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Ideias geniais fracassam por 3 erros que a maioria comete

Estudo mostra as principais razões para startups brasileiras fecharem as portas. Desentendimento entre sócios lidera a lista

Decepção: pesquisa aponta os motivos de insucesso nos negócios inovadores e indica como superar tais obstáculos (Foto/Thinkstock)

Decepção: pesquisa aponta os motivos de insucesso nos negócios inovadores e indica como superar tais obstáculos (Foto/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 9 de janeiro de 2019 às 06h01.

São Paulo - Sua ideia de negócio começou genial, mas agora está indo para o buraco? Há uma boa chance de que a causa desse fracasso seja a briga constante com seus sócios. Pode ser também seu desconhecimento sobre a melhor forma de captar dinheiro para financiar a operação. Ou, ainda, algum obstáculo legal que você não estava esperando.

Essas são as razões mais apontadas por empreendedores e investidores para o fim das startups que criaram ou em que aportaram. O escritório de advocacia Nogueira, Elias, Laskowski e Matias (NELM) entrevistou 108 donos de empresas e investidores para elaborar o estudo Panorama Legal das Startups, que aponta os motivos de insucesso nos negócios inovadores e indica como superar tais obstáculos.

Confira, a seguir, os 3 erros mais comuns que fazem ideias geniais fracassarem:

1 Desentendimento entre sócios

Cerca de 67% dos empreendedores acreditam que a maior causa de fracasso de sua startup é a discussão entre os donos sobre questões não definidas no contrato de sociedade. Essa percepção é reforçada pelos investidores. Cerca de 54% deles enfrentaram impasses societários com os fundadores, enquanto 46% disseram que o principal problema que viram em startups fracassadas foi a incompatibilidade dos sócios na hora de gerir o empreendimento.

Para fugir desse problema, documentos como o acordo de sócios e o memorando de entendimentos são essenciais independentemente do porte do negócio. Os papéis definirão, por exemplo, quais as responsabilidades de cada fundador; como será a divisão e a administração da sociedade; e quais são as cláusulas que impedem concorrência e vazamento de informações caso algum dono saia da empresa. Mesmo com tanta importância, apenas 46% dos empreendedores entrevistados assinaram um acordo de sócios.

2 Falta de dinheiro (e de conhecimento)

Segundo o NELM, 57% dos empreendedores acreditam que a dificuldade em captar investimentos foi a causa do fracasso de sua startup, diante da falta de conhecimento sobre modalidades de arrecadação. Para 46% dos investidores, perceber que o empreendedor não sabe qual a melhor forma de conseguir dinheiro para sua startup inibe aportes.

É importante conhecer as diversas modalidades de captação porque elas podem significar maior ou menor proteção ao investidor e maior ou menor ingerência dele no negócio. Cerca de 54% dos investidores sofreram com a falta de informações sobre a melhor estrutura societária para a realização de seus investimentos, enquanto 38% destacaram que deveriam ter escolhido um modelo de tributação melhor.

Adquirir uma participação societária, por exemplo, é muito mais arriscado ao investidor do que um mútuo conversível ou uma sociedade em conta de participação (SCP), modalidades que garantem o não-envolvimento do investidor nos riscos decorrentes da atividade da empresa. “Investimentos mais seguros e com tributações adequadas poderiam impulsionar a captação de recursos pelas startups, fomentando o crescimento desse ecossistema”, afirma Eduardo Felipe Matias, sócio do NELM e coordenador do levantamento.

3 Desorientação legal

Para 36% dos empreendedores, suas startups fracassaram por conta do desconhecimento da regulação a legislação específicas à sua área de empreendimento. Por isso, 46% dos donos de negócios entrevistados acreditam que a validação jurídica do modelo de negócio justifica até a contratação de uma assessoria no ramo.

Toda startup precisa de um planejamento jurídico, o que inclui pesquisar as normas aplicáveis à atividade exercida pelo empreendimento. A empresa talvez precise da autorização do poder público para operar, como o Banco Central no caso das fintechs ou da Anvisa no caso das startups de saúde.

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