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Consultoria júnior vale a pena?

Apesar de cobrarem até 50% menos nos serviços de consultoria, as empresas em universidades não têm a experiência dos consultores profissionais

Na empresa júnior da ESPM, os projetos de consultoria podem custar até 12 mil reais (.)

Na empresa júnior da ESPM, os projetos de consultoria podem custar até 12 mil reais (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

São Paulo - As empresas feitas por alunos em universidades de todo o país oferecem diversos tipos de consultoria por preços bem mais em conta do que as empresas especializadas. Por outro lado, jovens estudantes ainda não têm a experiência de um consultor que atua na área. 

Para Alexandre Ribenboim, consultor em gestão e crescimento, o fato de não ser uma empresa com concorrentes como uma consultoria pode prejudicar os projetos. "Acho uma ideia ótima do ponto de vista dos alunos e da própria universidade. Mas, na hora de fazer um projeto, tem que verificar qual o tamanho do compromisso daquelas pessoas com o trabalho", explica.

Apesar disso, o preço mais baixo foi um dos motivos que levou a Maxitrans a procurar a empresa júnior da ESPM. "As empresas especializadas me cobrariam pelo menos o dobro", explica Roberto Alves, CEO da companhia. A Maxitrans presta serviços de transporte terrestre internacional e percebeu que para crescer precisava de um bom planejamento de marketing. "Sentimos essa necessidade para poder crescer e mostrar nosso trabalho para os potenciais clientes. Além disso, conhecemos melhor os concorrentes e o mercado", conta Alves. Depois do estudo concluído, a empresa ainda vai estudar se continua o projeto com a júnior ou busca uma consultoria especializada.

Na Universidade São Judas, em São Paulo, funciona desde 2002, o Laboratório Empresa. O órgão oferece apoio de gestão para pequenas empresas da região sem cobrar nada. Raul Fonseca Silva, um dos professores responsáveis, lembra que a intenção, mais do que fazer trabalhos complexos de consultoria, é de criar mercado de trabalho para absorver mão de obra, funcionando como uma ponte entre a empresa e a universidade. "Um grupo de alunos da graduação desenvolve projetos sempre com a supervisão dos professores", conta Silva.

Ribenboim lembra que, antes de escolher contratar uma empresa júnior é importante ver qual a complexidade do seu projeto e se ele cabe nessa empresa, o que não tem a ver com a capacidade intelectual, mas com o comprometimento. "Já conheci empresas em que o negócio não deu certo por que a empresa júnior se recusava a fazer coisas básicas, como deixar um contato de telefone pessoal para um emergência", conta o consultor.

Mesmo assim, Assis Fortes, proprietário da empresa All-Green, apostou na empresa da FEI na hora de estudar a viabilidade tecnológica e comercial de patentes de um novo equipamento. "Seis protótipos serão entregues no final do mês, entre eles, um sensor que ativa a luz de freios dos veículos antes mesmo que o motorista pise no pedal", explica Tabata Belomo, diretora da empresa júnior. A FEI atende projetos relacionados a engenharia, ciências da computação e administração. A cobrança é feita por hora, 50 reais para o professor e outros 8 reais para o estagiário. O tempo de execução de um projeto varia de 1 a 12 meses.

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