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Loja gera créditos para mães que levem roupas de bebês usadas

O administrador de empresas Flávio Thenório, 34 anos, resolveu apostar em um conceito americano e já tem três lojas próprias no ABC, em São Paulo

O administrador Flávio Thenório, 34 anos, na loja da Arena Baby em Santo André: próximo passo é crescer por meio de franquias (Arena Baby/Divulgação)

O administrador Flávio Thenório, 34 anos, na loja da Arena Baby em Santo André: próximo passo é crescer por meio de franquias (Arena Baby/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 18 de junho de 2017 às 07h00.

Última atualização em 18 de junho de 2017 às 12h10.

São Paulo - O administrador de empresas Flávio Thenório, 34 anos, teve de pensar rápido em uma ideia de negócio que conseguisse pagar uma dívida de 250 mil reais, criada quando ele ajudou seu padrasto a gerenciar uma loja de ferramentas. "Quis expandir rápido tomando empréstimos  e me dei mal".

Em visitas aos Estados Unidos (seu padrasto é americano naturalizado), viu que o conceito de produtos seminovos no varejo era muito mais difundido lá do que no Brasil. Resolveu arriscar. "Precisava de um nicho. Como havia acabado de me tornar pai, pensei no de roupas e acessórios para bebês".

Inaugurou a Arena Baby em 2015 junto com a sua irmã, em uma sobreloja de 33 metros quadrados em Santo André, na região do ABC, em São Paulo. "Já tinha uma loja virtual que revendia produtos para bebês. Mas pensei no que poderia fazer de diferente. Resolvi juntar roupas novas, que já vendia online, com roupas usadas. Comecei com apenas 50 peças nas araras e inclui roupas usadas pelo meu filho".

Para alimentar o estoque de roupas seminovas, lançou um sistema de avaliação de peças. Cada cliente que trouxesse no mínimo 20 peças poderia ganhar créditos ao realizar compras nas lojas, desde que as peças estivessem bem conservadas. Peças que são rejeitadas podem ser doadas para o Exército da Salvação, parceiro do negócio.

O boca a boca das mães começou a fazer o negócio crescer, atraídas pelas peças seminovas disponíveis na loja, com desconto que varia de 40% a 70% em relação às peças novas de fábrica. Da pequena sala passaram a ocupar todo o andar até que inauguraram a primeira loja da marca no andar de baixo, em um espaço de 180 metros quadrados.

Para se afastar do conceito de brechó, Flávio investiu na organização da loja. "Apostamos na limpeza, atendimento e cara de loja nova como diferencial. Sem querer, a crise ajudou: vimos que as pessoas buscaram economizar ainda mais na compra de produtos e isso nos beneficiou".  Ele também cita que o conceito de consumo sustentável, cada vez mais difundido, também ajuda o negócio a crescer.

A Arena Baby cresce paralelamente a diversos sites de revenda de produtos usados para o segmento, e até mesmo grupos criados em redes sociais que têm como foco a troca ou venda direta dos produtos de mãe para mãe. Flávio não acredita que sejam uma ameaça ao negócio. "Nosso diferencial é a praticidade de levar os produtos e comprar outros em um só lugar. O tempo é cada vez mais precioso para os clientes".

Em seis meses, a loja passou a faturar 60 mil por mês, em média. Flávio resolveu abrir mais duas, em cidades vizinhas, e contratar uma consultoria de franquias. Irá abrir a primeira em Maceió, ainda neste ano. "Acredito que à medida que os clientes vão conhecendo o negócio eles são fidelizados. Não é um negócio passageiro, mas, sim, de longo prazo".

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