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Inflação da carne abre espaço para startup vegana

A Next Gen levantou US$ 30 milhões em capital inicial até agora, com valuation de cerca de US$ 180 milhões em julho

Hoje, as proteínas alternativas representam uma pequena fração da indústria global de carne de US$ 1 trilhão (Divulgação/Bloomberg)

Hoje, as proteínas alternativas representam uma pequena fração da indústria global de carne de US$ 1 trilhão (Divulgação/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 13h57.

Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 11h08.

A inflação que atingiu o mundo no último ano e aumentou os preços de tudo, de queijo a bife, é uma boa notícia para o mercado de alimentos à base de vegetais.

Essa é a visão da Next Gen Foods, startup sediada em Singapura que fabrica frango falso feito com soja. Os crescentes preços da carne bovina e de aves são os principais impulsionadores da inflação dos alimentos, e estão tornando as alternativas baseadas em vegetais muito mais atraentes para os consumidores, disse o CEO Andre Menezes.

“A inflação mais alta está vindo de adivinha onde -- carne”, disse Menezes em uma entrevista de Chicago. “É extremamente ineficiente, os recursos estão se tornando mais e mais caros à medida que se tornam menos disponíveis. E esta é a tendência macro que está realmente impulsionando a indústria vegana.”

A Next Gen levantou US$ 30 milhões em capital inicial até agora, com valuation de cerca de US$ 180 milhões em julho. Os investidores incluem o investidor estatal de Singapura Temasek Holdings, os fundos de capital de risco K3 Ventures, GGV Capital e Bits X Bites, e a fabricante de alimentos e bebidas Yeo Hiap Seng. Os fundos serão usados para lançar o frango à base de plantas da Tindle, da Next Gen, nos Estados Unidos.

Os preços dos alimentos têm subido em grande parte do mundo, à medida que a pandemia de Covid-19 afetou as cadeias de abastecimento. Com os custos globais de alimentos no maior nível em uma década, famílias substituíram a carne por fontes menos caras, mas de qualidade inferior, como alimentos básicos ricos em amido, cereais, óleos e alimentos ultraprocessados.

Hoje, as proteínas alternativas representam uma pequena fração da indústria global de carne de US$ 1 trilhão. A Bloomberg Intelligence estima que as vendas no varejo de carnes vegetais e laticínios podem aumentar para US$ 162 bilhões na próxima década, ante US$ 29,4 bilhões em 2020.

Há fortes sinais de interesse do consumidor no setor. Produtos à base de plantas estão se tornando mais disponíveis nos supermercados, mais restaurantes estão oferecendo essas opções em cardápios, e empresas como Beyond Meat, Oatly Group e Impossible Foods levantaram bilhões de dólares. O desafio para os fabricantes de proteínas alternativas agora é competir com produtos de carne convencionais em preço.

Com o tempo, os produtos vegetais ficarão mais baratos do que a carne, que ficará mais cara, disse Menezes. A proteína vegetal requer menos recursos como terra, água e energia para ser produzida. Com a produção em expansão e os consumidores comendo mais, custos serão reduzidos.

“Nosso objetivo é ir atrás de todas as categorias em que a pecuária atua hoje”, disse ele, acrescentando que a empresa pode ter como alvo a carne bovina, suína, frutos do mar ou laticínios. “Tudo é possível.”

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