Banco digital das pequenas empresas, fintech Cora capta R$ 150 milhões
A rodada de captação série A da empresa foi liderada pela Ribbit Capital com participação de Kaszek Ventures, QED Investors e Greenoaks Capital
Carolina Ingizza
Publicado em 5 de abril de 2021 às 12h20.
Última atualização em 5 de abril de 2021 às 12h24.
A fintech Cora , que chegou ao mercado brasileiro no ano passado com a proposta de ser o banco digital das pequenas empresas , acaba de receber um aporte de 26,7 milhões de dólares (mais de 150 milhões de reais) em sua rodada série A de captação. O investimento foi liderado pelo fundo americano Ribbit Capital, que investe no Nubank e na ContaAzul, e teve participação da Kaszek Ventures (Contabilizei, Hash), QED Investors (Creditas, Loft) e Greenoaks Capital (Robinhood, Deliveroo).
A Cora começou suas operações em outubro de 2020 e já conquistou cerca de 53.000 clientes no país. O grande aporte de capital em pouco tempo de empresa é reflexo da confiança que os investidores têm nos fundadores da companhia, Léo Mendes e Igor Senra. Antes de criar a fintech, a dupla fundou a startup de meios de pagamentos Moip, vendida em 2016 para Wirecard por 165 milhões de reais.
Quando os sócios decidiram empreender novamente em 2019, conquistaram um cheque de 10 milhões de dólares da Kaszek e da Ribbit Capital para estruturar o negócio — foi a maior quantia já levantada por uma startup da América Latina em uma rodada de captação semente.
A empresa se lançou no mercado timidamente em 2020 com um serviço gratuito de emissão de boletos inteligentes — que automatizam a cobrança dos clientes das pequenas empresas. Aos poucos, em meio à pandemia, lançou um cartão de débito, a conta digital e agora faz os primeiros testes com um cartão de crédito.
“Em pouco tempo conseguimos desenvolver produtos que os clientes realmente amam e que impactam o cotidiano dos seus negócios. Com isso, estamos crescendo a base de clientes de forma consistente, dando início à transformação dos serviços financeiros para pequenos negócios no país. Foi exatamente por isso que os fundos se voltaram para a Cora”, afirma Igor Senra, presidente da Cora.
Com o novo aporte, a empresa vai ampliar seus investimentos para o crescimento do negócio, o aprimoramento tecnológico e o desenvolvimento de mais produtos de crédito. "Acreditamos em serviços financeiros simples, transparentes e acessíveis que auxiliem na tomada de decisão e que devolvam ao empreendedor o seu tempo, para que ele possa focar no que importa, o seu negócio”, diz Senra.
A longo prazo, a Cora quer ser o principal banco das PMEs brasileiras, o que vai permitir que ela faça uma análise detalhada de crédito desse público. "O banco tradicional cobra o cliente por qualquer coisa. Aqui, acreditamos que quanto mais o cliente movimenta conosco, melhor", diz Senra.
A oportunidade é grande: de acordo com o Sebrae, há mais de 17 milhões de pequenos negócios no país, responsáveis por cerca de 30% do PIB brasileiro. Impulsionada pelo aporte, a fintech está focada em expandir sua participação nesse mercado. Segundo Senra, a projeção é pelo menos triplicar o número de contas até dezembro, chegando a marca de 350.000 correntistas. Para isso, a equipe deve passar de cerca de 100 funcionários para mais de 200 até o final do ano.