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Lojistas pagam até 56% menos para usar cartão de crédito

Compartilhamento dos terminais leva ainda a queda de 40% no valor do aluguel do aparelho, diz estudo do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte

Pesquisa mapeia impacto da mudança que liberou o uso pelo empresário de uma mesma máquina para todas as bandeiras de cartão de crédito (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 14h54.

Brasília - Idolindo José de Oliveira, proprietário de duas pequenas farmácias de homeopatia e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Sete Lagoas (MG), negociou com as credenciadoras de cartão de crédito e viu seus custos diminuírem. Ele conta que antes trabalhava com quatro maquinetas. Hoje, usa apenas duas: uma na matriz e outra na filial.

O empresário mineiro pode ser comparado a um dos 300 entrevistados da Sondagem feita no período de 12 a 18 de agosto deste ano, pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte, que constatou até 56% de redução no custo da tarifa do cartão de crédito. A sondagem revelou também que 76,5% dos entrevistados negociaram até 40% de queda no valor do aluguel do POS – terminal que faz a leitura dos cartões.

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“A administradora entrou em contato com minha esposa e ofereceu redução da taxa do POS, que custava mais de R$ 80 e caiu para R$ 39,60. Fechamos um contrato de seis meses. Com a outra administradora, já pagávamos R$ 42”, disse Idolindo. A Sondagem de Opinião do Sindilojas ouviu empresários de todos os ramos do comércio ligadas à entidade. A margem de erro é de 5% e intervalo de confiança de 95%.

A pesquisa foi feita quase um mês após mudança que liberou o uso pelo empresário de uma mesma máquina para todas as bandeiras de cartão de crédito. Além de por fim ao cartel no setor, a medida favoreceu a competitividade dos pequenos negócios, impulsionou o uso desse tipo de dinheiro e tem aliviado o bolso dos empresários do comércio lojista.

A coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio de Minas Gerais e coordenadora da sondagem, Silvania Araújo, constatou o intenso uso pelos lojistas de uma única máquina para passar todos os cartões, independente da bandeira adotada. Isso porque 74,4% dos entrevistados pretendem trabalhar com uma única máquina em seu estabelecimento.

Silvania observou também que parte dos empresários permanece resistente às mudanças. “Há quatro meses das mudanças no setor de cartões de crédito é visível a resistência cultural dos empresários frente à tecnologia. Muitos se mostram receosos de trabalhar com uma maquineta. Eles temem que um equipamento não comporte muitas transações”, ressaltou. Para ela, o período do Natal será um bom termômetro para avaliar essa questão. “Sendo positivo o resultado, a propaganda boca a boca entre os empresários irá consolidar sua relação com as credenciadoras”.

Negociação e diferencial

Dos empresários ouvidos, 61,3% afirmaram já terem negociado com alguma credenciadora. Dos 38,7% que ainda não buscaram nenhum tipo de negociação, 52,3% estão analisando propostas; e 18,6% se mostraram receosos e pretendem esperar um pouco mais. Os demais justificaram: não receberam nenhuma proposta das credenciadoras; não conseguem ser atendidos por elas; estão com alguma pendência financeira; ou ainda permanecem achando que o custo das tarifas está alto.

Ao optar por uma credenciadora, 36,8% dos empresários disseram que o valor cobrado pelo POS será diferencial para a escolha. Considerando-se que cada um desses terminais representa um custo mensal em torno de R$ 120 (só de aluguel, exceto taxas sobre vendas e pagamento da linha telefônica), a soma representava em muitos casos várias vezes o que era pago em impostos por empreendimentos enquadrados no regime especial do Simples Nacional.

São três as credenciadoras de cartões: Redecard, Cielo e GetNet que passam, agora, a disputar o máximo de bandeiras, desde as conhecidas internacionalmente como Mastercard e Visa, assim como uma grande variedade de bandeiras regionais. Essa concorrência repercutirá nos custos operacionais do comércio e nos preços que os consumidores pagam por bens e serviços.

As medidas que resultaram no fim do cartel dos cartões de crédito foram implementadas a partir de em julho deste ano. Atualmente, cerca de 1,2 milhão de empresas de todos os portes utilizam cartões em suas vendas. Considerando-se que o universo de micro e pequenas empresas formais é de 5,8 milhões e que elas representam 99% do total de empreendimentos do País, tem-se uma ideia do potencial desse mercado.

O compartilhamento dos terminais de cartões de crédito vem sendo defendido pelo Sebrae fortemente desde 2004, por meio de articulação consistente com o Banco Central, empresas credenciadoras e administradoras das mais diversas bandeiras, inclusive regionais.

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