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Empreendedores esperam faturar R$ 2 mi com entregas de bike

Negócio que funciona em São Paulo e Rio de Janeiro faz em média 9 mil entregas por mês e estuda expandir para outras capitais.

André Biselli e Victor Castello Branco, fundadores da startup Courrieros, que faz entregas de bike (Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 2 de junho de 2016 às 06h00.

São Paulo – Pedalar sempre foi uma paixão para Victor Castello Branco, de 27 anos. Agora, tornou-se também um negócio. Ele é um dos fundadores da startup Courrieros, que faz entregas de bicicleta em São Paulo e no Rio de Janeiro e espera faturar algo em torno de 2 milhões de reais em 2016. Nada mal, hein?

A ideia do negócio surgiu a partir da frustração com o serviço de entregas via motoboys, usado pelo escritório em que Castello Branco trabalhava como administrador. “Um dia, o motoboy se atrasou muito, eu precisava enviar documentos e acabei eu mesmo levando de bike. Me surpreendi com o tempo que demorei, muito menos do que ele”, conta o empreendedor.

Um tempo depois, Castello Branco teve contato com uma empresa que faz entregas de bicicleta nos Estados Unidos e percebeu que o negócio poderia dar certo no Brasil. Em 2012, ele e seu sócio, o advogado André Biselli, decidiram tirar a empresa do papel. Para o pontapé inicial, cada um investiu 20 mil reais do próprio bolso.

Entregadores

Uma das principais questões para a Courrieros era como ser mais atrativa do que os serviços de entrega já existentes. A resposta encontrada parece óbvia, mas não é – eles decidiram investir no funcionário.

Para se tornar um entregador da Courrieros, é preciso passar por um teste rigoroso que analisa a habilidade do candidato em pedalar e se achar pela cidade, o que exige fôlego e senso de direção. Depois de selecionado, o entregador recebe um treinamento de mecânica, atendimento ao cliente e segurança no trânsito.

“Desde o início quisemos investir no funcionário. Hoje temos 73 entregadores, todos são CLT e metade são jovens que não têm formação superior e estavam sem oportunidade de trabalho. Formamos esses jovens para que eles saiam melhores do que entraram”, afirma Castello Branco.

“Hoje existe essa uberização dos serviços, mas nós não seguimos esse movimento. Somos responsáveis por nossos entregadores, inclusive para garantir a segurança dos clientes”, completa o empreendedor, citando a forma de trabalho adotada pelo aplicativo Uber, em que os motoristas não têm vínculo empregatício com a empresa.

Faturamento

A preocupação em garantir boas condições para os entregadores e o apelo ambiental do serviço já renderam uma série de prêmios à Courrieros. No ano passado, a startup foi eleita pelo sistema B uma das empresas que fazem melhor para o mundo. No mês passado, a empresa foi uma das convidadas para participar do Better Brands, evento na Suécia sobre sustentabilidade e construção de marcas.

Mas não é só de boas intenções que é feita a Courrieros. Com quatro anos de vida, a startup também apresenta resultados financeiros e tem crescido de forma invejável em meio à crise econômica.

No primeiro mês de atuação, foram feitas 212 entregas, gerando faturamento 4 mil reais. “Eu mesmo entregava”, lembra Castello Branco. Agora, são cerca de 9 300 entregas por mês (dados de maio). O faturamento em 2015 ficou em torno de 900 mil reais e, com o crescimento observado até agora, a expectativa é chegar aos 2 milhões de reais em 2016.

Carros elétricos

A empresa atende entregas de escritório (seu foco inicial), restaurantes e drogarias delivery e, mais recentemente, e-commerces. Um dos seus maiores clientes é a Netshoes.

Graças ao aumento do número de clientes, o serviço hoje chega a ser mais barato que o de empresas de motoboys, o que ajudou a Courrieros a crescer na crise. Outro atrativo é a pegada sustentável garantida pelo serviço, que fornece um relatório de poluentes não emitidos com a escolha da bike.

Com o aumento da demanda, a empresa reforçou sua frota com motos elétricas e carros. Castello Branco explica que os veículos são usados para buscar lotes maiores e levá-los até o a base da startup, de onde saem os ciclistas. Para o futuro, os planos são comprar carros elétricos e expandir para outras cidades. Entre as possibilidades estão Recife e Porto Alegre.

São Paulo – Quer estar no comando da sua própria empresa ? Pois saiba que a vida de CEO (sigla em inglês para diretor executivo) não é nada simples. Pelo contrário, quem está à frente de um negócio muitas vezes enfrenta a solidão de decisões difíceis, tomada de riscos e o julgamento constante de quem trabalha ao seu lado. Para ajudá-lo a conhecer esses desafios, listamos aqui dez ensinamentos que todo CEO recebe ao estar no comando de um negócio. Cada ponto foi relatado por um executivo diferente, em resposta a um post na rede social Quora, que perguntava: “Quão difícil é ser um CEO?”. “Se você é um CEO ou já foi um pode descrever o que faz diariamente?”, solicita o post, que teve um total de 68 respostas até ontem. Os relatos dão uma ideia de como é estar à frente de uma empresa, posição em geral reservada aos próprios fundadores no caso de negócios menores, mas que também pode ser ocupada por outras pessoas contratadas para isso. Veja nos slides acima dez lições que você deve aprender para pensar como um CEO.
  • 2. 1 – Tomar o mínimo de decisões possível

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    “Ser um CEO é pelo menos duas vezes mais difícil do que a segunda posição mais difícil numa empresa. É realmente duro. Isso é especialmente verdade no caso de CEOs fundadores. “Para tornar o trabalho mais fácil, os CEOs deveriam tentar tomar o mínimo de decisões possível. Grandes CEOs devem deixar a maior parte das decisões para outras pessoas na empresa. Isso libera seu tempo para focar em decisões mais importantes (e tem o benefício extra de desenvolver as pessoas dentro da organização, por conta da confiança que é depositada nelas).” Auren Hoffman, ex-CEO da LiveRamp e empreendedor, fundador de ao menos cinco empresas.
  • 3. 2 – Exercer muitos papéis

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  • “O papel do CEO varia muito de empresa para empresa, especialmente de acordo com o tamanho de cada uma. “Acho que todos sabem que os CEOs desempenham muitos papéis. Mas a parte desafiadora é que, como CEO, você precisa descobrir qual chapéu vestir – dentre milhares e milhares de opções. Existem sempre milhões de coisas que você pode fazer como CEO, então muito do meu tempo é gasto tentando descobrir no que vale a pena gastar o meu tempo. A cada um ou dois meses, eu assumo um novo papel, e então tento ver se aquilo é vital para o negócio, e como estruturar aquele papel, para então poder entregá-lo para outra pessoa na equipe e procurar um novo chapéu para provar.” Lauren Kay, fundadora da Dating Ring e da SmartSitting.
  • 4. 3 – Correr riscos

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    “Muita gente diz que o CEO gerencia pessoas, mas numa startup em geral não existe muita gente para gerenciar, principalmente quando você ainda é um estudante. Eu toquei minha empresa sozinho por alguns anos. “Eu diria que a gestão é uma grande parte do trabalho do CEO, mas quando você está começando pode não ser tanto assim. Outro grande papel do CEO é ser capaz de tomar grandes decisões e correr riscos. Um CEO está sempre pesando riscos e avaliando decisões a fim de seguir no caminho certo, isso pode ser bem estressante às vezes.” Usman Majeed, fundador da TechTwurl e da Protection.
  • 5. 4 – Saber que você é o menos importante

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    “Eu fui CEO de uma empresa de 25 mil funcionários por 10 anos. Aqui estão algumas reflexões sobre isso: - Eu não queria ser CEO. As pessoas que têm muita ambição de chegar lá, fora os fundadores, provavelmente não são as certas para o papel; - Sim, é verdade, é solitário e tudo é culpa sua; - Se você fizer seu trabalho direito, você trabalhará o tempo todo, e precisa ser disciplinado para manter seu corpo e sua mente saudáveis; - Você deve ter uma mesa em ordem – é sério. Você é a única pessoa na empresa com a pesada responsabilidade de garantir a sobrevivência do negócio no longo prazo. Você não pode pensar sobre isso com uma caixa de e-mails cheia e uma mesa cheia de papéis; - Seja muito, muito acessível. Ande por aí propositalmente. Você vai captar o que está realmente acontecendo, com o que as pessoas estão preocupadas; - Livre-se de pessoas que têm alta performance, mas são um pé no saco. Os lucros que elas geram em geral são anulados pelos lucros perdidos pelo desperdício de energia de todos os outros que são desmoralizados e atingidos pelo mau comportamento deles; - Lembre-se de que, no trabalho diário, você provavelmente é a pessoa menos importante na organização (a maioria dos CEOs não entende isso). A pessoa servindo o cliente é a mais importante." Geoff Cooper, ex-CEO.
  • 6. 5 – Conformar-se com um trabalho ingrato

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    “CEO é um trabalho ingrato, existem mais cicatrizes do que troféus. Você precisa motivar a si mesmo, seus funcionários e parceiros, independente dos obstáculos financeiros, e assegurar a integridade do negócio. Os elogios devem sempre ser distribuídos para o bom trabalho e você pessoalmente aceita todos os erros em estratégia, julgamento e performance. “O papel de CEO vai mudar sua alma e torná-lo mais forte em todos os aspectos da vida. Você vai olhar para os negócios de forma diferente, e apreciar o que é preciso para liderar uma empresa.” Christopher Justice, diretor de marketing da Magnolia International.
  • 7. 6 – Aceitar a falha dos outros

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    “A parte mais difícil de ser um CEO é explicitamente dar um passo atrás e permitir que outra pessoa falhe – mesmo acreditando que algo é um erro e que provavelmente gerará arrependimento e ansiedade para a organização – reconhecendo que o erro é o preço para a descoberta. "Porque, no fim do dia, eu sou apenas uma pessoa. E mesmo que eu saiba um monte de coisas, eu sei muito pouco sobre tudo. Minha meta como CEO é construir uma organização cheia de pessoas que são experts em resolver as coisas por elas mesmas.” David Barrett, fundador e CEO da Expensify.
  • 8. 7 – Convencer as pessoas de que você é a pessoa certa (e liderá-las)

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    “A parte mais difícil de ser um CEO é convencer a todos de que você deve ser o CEO. Não quero dizer colocar o trabalho em primeiro lugar, o que já é difícil. Quero dizer que, em uma empresa de 30 pessoas, ou em uma de 30 mil, existem 30 ou 30 mil pessoas que têm uma opinião sobre o que o CEO deveria fazer em qualquer situação. Você precisa ouvir a sua equipe (foi por isso que você os contratou), mas então tomar a sua decisão (é por isso que você foi contratado), e então convencer as pessoas não apenas de seguir a sua decisão, mas de convencerem as equipes delas a segui-la, mesmo que eles pensem que suas ideias eram melhores que a sua escolha. Isso é liderança.” Richard Russell, empreendedor, fundador de duas startups.
  • 9. 8 – Ter inteligência emocional

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    "Ser um CEO exige muito foco e flexibilidade e junto com isso toneladas de energia, experiência e inteligência emocional. Esta última pode ser a mais importante. "Se existe algo que um CEO precisa é do combo de casco duro com o coração mole. E essas duas características devem aparecer quase simultaneamente, sem que uma se sobreponha à outra. Ninguém pode saber o que te preocupa ou estressa, porque, se eles souberem , isso pode comprometer tudo. E enquanto isso ainda capacitar outras pessoas, mais do que engrandecer a si mesmo." Andrea Morisette Grazzini, empreendedora.
  • 10. 9 – Saber dizer não

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    “Para mim, ser CEO significa duas coisas: esforçar-se constantemente para se tornar redundante e exercitar-se para dizer não quando necessário (em desacordo com a disposição natural de pessoas nessa posição). Vejo as pessoas falharem o tempo todo nesta questão. "Contrate ótimas pessoas, delegue, dê a você mesmo o espaço para focar em crescimento. Seu espírito empreendedor como um líder empresarial significa que a sua verdadeira satisfação e seu verdadeiro valor tendem a vir com a avaliação de onde crescer – novas iniciativas, entrar em novos mercados, desenvolver novos produtos ou serviços. “Quando você é CEO, você não é necessariamente parte de um departamento – por isso, encontrar ativamente outros donos de negócios, lembrar a si mesmo que o seu papel é de fato um papel, mesmo que às vezes ele pareça vago, isso é muito importante.” Anant Sharma, CEO da Matter Of Form.
  • 11. 10 – Saber vender

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    “CEO não é um cargo de trabalho, é um estilo de vida. A SchooLinks é minha primeira startup, e para mim ser CEO significou duas coisas: vender e inspirar. "Você vende a sua visão, vende você mesmo e a sua equipe para os investidores, o seu produto para o cliente e o futuro da sua empresa para os seus funcionários. "Você inspira seu time a inovar, criar e trabalhar duro. Você não precisa saber absolutamente tudo, mas precisa saber o caminho para resolver qualquer problema que você ou a sua equipe encontre pelo caminho." Katie Fang, fundadora e CEO da SchooLinks.
  • 12. Se animou? Então veja esses conselhos de mestre:

    12 /12(Reprodução)

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