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O investimento de capital de risco no setor de tecnologia da China está se tornando um passatempo


	Startups: governos da China estão armados com cerca de 2,2 trilhões de yuans
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Startups: governos da China estão armados com cerca de 2,2 trilhões de yuans (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2016 às 20h57.

O investimento de capital de risco no setor de tecnologia da China está se tornando um passatempo.

Empresas e fundos financiados pelo Estado estão patrocinando algumas das maiores rodadas de investimento privado, apostando no crescente setor de internet da China para obter retornos melhores. Isso inclui financiar o recorde de US$ 4,5 bilhões levantados pela filial de finanças do Alibaba.

Os governos da China estão armados com cerca de 2,2 trilhões de yuans (US$ 339 bilhões), o maior pote de dinheiro do mundo para startups, e estão tentando cultivar uma grande prosperidade na indústria de tecnologia. A economia do país está em transição e os planejadores querem reduzir a dependência da indústria pesada e incentivar mudanças no sentido do consumo e da inovação.

“Você quer que o governo tenha investimentos em jogo para que ele possa promover mais progresso e inovação”, disse Hans Tung, sócio-gerente da GGV Capital, uma empresa em Menlo Park, na Califórnia. “Estamos na era em que um monte de empresas de internet estão tendo um impacto na economia off-line”.

O Zhejiang Ant Small & Micro Financial Services Group disse na terça-feira que o fundo soberano de investimento China Investment e um veículo de investimento do China Construction Bank, o segundo maior banco do país, participaram do financiamento. A filial, conhecida como Ant Financial, está avaliada em cerca de US$ 60 bilhões, disseram pessoas a par do assunto.

Abrir incubadoras

A capacidade da Ant Financial de atrair alguns dos maiores investidores estatais da China ecoa os discursos feitos pelo Premiê Li Keqiang, que pediu aos órgãos do governo que fortaleçam a economia, que cresceu no ritmo mais lento em 25 anos. O país iniciou uma campanha de apoio ao empreendedorismo em 2014 e, desde então, abriu 1.600 incubadoras para startups.

O CIC também comprou participações na Didi Kuaidi, rival chinesa do Uber, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em setembro. Entre os investidores da Didi estão Ping An Insurance (Group), Beijing Automotive Group e China Merchants Bank.

O aplicativo de transporte compartilhado está realizando mais uma rodada e poderia conseguir até US$ 1,9 bilhão de uma avaliação de cerca de US$ 25 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em abril.

“Estes investimentos dão aos investidores estatais chinesas uma chance de se unir a algumas das empresas de mais rápido crescimento no país”, disse Chi Tsang, analista da HSBC Holdings. “As empresas estão conseguindo acionistas mais a longo prazo, o que ajudará a reduzir a volatilidade em sua base de investidores”.

Alibaba

Juntando-se ao boom de financiamento, o serviço imobiliário virtual Beijing Homelink Real Estate Brokerage está arrecadando pelo menos US$ 6 bilhões, disseram fontes.

Empresas de capital de risco financiadas pelo Estado administraram cerca de 2,2 trilhões de yuans (US$ 339 bilhões) obtidos de governos locais e empresas, de acordo com a consultoria Zero2IPO.

No modelo tradicional, desbravado pelas empresas de internet Web Sina e Sohu.com no ano 2000, as startups chinesas visavam uma abertura de capital nos EUA.

Regulação da Internet

Essa prática está mudando, e uma onda de empresas de internet listadas nos EUA, incluindo Qihoo 360 Technology e Jumei International Holding, anunciaram planos de fechar o capital. Essas empresas querem obter cotações mais altas nas bolsas de valores da China, e o governo manifesta o desejo de que elas fiquem em casa.

A Ant Financial está planejando a maior abertura de capital do país desde 2010 na principal bolsa de Xangai ainda neste ano, afirmaram pessoas a par do assunto em abril.

O enorme fluxo de dinheiro para o setor de tecnologia poderia ser um tiro pela culatra durante uma crise econômica, especialmente se os investidores preferirem empresas sem modelos sustentáveis de receitas, disse Tung.

“As avaliações sobre essas empresas são tão discutíveis que é difícil para as empresas de capital de risco justificar esse tipo de investimento”, disse ele.

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