim é só uma fase - e não fazem nada para reerguer a empresa
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2011 às 05h00.
Vi, bem de perto, uma empresa quebrar. Era de um conhecido meu. Estava há dez anos no mercado e faturava 15 milhões de reais por ano, mas quase tudo isso vinha de um único cliente. Um dia, o contrato foi cancelado e a empresa quebrou. Ele ficou desesperado e sem amigos. Aqueles mesmos que passeavam em sua lancha, bebiam seu champanhe e comiam sua lagosta, para onde foram?
No lugar dele, muita gente teria entrado em depressão, pois, quando a crise é muito grande, a capacidade de raciocinar diminui e é difícil enxergar soluções. Ele, então, usou seu maior capital — o intelectual, talvez o único que não evapora com o dinheiro.
Para mim, capital intelectual é inteligência, experiência e conhecimento, aliados a força de vontade, perseverança e foco. Ele tinha tudo isso. Buscou forças, deixou o orgulho de lado e começou tudo de novo.
Na nova empresa, ele teve uma sensação estranha. Depois do tombo, meu amigo estava, claro, receoso de fracassar novamente. Por isso, cada degrau lhe parecia uma muralha. De todos os desafios, o maior foi aceitar a situação. Foi preciso cortar gastos em casa e explicar à família que, dali em diante, todos teriam de se conformar com uma vida mais simples.
Ele aprendeu, e muito. Aprendeu a ouvir. Aprendeu a recuar quando preciso. Aprendeu a se espelhar em pessoas comuns, que jamais imaginou ter por modelos. Até hoje ele está na batalha — não só a de recuperar o que perdeu, mas a de se tornar um empreendedor melhor do que antes.
Durante minha vida, tive a sorte de encontrar empreendedores que se deram bem e a quem pude fazer muitas perguntas para poder copiá-los. Mas minha maior fortuna mesmo foi sempre encontrar os que quebraram. Esses, sim, me ensinaram algo indispensável, mostrando, talvez sem perceber, os caminhos que eu não deveria jamais seguir.
Um deles: muitos pequenos e médios empresários em dificuldades cometem um erro terrível — acreditar que aquele momento ruim é passageiro. Julgando que é só uma fase, não fazem nada para se recuperar.
Já cometi esse erro. Após três anos de empresa, me encontrei sem um tostão. Achei que não era nada, que o dinheiro apareceria no dia seguinte. Tomei dívidas. Um dia, fui comprar uma caixinha de trufas de chocolate e dei um cheque de 14 reais. Ligaram-me da loja avisando que meu cheque tinha voltado, sem fundos.
Mandei reapresentar — certamente tinha sido erro do banco. Só quando o cheque voltou pela segunda vez é que me dei conta de que estava quebrado.
Agradeço àquela caixinha de trufas. Foi ela que me trouxe a consciência necessária para eu juntar forças e começar tudo de novo. Vendi meu carro lindo. Vendi minha tão amada moto. E aprendi algo fundamental: nada disso é meu; são todas coisas de propriedade de minha empresa, emprestadas para minha satisfação.
Por isso, se você passar por uma situação semelhante, busque sua caixinha de trufas e boa sorte em seu recomeço. Tenha certeza de que, independentemente de o caminho ser longo ou curto, há de ser proveitoso.
Vi, bem de perto, uma empresa quebrar. Era de um conhecido meu. Estava há dez anos no mercado e faturava 15 milhões de reais por ano, mas quase tudo isso vinha de um único cliente. Um dia, o contrato foi cancelado e a empresa quebrou. Ele ficou desesperado e sem amigos. Aqueles mesmos que passeavam em sua lancha, bebiam seu champanhe e comiam sua lagosta, para onde foram?
No lugar dele, muita gente teria entrado em depressão, pois, quando a crise é muito grande, a capacidade de raciocinar diminui e é difícil enxergar soluções. Ele, então, usou seu maior capital — o intelectual, talvez o único que não evapora com o dinheiro.
Para mim, capital intelectual é inteligência, experiência e conhecimento, aliados a força de vontade, perseverança e foco. Ele tinha tudo isso. Buscou forças, deixou o orgulho de lado e começou tudo de novo.
Na nova empresa, ele teve uma sensação estranha. Depois do tombo, meu amigo estava, claro, receoso de fracassar novamente. Por isso, cada degrau lhe parecia uma muralha. De todos os desafios, o maior foi aceitar a situação. Foi preciso cortar gastos em casa e explicar à família que, dali em diante, todos teriam de se conformar com uma vida mais simples.
Ele aprendeu, e muito. Aprendeu a ouvir. Aprendeu a recuar quando preciso. Aprendeu a se espelhar em pessoas comuns, que jamais imaginou ter por modelos. Até hoje ele está na batalha — não só a de recuperar o que perdeu, mas a de se tornar um empreendedor melhor do que antes.
Durante minha vida, tive a sorte de encontrar empreendedores que se deram bem e a quem pude fazer muitas perguntas para poder copiá-los. Mas minha maior fortuna mesmo foi sempre encontrar os que quebraram. Esses, sim, me ensinaram algo indispensável, mostrando, talvez sem perceber, os caminhos que eu não deveria jamais seguir.
Um deles: muitos pequenos e médios empresários em dificuldades cometem um erro terrível — acreditar que aquele momento ruim é passageiro. Julgando que é só uma fase, não fazem nada para se recuperar.
Já cometi esse erro. Após três anos de empresa, me encontrei sem um tostão. Achei que não era nada, que o dinheiro apareceria no dia seguinte. Tomei dívidas. Um dia, fui comprar uma caixinha de trufas de chocolate e dei um cheque de 14 reais. Ligaram-me da loja avisando que meu cheque tinha voltado, sem fundos.
Mandei reapresentar — certamente tinha sido erro do banco. Só quando o cheque voltou pela segunda vez é que me dei conta de que estava quebrado.
Agradeço àquela caixinha de trufas. Foi ela que me trouxe a consciência necessária para eu juntar forças e começar tudo de novo. Vendi meu carro lindo. Vendi minha tão amada moto. E aprendi algo fundamental: nada disso é meu; são todas coisas de propriedade de minha empresa, emprestadas para minha satisfação.
Por isso, se você passar por uma situação semelhante, busque sua caixinha de trufas e boa sorte em seu recomeço. Tenha certeza de que, independentemente de o caminho ser longo ou curto, há de ser proveitoso.