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J.P. Morgan ajuda fintech brasileira FitBank a entrar nos EUA e México

Em julho, o FitBank se tornou a primeira fintech da América Latina a receber um investimento do banco americano

Otavio Farah, presidente e fundador do FitBank: a empresa de infraestrutura de pagamentos foi criada em 2015 pelos sócios Otavio Farah, Mauricio Zaragoza e Rener Menezes (FitBank/Divulgação)

Otavio Farah, presidente e fundador do FitBank: a empresa de infraestrutura de pagamentos foi criada em 2015 pelos sócios Otavio Farah, Mauricio Zaragoza e Rener Menezes (FitBank/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 11h00.

O FitBank Pagamentos Eletronicos, uma fintech brasileira que atraiu investimento do JPMorgan Chase, planeja abrir um escritório nos EUA no primeiro semestre de 2021. A empresa de serviços de pagamento, que tem mais de 100 clientes no Brasil, também espera iniciar operações no México, Peru e Colômbia no próximo ano, de acordo com seu presidente, Otavio Farah.

A tecnologia de serviços de pagamento “não varia muito de país para país”, disse Farah em uma entrevista virtual do escritório do FitBank em São Paulo. “Podemos realmente nos tornar globais, mas primeiro estamos priorizando as nações onde já temos demanda dos clientes.”

As fintechs brasileiras estão crescendo fora do Brasil e desafiando o sistema financeiro altamente concentrado da América Latina. Em um exemplo, o Nubank, uma empresa de sete anos que se tornou o maior banco digital independente do mundo, comprou a empresa de consultoria de software Cognitect, de Durham, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, em julho, após lançar cartões de crédito no México em março.

O FitBank que tem como clientes bancos, empresas de tecnologia financeira e empresas não-financeiras está se associando ao JPMorgan para se tornar global. O banco com sede em Nova York disse em julho que comprou uma participação minoritária na fintech por meio de sua unidade de investimento estratégico, dando a Renata Vilanova Lobo, chefe de pagamentos de atacado do JPMorgan para o Brasil, um assento no conselho. O FitBank também fornece serviços para o banco americano no Brasil, que Farah preferiu não especificar.

Entre outros investidores no conselho do FitBank estão Marcelo Maisonnave, fundador da XP, que deixou a corretora em 2014, e Alejandro Vollbrechthausen, ex-presidente do Goldman Sachs Group para o Brasil.

O FitBank foi fundado em 2015, quando inovações como computação em nuvem e smartphones já estavam bem estabelecidas, então não teve de superar legados para ajustar seus sistemas às novas realidades, disse Farah. A plataforma aberta do FitBank é capaz de controlar e analisar com segurança os fluxos de pagamento, identificando e corrigindo problemas rapidamente e reduzindo a necessidade de muitos trabalhos de back office, disse ele.

O total de transações realizadas pela empresa por mês dobrou para cerca de R$ 1 bilhão, de R$ 500 milhões pouco antes do início da pandemia de covid-19, de acordo com Farah.

O Banco Central do Brasil tem tentado alimentar a concorrência, estimulando bancos e fintechs a compartilhar informações de clientes e produtos por meio de uma plataforma de “open banking''. Também criou o Pix, uma plataforma aberta de pagamentos instantâneos. Farah diz que ambas as mudanças irão gerar mais negócios para o FitBank, que vem expandindo sua equipe.

“Foi muito desafiador, porque tive que usar reuniões virtuais para contratar 25 pessoas que eu não conhecia e enviar para suas casas um computador de R$ 5.000”, disse Farah, acrescentando que a empresa planeja aumentar sua força de trabalho de 150 pessoas para cerca de 200 pessoas até o final do ano.

Farah disse que agora está de volta ao trabalho no escritório e tem convidado os funcionários para se juntar a ele. Isso ajudará a criar uma cultura empresarial e a promover interações casuais que estimulem a criatividade, disse ele.

“Não acho que o escritório em casa seja nosso futuro”, disse ele, acrescentando que, por enquanto, ele está deixando a escolha para seus funcionários.

 

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