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Este empreendedor quer montar o “super app” dos serviços públicos

Em meio à crise, o aplicativo Colab, para cidadãos relatarem problemas de zeladoria como buracos na rua, recebeu aporte de R$ 3 mi para ampliar operações

Gustavo Maia, fundador do aplicativo Colab (Léo Orestes/Divulgação)
LB

Leo Branco

Publicado em 11 de julho de 2020 às 15h22.

Última atualização em 11 de julho de 2020 às 20h15.

A startup paulistana Colab, dona de um aplicativo para cidadãos relatarem problemas urbanos como buracos de rua ou iluminação falha às prefeituras de suas cidades, recebeu nesta semana um aporte de R$ 3 milhões.

Por trás do investimento estão fundos dedicados a negócios de impacto social, como o Omidyar, do fundador do comércio eletrônico eBay, o francês Pierre Omidyar. Além disso, entraram os fundos MDIF, EDP Ventures, ligada à distribuidora de energia elétrica, e KPTL, aberto em 2019 como resultado da fusão de dois fundos de venture capital há anos com atuação no Brasil: o paulistano A5 Partners e o mineiro Inseed.

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O aporte deve ampliar a operação do Colab. Na visão do fundador do aplicativo, o publicitário Gustavo Moreira Maia, a grave crise fiscal criada pela pandemia ( o rombo nas contas públicas federais deve passar de 10% do PIB em 2020 ) vai abrir espaço para a inovação no setor público – que, cada vez mais, vai ter que atender a expectativas mais elevadas dos cidadãos e, ao mesmo tempo, economizar recursos. “O cenário para as govtechs, startups que prestam serviços aos governos, é bem promissor”, diz ele.

 

Uma das ideias para expansão é tornar o Colab uma espécie de “super app” , um aplicativo que reúne serviços não apenas do próprio dono da tecnologia, mas de uma porção de parceiros. Exemplos de super app são os de gigantes do comércio eletrônico como Mercado Livre e Magazine Luiza, que oferecem milhares de produtos e serviços – alguns próprios e outros de lojas parcerias. "A digitalização dos serviços públicos vai abrir mercado para novas govtechs. Queremos ser o hub entre elas e as prefeituras", diz Maia, que vai investir recursos na integração do Colab a outras startups.

A aquisição de parceiros, no futuro, não está descartada. “Estamos de olho em plataformas que usam inteligência artificial para automatizar tarefas que hoje demandam muitos recursos da máquina pública, como rodar a folha de pagamentos dos servidores”, diz Maia. Negócios em telemedicina, modalidade em expansão por causa da pandemia, também estão no radar.

O desafio à frente, segundo Maia, é a situação delicada das finanças públicas brasileiras, que podem atravancar a expansão das govtechs caso o dinheiro escasseie antes mesmo de o ecossistema prosperar.

Fundada em 2013 como um aplicativo para relatar problemas de zeladoria urbana, a exemplo de buracos na rua e falta de iluminação pública, a startup hoje oferece a tecnologia a dezenas de prefeituras brasileiras, a exemplo de Teresina (PI), Pelotas (RS) e Campinas (SP).

Em meio à pandemia, o aplicativo do Colab ganhou em março uma função chamada Brasil Sem Corona, um questionário para o usuário checar se está com os sintomas da Covid-19. Com a anuência do cidadão, os deslocamentos desse voluntário foram monitorados via GPS na tentativa de levantar pistas sobre a adesão das pessoas à quarentena.

Num primeiro levantamento, com mais de 5 mil voluntários e divulgado em março, mais de um terço havia se deslocado para mais de 1,1 quilômetro de casa. Hoje, mais de 1.500 prefeituras usam o Brasil sem Corona para definir estratégias de combate à pandemia.

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