Saiba quais são os benefócios de investir em uma formação no exterior (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
São Paulo - Ter um nome de peso como Harvard ou Stanford no currículo é um diferencial indiscutível para qualquer profissional de negócios. Mas será que fazer um curso no exterior realmente faz a diferença na hora de colocar a mão na massa e tocar a sua própria empresa?
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Para o jovem empreendedor Millor Machado a resposta é sim. Em agosto de 2008, o então estudante de engenharia na Unicamp embarcava para um curso de duas semanas na Babson College, uma das escolas de negócios mais respeitadas do mundo. Membro do núcleo das empresas juniores da universidade, ele ganhou uma bolsa de estudos do banco Santander para passar pela qualificação. Seis meses depois, ele fundava sua primeira empresa.
"Aprendi pouco tecnicamente - alguma coisa de finanças, um pouco de marketing -, mas o que realmente fez a diferença foi ser apresentado a uma nova postura. Aprendi que o importante não é só ter a ideia, mas ter coragem para colocá-la em prática", conta Machado.
Para o executivo, ter contato com professores que estimularam a sua veia empreendedora foi o principal diferencial da experiência. "Eles destacam muito a importância de não ter medo, de descobrir aquilo que você gosta de fazer e focar nisso", conta Machado. Conhecida por valorizar a bagagem prática, a Babson tem em seu quadro de docentes uma esmagadora maioria de profissionais com experiências pessoais como empreendedores.
Durante o curso, Machado teve a ideia que daria origem a sua primeira empresa, a Empreendemia, uma rede social que conecta empreendedores e os coloca em contato com potenciais clientes e parceiros de negócio, fundada em conjunto com o sócio Luiz Alberto Piovesana, que na época também estudava no exterior.
Mas a decisão de partir para um curso no exterior nem sempre vem acompanhada de todas as despesas pagas, como na caso de Machado. Quando o investimento sai do próprio bolso, o retorno ainda compensa?
Gustavo Caetano, fundador da Sambatech - empresa que fornece soluções de gestão de vídeos online -, acredita que sim. Ele bancou do próprio bolso um curso de uma semana no MIT em agosto de 2008. O investimento foi de quase 20 mil reais. O resultado foi tão positivo que neste ano ele repetiu a dose, desta vez em um curso intensivo de três dias com Marty Cagan, que liderou a criação de produtos em empresas como HP, Netscape, America Online e eBay.
"A primeira experiência foi muito boa. Me deu uma visão muito mais prática e diferente de encarar inovação", conta Caetano. Os conhecimentos foram prontamente aplicados na Sambatech, que na época tinha apenas cinco funcionários. "O curso abriu muito minha cabeça para a oportunidade de crescer", diz o executivo. Em 2008, a companhia recebeu um aporte de 5 milhões de reais do fundo de investimentos FIR Capital e conta atualmente com um quadro de 60 colaboradores.
<hr> <p class="pagina">A segunda experiência de Caetano, no Vale do Silício, também trouxe contribuições importantes para a empresa. "Esse curso me deu uma visão espetacular de como criar produtos únicos, produtos que sejam escaláveis", ele destaca. O impacto foi tamanho que o executivo contratou o renomado palestrante para vir ao Brasil prestar uma consultoria à sua empresa.<br><br>E os planos não param por aí. Caetano planeja fazer outro curso no exterior em breve fazer, desta vez em Stanford - meta compartilhada por Machado.<br><br>Os conselhos da dupla aos marinheiros de primeira viagem incluem procurar saber mais sobre os instrutores dos cursos antes de fechar a matrícula e apostar nos cursos de curta duração - que também exigem investimentos menores. "Os próprios professores da Babson, que oferece MBAs, recomendavam os cursos mais rápidos", destaca Machado.<br><br>Outra dica é procurar a escola tenha mais a ver com o perfil do seu atual empreendimento ou com a sua área de interesse. "No meu caso, como estou na área de tecnologia, o Vale do Silício tem uma visão mais interessante", justifica Caetano.<br><br>Antes de fazer o investimento, também é importante avaliar se você tem o perfil adequado para um curso deste tipo. "Uma das maiores barreiras para o empresário brasileiro é a fluência em inglês. O grande valor desses cursos está no networking e toda a experiência no exterior, e para isso é necessário tanto falar quanto se fazer entender. Isso elimina um grande número de pessoas que até poderiam fazer o investimento, mas não iriam aproveitá-lo tanto", observa Yuri Gitahy de Oliveira, fundador da Aceleradora, que presta consultoria a startups. <br><br>Ele destaca ainda que a maturidade do empreendedor deve ser compatível com o conteúdo do curso. "Já vi diversos donos de PMEs fazendo cursos como esses e aprendendo todos os conceitos certos, mas não tendo maturidade suficiente para transpor para seu dia a dia", enfatiza. <br><br>Para os empreendedores que ainda não se sentem prontos ou não têm os recursos para fazer este investimento, Oliveira recomenda o curso Empretec do Sebrae, para capacitação geral em empreendedorismo; MBAs de curta duração focados em finanças, marketing ou gestão em geral, como os oferecidos pela Fundação Dom Cabral e FGV; além de assistir o máximo possível de palestras de empresários e especialistas no segmento que a sua PME atua. <br><br>Leia mais sobre <a target="_blank" href="http://portalexame.com/noticias-sobre/pequenas-empresas1.shtml"><strong>pequenas empresas</strong></a>. </p>
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