McDonald’s é rede de franquias que mais fatura no Brasil
O faturamento do setor de franquias triplicou desde 2001, segundo ABF; O Boticário é a primeira em quantidade de lojas
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 13h18.
São Paulo – A Associação Brasileira de Franquias divulgou hoje o balanço do setor em 2010. A rede que mais faturou no ano passado foi o McDonald’s. Em número de unidades, o topo da lista é ocupado pelo O Boticário.
O setor de franquias teve um crescimento de 20,4% no faturamento em 2010 na comparação com 2009, de acordo com a Associação Brasileira de Franquias (ABF) e conforme havia sido antecipado porEXAME.com .
As maiores
O ranking de quantidade de lojas da ABF teve poucas modificações em relação aos outros anos. O Boticário ainda é a maior rede, com 3134 unidades. Em seguida, Kumon, Colchões Ortobom, McDonald’s e L’Acqua di Fiori compõem o topo da lista.
Quando o assunto é faturamento, as marcas trocam posições. A franquia que mais fatura no Brasil é a da rede de fast-food americana McDonald’s. Apesar de ter sido ultrapassada pelo Subway nos Estados Unidos, por aqui a rede se mantém na frente em unidades e faturamento.
O Boticário, Dia, Bob’s e Habib’s ocupam, respectivamente, as próximas posições no ranking. Por uma questão de confidencialidade, a ABF não revelou os valores em reais.
Em crescimento, as redes mais novas tiveram o melhor desempenho. A Igui, que vende piscinas, mais que dobrou sua operação. Outros destaques foram a Poderoso Timão, a D´Pil, a Casa do Sorvete Jundiá e a Pink Biju.
76 bilhões de reais
Em valores, o setor faturou R$ 75,987 bilhões no ano passado. “Nós tínhamos previsto um crescimento tímido de 15% no começo do ano”, conta o diretor executivo da Associação Brasileira de Franquias (ABF), Ricardo Camargo.
Segundo ele, o crescimento do setor está diretamente relacionado ao desempenho da economia brasileira. “Quando o Brasil vai economicamente bem, as franquias pegam carona”, diz.
Além disso, as franquias também faturaram com a classe C, tanto na venda de novas unidades quanto no consumo. “A classe C tem se sobressaído com um poder de consumo muito forte”, explica. As microfranquias, com investimento de até 50 mil reais, chegaram a mais de 50 redes. “Um crescimento impressionante nos últimos dois anos”, afirma.
Comida cresce mais
A área de alimentação foi, mais uma vez, a que mais cresceu, com 39,9% de aumento no faturamento. “Os números contrariam quem diz que o setor está saturado e não cabem novas unidades”, opina Camargo. Novas redes, como as de frozen yogurt, impulsionaram esse resultado.
Os maiores crescimentos, depois das redes de alimentação, foram em acessórios pessoais e calçados, vestuário, móveis, decoração e presentes, esporte, saúde, beleza e lazer e hotelaria e turismo.
Em participação no faturamento total do setor, negócios e serviços (que inclui lojas de conveniência, pet shops, livrarias e supermercados) representa 27,6% dos quase R$ 76 bilhões. Em seguida, alimentação (20,1%), esporte, saúde, beleza e lazer (15,6%) e vestuário (8,7%) são as áreas mais representativas.
Menos unidades abertas
O único indicador que ficou abaixo do esperado foi o de abertura de novas unidades. O valor estratosférico de alguns pontos comerciai, principalmente em shoppings, é apontado como o inibidor do crescimento das redes. “A questão imobiliária preocupa porque retrai a abertura de novos pontos. Em shoppings, os preços chegam a ser abusivos”, diz Camargo.
Por outro lado, o interesse de bancos de investimento em redes já consolidada aquece o setor e acelera o crescimento, tanto em lojas quanto em faturamento. Além disso, mais e mais marcas surgem como franquias. Em 2010, foram criadas 212 novas redes franqueadoras no mercado.
Nordeste e interior se destacam
São Paulo continua sendo campeão quando o assunto é redes franqueadoras e total de unidades. “O estado está aos poucos diminuindo. Um dos mais aquecidos hoje é o Rio de Janeiro”, justifica. Os eventos dos próximos 5 anos devem impulsionar o mercado carioca, que abriga 12,2% das franquias do país.
O destaque fica para o Nordeste. Meta de muitas redes, a região começa a despontar com o crescimento principalmente de Pernambuco e da Bahia. “As marcas estão começando a ver mais oportunidades no interior dos estados e no Nordeste”, explica.
Para 2011
As expectativas da ABF continuam positivas para este ano. “A gente pretende crescer 15% em faturamento e criar 62 mil empregos diretos”, diz o executivo da associação.
Além disso, foi mantido para 2011 o mesmo crescimento em números de unidades que devem ser abertas e de novas redes que devem surgir. Para ambos, espera-se um aumento de 8% em relação a 2010.