iPhone abre mercado para nova rede de franquias
Quiosques da iPhone Solution, que fornece serviços e acessórios para o aparelho, faturam R$ 60 mil por mês
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 10h49.
São Paulo - Em Junho de 2007, centenas de consumidores ávidos se amontoavam em filas quilométricas nas portas das lojas Apple nos Estados Unidos com um único objetivo: colocar as mãos em um dos gadgets mais desejados de todos os tempos, o iPhone.
Levaria mais de um ano para que o aparelho fosse lançado oficialmente no Brasil, mas em poucos dias um seleto grupo de brasileiros já tinha os seus exemplares em mãos. Leonardo Caetano, então diretor de arte e dono da uma agência de comunicação, era um deste sortudos.
Mas ter acesso ao badalado celular era só uma parte do problema. O verdadeiro desafio era fazê-lo funcionar. O aparelho da Apple vinha configurado para funcionar estritamente na rede da operadora norte-americana AT&T. Antes que as soluções de desbloqueio do aparelho por software aparecessem na internet, era preciso abrir o aparelho e fazer uma arriscada operação de alteração no hardware para que ele pudesse funcionar nas redes das operadoras brasileiras. Caetano que não tem formação em tecnologia, mas tinha alguns conhecimentos na área arriscou e deu certo, muito certo.
Comecei a fazer para os amigos, para os amigos dos amigos e de repente, em cerca de um mês, eu já estava desbloqueando 10 aparelhos por dia, ele recorda. Em muito pouco tempo, o negócio de desbloqueio de iPhone se tornava mais lucrativo que a agência de comunicação e nascia a iPhone Solution .
Com sede em São Paulo, a empresa com pouco mais de três anos de vida já atendeu mais de 30 mil clientes e conta com um time de 35 funcionários, incluindo técnicos especializados que prestam serviços variados a usuários de aparelhos, desde o desbloqueio até atualização de software, passando por manutenção e troca de peças.
Embora a prestação de serviço ainda seja o carro-chefe da empresa, respondendo por 70% do faturamento, a iPhone Solution logo partiu para a venda de acessórios como forma de diversificar o seu portfólio. Sempre me interessei pelo varejo e a ideia de levar a marca por esse caminho foi sempre pensando que se o aparelho barateasse e a demanda diminuísse precisaríamos de um plano B, explica Caetano. Mas na verdade o movimento de serviços só cresceu, ele acrescenta.
No Brasil, ao contrário de outros países, como os Estados Unidos, a oferta de manutenção e suporte e até mesmo o desbloqueio do aparelho por empresas não vinculadas à Apple é perfeitamente legal, com uma ressalva importante: o usuário que opta pelos serviços pode perder a garantia da fabricante.
A iPhone Solution recebe em média 50 aparelhos por dia em sua sede para a prestação de serviços, porém o acervo de produtos continuou a crescer hoje a loja oferece mais de mil itens diferentes aos clientes e a venda de acessórios não só representa uma importante fatia do negócio como passou a ser o alicerce para a estratégia de expansão da marca via franquias, que começa neste ano.
Queremos nos posicionar como uma butique de acessórios Apple, detalha Caetano. A empresa testou o modelo em um quiosque piloto, que está em funcionamento há um ano no shopping Center 3. A loja fatura em média 60 mil reais mensais, sendo 70% provenientes da venda de acessórios.
Além de fornecer os produtos para abastecer o ponto de venda, a matriz recolhe todos os dias os aparelhos deixados no quiosque para prestação de serviço, executa as operações necessárias e os devolve ao final do dia. Este nicho garante os outros 30% de faturamento do quiosque.
Diante do sucesso do piloto, a iPhone Solution contratou a franqueadora Dubnet, que já trabalhou com marcas como Chilli Beans, Oi e Poko Pano, para ajudá-la no processo de expansão.
A sugestão de abrir franquias veio dos próprios clientes, destaca Caetano. A empresa já negocia com potenciais candidatos e deve abrir quatro franquias ainda em 2010. Para 2011, o objetivo é abrir outros 10 pontos de venda. Queremos ir com calma. O objetivo principal agora é fortalecer a marca, conta o executivo.
O investimento inicial para abrir uma franquia quiosque da iPhone Solution é de 90 mil a 100 mil reais e o prazo previsto para o retorno do investimento é de 19 meses.
Além de prover o projeto do quiosque, a empresa fornece os produtos que serão vendidos na loja com uma taxa de markup de 2.94 ou seja, o franqueado vende o produto praticamente pelo triplo do preço comprado.
Quando a expansão estiver completa, a iPhone Solution espera que as franquias representem 30% do seu faturamento. A companhia também negocia com uma operadora de telefonia móvel cujo nome ainda não pode ser revelado para passar a vender o iPhone em sua loja própria.