Empresas funcionais: 3 passos para ‘acabar com o caos’ na sua empresa
Empresário Marcelo Germano explica por que a empresa é um reflexo do dono – e qual a importância de combater crenças limitantes para usar isso a seu favor
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2022 às 14h55.
Como construir um ambiente empresarial mais saudável e, portanto, conquistar melhores resultados? Para o empresário e professor Marcelo Germano, que já ajudou quase 4000 donos de empresas por meio do programa EAG , a resposta tem a ver principalmente com a mentalidade dos donos das empresas. “É preciso acabar com o caos nas empresas – e tudo começa com o dono.Para entender isso, primeiro quero explicar que donos disfuncionais são aqueles que tem pensamentos disfuncionais”, diz.
O conceito de crenças disfuncionais é bem utilizado na psicologia através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) – e é mais comum do que imaginamos. De acordo com o viés abordado pela TCC, crenças são entendimentos que carregamos e não somos capazes de questionar, muitas vezes por percebê-los como uma verdade absoluta.
“Em outras palavras, pensamentos disfuncionais são ideias que aparecem praticamente de forma automática, sem passar por qualquer tipo de reflexão ou questionamento, de forma que o indivíduo considera aquilo como uma verdade absoluta, não sendo capaz de contestá-la”, explica o empresário,que atualmente é dono cinco empresas de diferentes segmentos.
Para ficar mais claro, Germano listou alguns exemplos de situações em que o pensamento disfuncional aparece nas empresas. Veja abaixo.
" É o olho do dono que engorda o gado"
Esse é um pensamento disfuncional, pois os donos acreditam que têm que ficar no meio da operação, vigiando todo mundo e fazendo o trabalho operacional. Tudo tem que passar pelas mãos deles, pois essa crença alimenta a desconfiança e o medo de ser roubado. Donos de empresas com esse tipo de pensamento não dão autonomia nenhuma para o time—que, consequentemente, fica infantilizado e sem autonomia, escalando qualquer tipo de problema. "A consequência é que o dono fica sobrecarregado e não consegue atender todas as demandas. Em outras palavras, o que poderiam ser pequenos problemas se tornam verdadeiros incêndios. Esse eterno apagar de incêndio alimenta outros pensamentos disfuncionais", afirma Germano.
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Para ter sucesso é preciso trabalhar duro
Aqui o pensamento não é disfuncional em si, mas a interpretação do que é trabalho duro é o que acaba sendo disfuncional. Como esses empreendedores alcançaram sucesso fazendo trabalhos operacionais, eles acreditam esse é o segredo do sucesso e alimentam um ciclo de trabalhar cada vez mais, mas produzir cada vez menos. Coisas importantes e estratégicas, com trabalhar a cultura organizacional, treinar os colaboradores, criar processos, analisar indicadores, fazer reuniões de fechamento e análise dos resultados, fazer o planejamento estratégico e colocar as pessoas certas nos lugares certos, nunca acontecem por conta desse pensamento disfuncional que vai alimentar outros.
Reunião é perda de tempo, a gente precisa trabalhar
Algumas reuniões são mesmo perda de tempo, principalmente aquelas feitas de última hora, sem preparação ou objetivo claro, que são típicas das empresas disfuncionais. O resultado disso é que ninguém da empresa tem clareza das prioridades e das metas que a empresa precisa atingir. “Em uma pesquisa que eu fiz com 294 empresas nas últimas duas semanas, 84% não tinham metas definidas e 89% não tinham clareza do direcionamento futuro da empresa, o que demonstra uma disfunção da atividade empresarial”, comenta o empresário.
“O que eu tenho percebido quando converso com donos de empresas caóticas é que eles criam ambientes tóxicos. Infantilizam os colaboradores, ignoram as boas práticas de gestão, se sentem sobrecarregados e precisam descarregar toda essa carga negativa em algum lugar. A ferramenta utilizada para isso? A reclamação”, complementa.
Segundo Germano, isso acaba gerando um ciclo vicioso, em que o empresário reclama dos funcionários, clientes ou sócios e os funcionários, clientes e sócios reclamam da empresa. Para romper esse movimento, é essencial que os empresários entendam que as empresas são um reflexo de seus donos – e que, portanto, toda mudança começa por eles.
“Outra dia um grande empresário amigo meu que foi eleito o empreendedor do ano pela EY em 2019 me falou que, ao conviver com os maiores empresários, percebeu que eles raramente estão reclamando, mas sim falando dos projetos que estavam construindo”, exemplifica.
É urgente que os donos de empresas consigam substituir as reclamações e pensamentos disfuncionais pelos chamados “pensamentos funcionais” – como olhar para o futuro, planejar os projetos, adquirir conhecimentos e investir na aprendizagem ativa. Para isso, Germano sugere que os empresários sigam três passos. São eles:
- Resinificar suas crenças e mudar suas atitudes, para impactar o ambiente organizacional. O dono precisa entender que o seu papel é educar treinar e qualificar.
- Criar um ambiente onde as pessoas queiram estar e prosperar. Mudar a cultura, desembarcar as pessoas erradas e embarcar as pessoas certas.
- Jogar para vencer! São os empreendedores que mudam o mundo.
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O sonho de empreender de muitos brasileiros se tornou um pesadelo nos últimos anos e o que nasceu como uma fonte de renda se transformou em dívidas e frustração. Pensando na demanda crescente de empresários capacitados para alavancarem as vendas e trazerem resultados significativos para suas empresas, a EAG, de Marcelo Germano, em parceria com a EXAME, lançou a Masterclass “Empresa sem Caos”.
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