Exclusivo: Ticket vai além do VR e entra na era dos benefícios flexíveis
Empresa lança nesta quarta-feira, 23, um cartão que reúne benefícios para home office, educação e bem-estar, além do vale-alimentação
Maria Clara Dias
Publicado em 23 de março de 2022 às 13h22.
Última atualização em 24 de março de 2022 às 09h56.
A Ticket, famosa pelos cartões de refeição e alimentação, está entrando de vez na era dos benefícios flexíveis. Nesta quarta-feira, 23, a empresa anunciou o lançamento de um cartão que diversifica o uso dos saldos para educação, home office, cultura e bem-estar.
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O Ticket Super Flex, como é chamado o novo produto, vem para atender a uma demanda já conhecida por empresas que oferecem soluções para as áreas de recursos humanos das empresas: a demanda por um produto que atenda, em todas as frentes, às necessidades de uma nova geração de trabalhadores atenta — e exigente — em relação aos benefícios oferecido por seus empregadores.
É um mercado já explorado por startups como Caju, Swile a Flash Benefícios, que recentemente captou novos US$ 100 milhões para acelerar ainda mais seu crescimento.
Em tempos de trabalho remoto, um cartão flexível também deve ajudar. A proposta é considerar os novos modelos de trabalho, ajudando empresas a facilitar adaptação e gestão de despesas de funcionários que passaram a trabalhar em casa, parcial ou totalmente.
“Sempre foi uma grande vontade de nossos clientes e dos usuários finais ter benefícios flexíveis, mas em um único produto. E agora é o momento certo, aproveitando a nova regulamentação”, explica Natalia Ghiotto, diretora de produtos da Ticket.
O momento para o lançamento é oportuno. Em novembro do ano passado, o governo federal emitiu um novo decreto que flexibiliza as regras trabalhistas envolvendo o vale-alimentação. Pela nova lei, o uso do benefício passa a ser mais amplo, com uma rede maior de estabelecimentos. Ao mesmo tempo, limita as chances de possíveis fraudes, como o uso indevido do benefício.
Nesse novo modelo na Ticket, cabe ao empregador definir os valores dedicados a cada uma das categorias, e o usuário final deve usar os saldos predefinidos correspondentes a cada uma delas.
Agora, além da refeição e compras em mercados, os valores também podem ser usados para pagar contas de luz, água, internet e telefone. O pagamento é feito dentro do próprio aplicativo da Ticket, por código de barras ou QR Codes.
Segundo Ghiotto, o esforço da Ticket para a criação do novo produto, porém, não se resume apenas à escolha da data apropriada para o lançamento. A empresa expandiu os times comerciais, dedicados a encontrar novos estabelecimentos para a rede credenciada — tendo em vista que agora o cartão também pode abarcar farmácias, escolas e outros segmentos. “O investimento tem sido alto, em tecnologia e adaptação de sistemas e na extensão dessa rede”, diz.
A Ticket atua em um mercado em plena expansão — o que justifica a boa vontade para investir. O setor de empresas de benefícios corporativos cresce 6% ao ano globalmente, segundo estimativas da consultoria em saúde Mercer Marsh Benefícios.
“Estamos entrando de cabeça na tendência dos benefícios flexíveis”, diz a diretora. “Agora é hora de testar e observar o que será mais pedido pelas empresas e as categorias que mais vão demandar”.
Em outra ponta, a inserção no mercado de benefícios flexíveis também abre espaço para que a Ticket expanda o perfil de clientes. Até o momento focada em grandes companhias, a inovação e a procura de empresas por diferenciais competitivos para atrair e reter talentos também vai atrair as pequenas e médias empresas. “Com a nova combinação de produtos, ninguém fica de fora”.
Plataforma “tudo em um”
Junto com o cartão, a Ticket também criou uma plataforma de benefícios, descontos e cashbacks para os trabalhadores das empresas clientes. Por lá, eles terão acesso a condições especiais de compra em uma rede cadastrada de estabelecimentos, como em um clube de descontos. Uma parceria com a Edupass, startup de benefício educacional, também vai oferecer cursos profissionalizantes.