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Você sabe escolher serviço de alimentação para sua empresa?

Veja o que deve ser levado em consideração na hora de escolher o que vai para a mesa nas refeições dos funcionários

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Luiza Nizoli, da Apdata: As refeições feitas na empresa motivaram os funcionários e reduziram a rotatividade  (Daniela Toviansky)

Luiza Nizoli, da Apdata: As refeições feitas na empresa motivaram os funcionários e reduziram a rotatividade (Daniela Toviansky)

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Ítalo Rufino

Publicado em 8 de novembro de 2013 às, 14h27.

São Paulo - Saco vazio não para em pé, já diziam os mais antigos. Sem fazer uma pausa para as refeições, os funcionários de uma empresa costumam trabalhar desmotivados.

O investimento num serviço de alimentação pode melhorar o ambiente de trabalho e aumentar a produtividade de uma empresa. Ao pesquisar as alternativas para oferecer o benefício a seus empregados, muitos empreendedores ficam com dúvidas — entre elas, o formato mais adequado, os custos envolvidos e as obrigações legais a cumprir.

Exame PME conversou com especialistas e empreendedores para saber o que deve ser levado em consideração.

1 Quais são os sistemas de alimentação mais comuns nas empresas? 

Vales refeição e alimentação: Geralmente são cartões magnéticos em que cada funcionário recebe um crédito mensal para gastar. O vale-alimentação é aceito em mercearias e supermercados. O vale-refeição, somente em restaurantes e lanchonetes.

Refeições prontas: Os alimentos são preparados na cozinha do fornecedor e levados à empresa em embalagens de alumínio — as famosas marmitex — ou em granéis para ser colocados em pratos na hora de servir. 

Refeitório terceirizado: As refeições são feitas no local em que serão consumidas, mas por uma empresa contratada, que arca com os custos de manutenção do refeitório e fornece a mão de obra (como cozinheiros, nutricionistas e atendentes).


Restaurante próprio: A empresa administra o refeitório comprando os alimentos e contratando os funcionários responsáveis pelo preparo das refeições. Também arca com todos os custos de manutenção.

2 O que considerar ao definir o benefício mais adequado?

Segundo especialistas, a decisão depende da atuação da empresa, da localização de suas instalações e do modo de trabalho dos funcionários. 

O vale-refeição é mais indicado para empresas com infraestrutura limitada e próximas a restaurantes. O vale-alimentação, por sua vez, tem sido usado pelos empregadores como substituto da cesta básica devido à praticidade do cartão. As refeições prontas, do tipo marmitex, costumam ser mais práticas para funcionários que trabalham longe da sede ou a céu aberto, como em construções e áreas rurais.

O restaurante localizado dentro da empresa costuma ser vantajoso para o empregador quando há mais de 50 empregados e é necessário servir mais de uma refeição por dia. Também é uma solução quando a empresa está localizada em regiões afastadas.

Embora a maioria das empresas escolha terceirizar o restaurante interno, há situações em que administrar tudo por conta própria se justifica. É o caso do administrador Rodrigo Borges, de 33 anos, sócio da Vale Presente, fabricante de cartões de crédito pré-pago de Barueri, na Grande São Paulo. "


Trabalhamos com informações sigilosas de clientes”, diz Borges. "A circulação de gente de fora poderia trazer mais riscos de vazamento de dados."

3 A empresa é obrigada a fornecer alimentação aos funcionários?

Não há leis que obriguem as empresas a fornecer o benefício, exceto quando foram assinados acordos coletivos com sindicatos. Seja nas situações obrigatórias, seja quando a empresa simplesmente quer oferecer o benefício, é preciso seguir as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), do Ministério do Trabalho.

A lei exige que os funcionários que ganham até cinco salários mínimos sejam priorizados e que o serviço seja supervisionado por um nutricionista. Em compensação, o programa dá vantagens fiscais para as empresas que ofertam alimentação aos funcionários.

"Os valores que as empresas gastam podem ser descontados das contribuições que elas fazem ao FGTS e à Previdência", diz o advogado Danilo Pieri Pereira, especialista em direito do trabalho. "É possível também deduzir parte dos gastos no imposto de renda da empresa." A companhia pode cobrar do funcionário até 20% do valor do benefício oferecido.

4 Qual o custo médio dos serviços de alimentação para empresas?

Considerando uma empresa paulistana com 50 funcionários que consomem 22 refeições mensais, conforme as recomendações do PAT, o fornecimento de marmitex custa 8.000 reais. A compra de vales sai por 17.000 reais mensais. Uma terceirização de refeitório custa 22.000 reais por mês. Um restaurante próprio exige 260.000 reais de construção e 15.000 reais mensais de manutenção.

5 Quais cuidados devem ser tomados ao escolher o cardápio?

É fundamental ouvir os empregados sobre suas preferências. O levantamento pode ser feito por questionários ou reuniões. "A imposição de um cardápio pode causar muitas reclamações", diz Fernando Macedo, da Expense Reduction Analysts, consultoria em finanças. 


Foi o que aconteceu na Mega Sistemas, desenvolvedora de softwares de Itu, no interior paulista. Em 2011, a sede da empresa mudou do centro da cidade para um bairro afastado. Antes, os 250 funcionários comiam em restaurantes conveniados.

Com a mudança, o sócio Walmir Scaravelli, de 50 anos, contratou um prestador de serviços de alimentação para o refeitório da empresa. "Muita gente reclamou da falta de variedade e da qualidade dos pratos", diz. Scaravelli criou um comitê com integrantes de todos os departamentos que se reúne com a administração do refeitório periodicamente.

As refeições hoje incluem pratos vegetarianos e sem açúcar. "No início, 80% dos comentários eram críticas", diz Scaravelli. "Hoje, 80% são elogios."

6 Qual o retorno do investimento em serviços de alimentação?

O maior benefício é o aumento de produtividade. Os funcionários de empresas que oferecem alimentação faltam 47% menos e produzem 60% mais riquezas que os de negócios sem os benefícios, segundo pesquisa da consultoria de recursos humanos Buck Consultants com empresas de 47 países, incluindo o Brasil.

Há dez anos a empreendedora Luiza Nizoli, de 52 anos, percebeu que a alimentação dos funcionários prejudicava a qualidade do trabalho de sua empresa, a desenvolvedora de sofwares Apdata, de São Paulo. "Muitos funcionários pediam licença ou demissão para cuidar de problemas de saúde, quase sempre causados por má alimentação", diz Luiza.

Desde então, ela mantém um restaurante próprio na sede da empresa com alimentação balanceada, que é preparada por nutricionistas. "Os funcionários estão mais motivados", diz Luiza. "A rotatividade caiu 75%."

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