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Cresce número de mulheres empreendedoras

Mineiras vencem preconceitos e comemoram resultados em mercados onde predomina a presença masculina

Segundo dados, quase 725 mil mulheres trabalham nos pequenos negócios mineiros (Dreamstime.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2012 às 16h43.

Belo Horizonte - Dos mais de 21,1 milhões de empreendedores no Brasil, 49,3% são mulheres . No estado, das mais de 668 mil micro e pequenas empresas, 35,6% são comandadas por elas – confira dados abaixo. O empreendedorismo feminino tem crescido nas últimas décadas, fenômeno ligado ao aumento no número de mulheres que avançam na formação educacional de nível técnico e superior.

“As mulheres estão evoluindo nos pequenos negócios e como profissionais liberais. Elas se destacam por terem mais conhecimento do mercado, serem mais bem preparadas e planejarem melhor. Mas ainda há preconceito”, afirma Mara Veit, gerente de Atendimento do Sebrae em Minas Gerais.

Mesmo enfrentando dificuldades no mercado, muitas mineiras têm o que comemorar no dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Uma delas é Daniele da Silva Fernandes. A estudante de Direito arregaçou as mangas e venceu o preconceito ao trabalhar no setor de construção civi, com serviços de reforma e acabamento. O primeiro desafio ela encontrou dentro de casa.

“Minha irmã ficou indignada e me perguntou se eu iria deixar o curso de Direito para me tornar pedreira”, diz Daniele. Certa de que poderia conciliar trabalho e estudo, há um ano Daniela procurou o Sebrae, tornou-se empreendedora individual e criou a Metropolle Empreiteira. O negócio deu tão certo que, no final de 2011, ela ultrapassou o limite de faturamento anual para a categoria, de R$ 60 mil, e obteve o registro de micro empresa.

Hoje, Daniele cuida mais da administração do negócio, mas, quando precisa, coloca a mão na massa e vai para o canteiro de obras. A demanda tem aumentado, mas o preconceito continua o mesmo, principalmente entre os colegas de profissão. “Muitos fazem piadas, mas logo se calam quando veem que faço o trabalho como qualquer outro homem. A diferença é que a mulher é mais caprichosa e se preocupa mais com a limpeza”, justifica.


Outra mulher que enfrentou um mercado quase que predominantemente de homens foi Lilian Garcia. A gerente da Oficina Segmento Mecânica começou a trabalhar há 15 anos no atendimento aos clientes e na cotação de preços. “No início não entedia nada. Mas era persistente e ia para debaixo do carro para identificar a peça e entender a funcionalidade”, conta.

De acordo com Lilian, alguns clientes já se recusaram a ser atendidos por ela, mas depois voltaram atrás. “Falo sobre o problema do carro, mas logo em seguida pedem que eu chame um mecânico para confirmar sobre o que estou falando e acabam se surpreendendo”, afirma.

O curioso é que dos mais de 3 mil clientes da oficina, mais da metade são mulheres. “É engraçado porque muitos homens ainda não aceitam o fato de uma mulher saber mais do que eles sobre mecânica e pedem para as mulheres ou as filhas trazerem o carro até a oficina”, comenta. “No início as pessoas desconfiam, mas nós mulheres buscamos sempre estar bem informadas, principalmente sobre o mercado. O conhecimento e os resultados acabam superando o preconceito”, explica.

Mão de obra feminina

Quase 725 mil mulheres trabalham nos pequenos negócios mineiros. O setor de serviços concentra cerca de 49,61% das trabalhadoras. (fonte Sebrae em Minas Gerais)

Dados – fonte Sebrae em Minas Gerais

Trabalhadoras por setor – fonte Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do governo federal

Trabalhadoras por região de MG – fonte Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do governo federal

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Belo Horizonte - Dos mais de 21,1 milhões de empreendedores no Brasil, 49,3% são mulheres . No estado, das mais de 668 mil micro e pequenas empresas, 35,6% são comandadas por elas – confira dados abaixo. O empreendedorismo feminino tem crescido nas últimas décadas, fenômeno ligado ao aumento no número de mulheres que avançam na formação educacional de nível técnico e superior.

“As mulheres estão evoluindo nos pequenos negócios e como profissionais liberais. Elas se destacam por terem mais conhecimento do mercado, serem mais bem preparadas e planejarem melhor. Mas ainda há preconceito”, afirma Mara Veit, gerente de Atendimento do Sebrae em Minas Gerais.

Mesmo enfrentando dificuldades no mercado, muitas mineiras têm o que comemorar no dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Uma delas é Daniele da Silva Fernandes. A estudante de Direito arregaçou as mangas e venceu o preconceito ao trabalhar no setor de construção civi, com serviços de reforma e acabamento. O primeiro desafio ela encontrou dentro de casa.

“Minha irmã ficou indignada e me perguntou se eu iria deixar o curso de Direito para me tornar pedreira”, diz Daniele. Certa de que poderia conciliar trabalho e estudo, há um ano Daniela procurou o Sebrae, tornou-se empreendedora individual e criou a Metropolle Empreiteira. O negócio deu tão certo que, no final de 2011, ela ultrapassou o limite de faturamento anual para a categoria, de R$ 60 mil, e obteve o registro de micro empresa.

Hoje, Daniele cuida mais da administração do negócio, mas, quando precisa, coloca a mão na massa e vai para o canteiro de obras. A demanda tem aumentado, mas o preconceito continua o mesmo, principalmente entre os colegas de profissão. “Muitos fazem piadas, mas logo se calam quando veem que faço o trabalho como qualquer outro homem. A diferença é que a mulher é mais caprichosa e se preocupa mais com a limpeza”, justifica.


Outra mulher que enfrentou um mercado quase que predominantemente de homens foi Lilian Garcia. A gerente da Oficina Segmento Mecânica começou a trabalhar há 15 anos no atendimento aos clientes e na cotação de preços. “No início não entedia nada. Mas era persistente e ia para debaixo do carro para identificar a peça e entender a funcionalidade”, conta.

De acordo com Lilian, alguns clientes já se recusaram a ser atendidos por ela, mas depois voltaram atrás. “Falo sobre o problema do carro, mas logo em seguida pedem que eu chame um mecânico para confirmar sobre o que estou falando e acabam se surpreendendo”, afirma.

O curioso é que dos mais de 3 mil clientes da oficina, mais da metade são mulheres. “É engraçado porque muitos homens ainda não aceitam o fato de uma mulher saber mais do que eles sobre mecânica e pedem para as mulheres ou as filhas trazerem o carro até a oficina”, comenta. “No início as pessoas desconfiam, mas nós mulheres buscamos sempre estar bem informadas, principalmente sobre o mercado. O conhecimento e os resultados acabam superando o preconceito”, explica.

Mão de obra feminina

Quase 725 mil mulheres trabalham nos pequenos negócios mineiros. O setor de serviços concentra cerca de 49,61% das trabalhadoras. (fonte Sebrae em Minas Gerais)

Dados – fonte Sebrae em Minas Gerais

Trabalhadoras por setor – fonte Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do governo federal

Trabalhadoras por região de MG – fonte Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do governo federal

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