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Não há startup de sucesso da noite para o dia, diz Bel Pesce

A brasileira que empreende no Vale do Silício fala sobre o peso de errar e diz que não se considera bem sucedida ainda

Bel Pesce (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2013 às 10h12.

São Paulo – Bel Pesce ficou conhecida por passar no processo seletivo do MIT, trabalhar no Google e virar empreendedora no Vale do Silício, na Califórnia. Tudo isso antes dos 25 anos. Hoje, Bel faz parte do time da startup Lemon, que quer ser uma réplica digital da carteira, e contou sua experiência no e-book gratuito “A Menina do Vale”. "A ideia é começar pouco a pouco a mostrar que há benefícios em tirar as coisas da carteira e colocar no telefone", conta.

Com pouco mais de um ano, a empresa soma dois milhões de usuários. "É uma startup, então estamos todo dia morrendo para tentar crescer mais e ver o que a galera gosta. O app é gratuito, mas algumas funcionalidades são pagas", diz.

Para muitos, ela é o exemplo de sucesso. A empreendedora nega o posto. “Nem acho que sou bem sucedida ainda, tem muita coisa a fazer”, diz. Em entrevista a EXAME.com, a jovem fala sobre seu negócio, a importância e o peso de errar e quem são seus ídolos no empreendedorismo .

EXAME.com – Você está nos Estados Unidos há mais de cinco anos. Qual foi a principal lição que tirou dos empreendedores daí?
Bel Pesce - Como tem muito empreendedor aqui, o risco é visto de outra forma. O erro é mais aceitável. Se a pessoa tem seis empresas e todas deram errado, ele é um empreendedor experiente, e não um perdedor. O Vale já viu muitas empresas darem errada e entende o tamanho do risco que é empreender. Eu acho também que as pessoas crescem ouvindo histórias de empreendedores e o jovem cresce pensando em empreender como uma opção de carreira. Nunca aprendi empreendedorismo no Brasil. Aprendi física e química, mas não a empreender.

EXAME.com – E quais são as coisas ruins?
Bel Pesce -
Têm duas coisas peculiares. Aqui é o lugar mais competitivo do mundo. É o mais difícil para ser bem sucedido. O talento aqui é absurdo e a competição também. Mas, se der certo no Vale, pode dar em qualquer lugar do mundo. Além disso, você está cercado de empreendedores. Os problemas que você escuta é de empreendedores, e não reais do mundo. Tem muitas empresas tentando resolver problemas inúteis para o resto do mundo. A maioria é problema só de empreendedores.

EXAME.com – Qual a sua dica para quem também é jovem e quer empreender?
Bel Pesce -
A primeira é não desistir. Faz parte de empreender dar errado. De Bill Gates a Steve Jobs, todo mundo dá errado. Uma coisa interessante é não ter medo de pensar muito grande e de executar um pouquinho a cada dia. As histórias de sucesso da noite para o dia não são reais. Não é assim que funciona.


EXAME.com – Mas muita gente vê a sua trajetória assim, como um sucesso repentino.
Bel Pesce -
Treze empresas que eu fiz que deram errado. A gente tende a ver os vencedores e a querer contar essas histórias. Nem acho que sou bem sucedida ainda. A Lemon ainda não deu certo. Quando você está começando alguma coisa não existe resposta. Ao invés de querer fazer acontecer rápido, não tem problema em aprender com os potenciais usuários. O que vale é a empolgação e fazer com propósito.

EXAME.com – Quais são as dificuldades de ser brasileira nos Estados Unidos?
Bel Pesce -
Ser brasileira é muito bom. O Brasil é muito amado. É positivo falar que é brasileiro, todo mundo está interessado e assunto não falta. A maior dificuldade são as decisões de todo dia. É muito incerto. O maior erro da startup é criar algo que ninguém quer e o nosso grande desafio é pensar um produto que as pessoas queiram.

EXAME.com – O que falta ao Brasil para parecer com o Vale do Silício, na sua opinião?
Bel Pesce - Legislação é algo extremamente importante. As leis trabalhistas são antigas e não foram feitas para ajudar os empreendedores. Não é para prejudicar o funcionário, mas uma startup não sabe se vai existir no mês que vem. Faltam também leis que ajudem a abrir e fechar empresa rápido. Além disso, precisa de informação para ajudar o novo empreendedor. O empresário mais antigo tem que estar disponível para ser mentor dos novos empreendedores.

EXAME.com – Quem são seus ídolos no empreendedorismo?
Bel Pesce -
Um grande exemplo é o Richard Branson, da Virgin. Eu acho que ele é genial. O cara é doido, visionário e está se divertindo com o que faz. Admiro muito o Silvio Santos. Acho uma história legal e admirável. Mas o Brasil precisa de mais histórias de cases digitais.

EXAME.com – Você planeja voltar ao Brasil?
Bel Pesce - Eu quero muito voltar, com sugestões que podem melhorar. Não quero voltar reclamando, mas voltar com melhorias. Estou aprendendo aqui para voltar com ideias melhores.

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São Paulo – Bel Pesce ficou conhecida por passar no processo seletivo do MIT, trabalhar no Google e virar empreendedora no Vale do Silício, na Califórnia. Tudo isso antes dos 25 anos. Hoje, Bel faz parte do time da startup Lemon, que quer ser uma réplica digital da carteira, e contou sua experiência no e-book gratuito “A Menina do Vale”. "A ideia é começar pouco a pouco a mostrar que há benefícios em tirar as coisas da carteira e colocar no telefone", conta.

Com pouco mais de um ano, a empresa soma dois milhões de usuários. "É uma startup, então estamos todo dia morrendo para tentar crescer mais e ver o que a galera gosta. O app é gratuito, mas algumas funcionalidades são pagas", diz.

Para muitos, ela é o exemplo de sucesso. A empreendedora nega o posto. “Nem acho que sou bem sucedida ainda, tem muita coisa a fazer”, diz. Em entrevista a EXAME.com, a jovem fala sobre seu negócio, a importância e o peso de errar e quem são seus ídolos no empreendedorismo .

EXAME.com – Você está nos Estados Unidos há mais de cinco anos. Qual foi a principal lição que tirou dos empreendedores daí?
Bel Pesce - Como tem muito empreendedor aqui, o risco é visto de outra forma. O erro é mais aceitável. Se a pessoa tem seis empresas e todas deram errado, ele é um empreendedor experiente, e não um perdedor. O Vale já viu muitas empresas darem errada e entende o tamanho do risco que é empreender. Eu acho também que as pessoas crescem ouvindo histórias de empreendedores e o jovem cresce pensando em empreender como uma opção de carreira. Nunca aprendi empreendedorismo no Brasil. Aprendi física e química, mas não a empreender.

EXAME.com – E quais são as coisas ruins?
Bel Pesce -
Têm duas coisas peculiares. Aqui é o lugar mais competitivo do mundo. É o mais difícil para ser bem sucedido. O talento aqui é absurdo e a competição também. Mas, se der certo no Vale, pode dar em qualquer lugar do mundo. Além disso, você está cercado de empreendedores. Os problemas que você escuta é de empreendedores, e não reais do mundo. Tem muitas empresas tentando resolver problemas inúteis para o resto do mundo. A maioria é problema só de empreendedores.

EXAME.com – Qual a sua dica para quem também é jovem e quer empreender?
Bel Pesce -
A primeira é não desistir. Faz parte de empreender dar errado. De Bill Gates a Steve Jobs, todo mundo dá errado. Uma coisa interessante é não ter medo de pensar muito grande e de executar um pouquinho a cada dia. As histórias de sucesso da noite para o dia não são reais. Não é assim que funciona.


EXAME.com – Mas muita gente vê a sua trajetória assim, como um sucesso repentino.
Bel Pesce -
Treze empresas que eu fiz que deram errado. A gente tende a ver os vencedores e a querer contar essas histórias. Nem acho que sou bem sucedida ainda. A Lemon ainda não deu certo. Quando você está começando alguma coisa não existe resposta. Ao invés de querer fazer acontecer rápido, não tem problema em aprender com os potenciais usuários. O que vale é a empolgação e fazer com propósito.

EXAME.com – Quais são as dificuldades de ser brasileira nos Estados Unidos?
Bel Pesce -
Ser brasileira é muito bom. O Brasil é muito amado. É positivo falar que é brasileiro, todo mundo está interessado e assunto não falta. A maior dificuldade são as decisões de todo dia. É muito incerto. O maior erro da startup é criar algo que ninguém quer e o nosso grande desafio é pensar um produto que as pessoas queiram.

EXAME.com – O que falta ao Brasil para parecer com o Vale do Silício, na sua opinião?
Bel Pesce - Legislação é algo extremamente importante. As leis trabalhistas são antigas e não foram feitas para ajudar os empreendedores. Não é para prejudicar o funcionário, mas uma startup não sabe se vai existir no mês que vem. Faltam também leis que ajudem a abrir e fechar empresa rápido. Além disso, precisa de informação para ajudar o novo empreendedor. O empresário mais antigo tem que estar disponível para ser mentor dos novos empreendedores.

EXAME.com – Quem são seus ídolos no empreendedorismo?
Bel Pesce -
Um grande exemplo é o Richard Branson, da Virgin. Eu acho que ele é genial. O cara é doido, visionário e está se divertindo com o que faz. Admiro muito o Silvio Santos. Acho uma história legal e admirável. Mas o Brasil precisa de mais histórias de cases digitais.

EXAME.com – Você planeja voltar ao Brasil?
Bel Pesce - Eu quero muito voltar, com sugestões que podem melhorar. Não quero voltar reclamando, mas voltar com melhorias. Estou aprendendo aqui para voltar com ideias melhores.

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