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Investimentos em startups brasileiras totalizam US$ 2,3 bilhões em 2021

Montante recebido por empresas brasileiras nos primeiros quatro meses do ano já equivale a 70% do total aportado em 2020, segundo dados do Distrito

Loft: empresa lidera em volume de aportes recebidos em 2021, com US$ 525 milhões (Germano Lüders/Exame)
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Maria Clara Dias

Publicado em 3 de maio de 2021 às 14h58.

Última atualização em 3 de maio de 2021 às 15h14.

O ano de 2021 tem se mostrado positivo para o mercado de venture capital no Brasil. Apenas nos primeiros quatro meses do ano, o valor de aportes recebidos por startups brasileiras já equivale a cerca de 70% do total investido em todo o ano de 2020. Até o momento, foram 2,3 bilhões de dólares captados por esses negócios. Os dados são do mais recente relatório Inside Venture Capital, do hub de inovação aberta Distrito.

Ao longo do primeiro quadrimestre deste ano, foram 2,3 bilhões de dólares investidos em startups brasileiras, um crescimento de 187% em comparação com o mesmo período do ano passado. O valor também equivale a 66% de todo o volume recebido ao longo de 2020 (3,5 bilhões de dólares).

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Na lista dos segmentos em destaque e que receberam o maior volume de aportes, lideram as fintechs, com 731 milhões de dólares recebidos em 45 rodadas de investimento, e as protechs, do mercado imobiliário, com 526 milhões de dólares recebidos em seis rodadas de investimento.

Em seguida estão as startups de varejo, chamadas de retailtechs, com um volume de 507 milhões de dólares. Em quarto lugar estão as startups de educação (edtechs), com 22 milhões de dólares em 16 rodadas e por fim, as companhias de supply chain, com 215 milhões de dólares, recebidos ao longo de seis rodadas de investimento.

O bom desempenho do setor imobiliário se deve às transações milionárias da Loft , unicórnio do segmento. Em março, a startup recebeu um aporte de 425 milhões de dólares, a maior injeção de capital já recebida por uma startup brasileira, superando os 400 milhões de dólares recebidos pelo Nubank em janeiro. O investimento faz da Loft a décima startup mais valiosa do setor imobiliário residencial no mundo. Um mês depois, ao final de abril, a Loft anunciou uma nova captação complementar de 100 milhões de dólares. Junto com o banco digital, a Loft foi responsável por 40% de todo o volume movimentado de janeiro até abril.

O relatório também destaca a rodada de investimentos recebidos pela gestora de investimentos Warren e a startup de marketplaces Merama, em abril. A Warren recebeu 52,3 milhões de dólares em uma rodada série C, e a startup Merama levantou a maior série A da história do Brasil, no valor de 160 milhões de dólares, em rodada liderada pelos fundos Monashees, Valor Capital Group e Balderton.

Fusões e aquisições
O mercado de fusões e aquisições também segue aquecido, com destaque para o mês de abril. A cada dois dias, um M&A foi realizado, segundo mostra o relatório. Em apenas quatro meses, os M&As realizados em 2021 já representam 50% do total de 2020. Nesse contexto, os principais exemplos são as aquisições realizadas pela Via Varejo (agora Via), Celer e Magazine Luiza, que recentemente anunciou a compra da empresa de conteúdo geek Jovem Nerd.

“Nosso mercado está superaquecido, não apenas na questão de investimento, mas nos M&A. Isso comprova que há muito além dos aportes, há muitas possibilidades de saídas”, disse Tiago Ávila, head de dataminer do Distrito, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 3.

Maturidade das rodadas
Apesar de liderarem captações em rodadas mais avançadas — como o caso da série D da Loft — os volumes financeiros começam a atingir em cheio as startups em fase inicial.

Segundo Gustavo Gerium, fundador e diretor do Distrito, já é possível ver a entrada de novos players no mercado de venture capital no país. “Vemos uma amplitude cada vez maior de fundos. É natural que comecem um pouco mais devagar, entendendo o mercado brasileiro, antes de ganhar força e olhar para as empresas iniciantes, mas isso está acontecendo”, diz. A tendência, segundo ele, é a presença de investidores mais diversificados e o mercado como um todo crescendo e se tornando mais qualificado.

No início do ano, a indústria de venture capital superou pela primeira vez o volume aportado pelos fundos de private equity (PE ). Foram 14,6 bilhões de reais, ante 9 bilhões de reais de PE, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap) e da consultoria KPMG.

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