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Conheça o negócio de saladas que começou com 200 reais

Depois de começar com apenas 200 reais, marca que vende saladas no pote recebeu aporte de 1,5 milhão de reais e espera abrir mais 10 lojas em 2016.

Salada da empresa Saladenha (Paulo Roger/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 05h00.

São Paulo – Oferecer saladas saudáveis e prontas para comer num pote. Essa foi a ideia de negócio que o empreendedor Acchile Biagioli teve há pouco mais de um ano, quando tentava encontrar uma saída para a crise que afetava a agência de publicidade onde trabalhava, em Itu (interior de São Paulo).

Só havia um problema, ele não tinha um tostão para investir. “Eu não sabia nem como ia terminar o mês”, lembra o empreendedor. A falta de dinheiro, no entanto, não o impediu de continuar. “Peguei 200 reais no cartão de crédito da minha noiva e fui comprar vegetais e potes para começar a produção”, conta.

Com o material nas mãos, Biagioli precisou resolver outro problema: a falta de espaço para produzir as saladas. Mas esse obstáculo tampouco impediu o empreendedor de seguir adiante. “Comecei a produzir na cozinha da agência mesmo. Era daquelas cozinhas só com café, geladeira e micro-ondas . Fiz a maior bagunça”, lembra.

Com as primeiras saladas prontas, Biagioli testou seu produto entre os amigos e colegas de trabalho. Consultou nutricionistas para garantir um cardápio balanceado e se preparou para começar a vender.

Nascia dessa forma a Saladenha, marca que vende saladas, caldos, frutas, sucos e lanches para quem está em busca de uma alimentação saudável e prática. O amigo e até então chefe na agência de publicidade Leandro Telles (que cedeu a cozinha onde tudo começou) gostou da ideia e entrou na sociedade. A noiva, Leidiane Carvalho, investiu mais mil reais no negócio e também se tornou sócia.

O negócio das saladas funcionava basicamente pela internet, através do Facebook. “O começo foi de muita ansiedade. Vendemos uma única salada no primeiro dia”, conta Biagioli, lembrando que a venda dos potes era fundamental para que ele conseguisse pagar as contas no mês seguinte. Depois de duas semanas, porém, o cenário começou a mudar e, no 14º dia, os sócios comemoraram a venda de 50 saladas.

Pouco depois veio outra notícia boa: a empresa conseguiu uma cozinha maior, com a condição de começar a pagar o aluguel somente seis meses depois. A operação começou a tomar forma, com motoboys para entregar os produtos. Nessa época, quando a Saladenha vendia apenas via delivery, o faturamento da empresa recém-criada já chegava aos 40 mil reais mensais.

Aporte de R$ 1,5 milhão

O negócio continuou crescendo. Um investidor se interessou tanto pela ideia que fez um aporte de 1,5 milhão de reais. Era o fôlego que os sócios precisavam. Com o dinheiro, eles puderam estruturar um modelo de negócio, reforçar a marca e aperfeiçoar produtos para abrir a Saladenha para o franchising.

Resultado: pouco mais de um ano depois da primeira salada, a marca já tem três lojas franqueadas, nas cidades de Salto, Itu e São Roque (todas no interior de São Paulo), além de uma quarta loja e dois food trucks em construção.

E o que Biagioli nos diz sobre a crise que tanto o preocupava um ano atrás? “Crise? Que crise?”, brinca o empreendedor. “Como surgimos e conseguimos crescer dentro da crise, imaginamos que quando ela acabar vamos crescer ainda mais.”

A expectativa dos empreendedores é que a marca fature 1 milhão de reais neste verão (período entre dezembro de 2015 e abril de 2016). Para este ano, a meta é abrir mais dez lojas, além de dois food trucks que já estão sendo construídos.

Para ter uma franquia da marca, é preciso investir 200 mil reais, fora o capital de giro, que fica em torno de 20 mil reais. O retorno do investimento demora entre 18 e 24 meses. Segundo Biagioli, uma loja da Saladenha fatura em média 60 mil reais por mês, sendo que a taxa de lucro é de 14% a 18%.

São Paulo – 2016 já está batendo à porta. Diante de tanto desemprego, muitos anotam como meta para o próximo ano abrir uma empresa própria. Porém, surge uma pergunta: que tipo de empreendimento pode se dar bem em um ano que também promete dificuldades? Para esclarecer essa questão, quatro especialistas ouvidos por EXAME.com indicaram algumas ideias de negócio que têm potencial para arrasar em 2016. Os entrevistados são Adir Ribeiro, fundador e presidente da Praxis Business; Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora; Luis Stockler, consultor da ba}STOCKLER; e Marcelo Minutti, professor de empreendedorismo e inovação do Ibmec/DF. Navegue pelos slides acima e confira as indicações de empreendimentos de sucesso .
  • 2. 1. Economia compartilhada

    2 /12(Thinkstock)

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    Negócios que foquem em atividades colaborativas, como o compartilhamento de produtos, têm tudo para dar certo em 2016. Isso porque eles seguem uma tendência não apenas de empreendimentos, mas de sustentabilidade: a economia compartilhada. Um exemplo de serviço nessa linha é o Airbnb: quem tem um espaço vago no apartamento pode cedê-lo a outras pessoas. “As pessoas gastam menos porque usam propriedades de outras pessoas. Há muitas propriedades e serviços que ficam ociosos, e você pode criar um negócio com isso”, explica Minutti.
  • 3. 2. Casual dining

    3 /12(Jupiterimages/Thinkstock)

  • Segundo Ribeiro, os restaurantes de “casual dining” são uma boa pedida para o próximo ano: eles apresentam um ticket-médio compatível com a classe média, que busca opções mais baratas do que os restaurantes mais sofisticadas, mas sem recorrer ao fast food. O segredo para ter um negócio de casual dining de sucesso, diz o especialista, é escolher um tipo de comida que atraia o público em geral e fazer com que a empresa tenha um modelo escalável, fácil de se replicar.
  • 4. 3. Comida para quem tem restrições alimentares

    4 /12(Thinkstock)

    Seja por questões genéticas ou para manter a dieta, muitas pessoas fazem uma dieta restritiva: sem laticínios, açúcar ou glúten, por exemplo. Segundo Ana, oferecer um serviço de alimentação nessa área, com bons processos logísticos e produtos adequados, é uma boa ideia de negócio. “Há algumas iniciativas, mas nenhuma é abrangente o suficiente. Cada vez mais, as pessoas terão restrições alimentares, então é bom olhar para esse mercado.”
  • 5. 4. Comida pronta e delivery

    5 /12(Divulgação)

    Seguindo uma justificativa parecida à do casual dining, o serviço de comida pronta e de delivery são alternativas de menor custo para quem não consegue mais pagar um restaurante sofisticado. Tanto a comida pronta quanto o delivery também oferecem uma economia de tempo, o que seria um diferencial desses setores diante de uma rotina cada vez mais atribulada.
  • 6. 5. Cuidadores de idosos

    6 /12(Thinkstock)

    Mesmo com alguns negócios surgindo nessa área, ainda há uma falta de soluções para quem tem pais idosos e não tem condições de cuidar deles pessoalmente. “O grande drama, na verdade, é a união entre cuidadores capacitados e preços adequados para uma família comum”, explica Ana. “Quem conseguir uma boa solução que englobe estes dois fatores irá acertar no negócio.”
  • 7. 6. Educação profissional

    7 /12(Thinkstock)

    Em épocas de crise, muitas pessoas são demitidas de seus trabalhos e buscam recolocação no mercado de trabalho. Por isso, afirma Minutti, negócios que foquem na melhora da empregabilidade dos seus clientes e capacitação para recolocação no mercado de trabalho têm potencial para 2016. Ana ressalta que não são apenas empresas de aperfeiçoamento e especialização que podem ter sucesso, mas também as que ensinam a ter um comportamento mais empreendedor. “As pessoas buscarão alternativas, o que deve gerar uma série de oportunidades na educação empreendedora.”
  • 8. 7. Exportação

    8 /12(Thinkstock)

    Com o dólar valorizado, e sem uma perspectiva de queda significativa no curto prazo, negócios brasileiros que trabalhem com a exportação podem ser beneficiados, afirma Luis Stockler. “Várias franquias brasileiras estão se expandindo para fora, apostando no apelo forte que os produtos brasileiros possuem.” Ana também ressalta que há mais oportunidade nesse setor do que os empreendedores imaginam. “Muita gente acha que exportar só diz respeito aos Estados Unidos e à Europa, mas há muitos mercados pouco explorados na América Latina e que apresentam um bom crescimento. Por exemplo, Equador, Chile, Colômbia e Nicarágua.”
  • 9. 8. Manutenção/reparo de produtos

    9 /12(Olegator1977/Dreamstime.com)

    Os consumidores estarão procurando soluções mais baratas em época de recessão. Por isso, negócios que investem na manutenção e na reparação de produtos têm um grande potencial para o próximo ano, afirmam Ribeiro e Minutti. A ideia é manter em bom estado aquilo que já foi comprado, gerando menos gastos. Por exemplo, é possível fazer a manutenção de casa e carros e reformar móveis e peças de roupas.
  • 10. 9. Serviços de limpeza a domicílo

    10 /12(Thinkstock)

    Com o grande custo associado à contratação de empregados domésticos, muitas pessoas estão restringindo a limpeza da casa ou do escritório apenas a momentos realmente críticos. “Assim, os consumidores trocam um custo fixo por um variável, contratando apenas quando há uma demanda”, explica Ribeiro. Nesse sentido, serviços que agenciem a limpeza pontual de residências e escritórios podem apresentar crescimento neste ano. Algumas redes de franquias já adotam essa ideia.
  • 11. 10. Eficiência em saúde

    11 /12(Getty Images)

    O Brasil possui problemas na área de saúde pública, e há uma carência grande de serviço qualificado para pessoas de baixa renda ou que não possuem um plano de saúde privado. Nesse sentido, já estão surgindo alguns negócios que oferecem soluções nessa linha.

    Ainda há espaço para surgirem outras ideias nesse segmento. Por exemplo, empresas voltadas à melhoria do atendimento ou ao maior acesso a tratamentos médicos”, diz Ana.

  • 12. Veja agora as ideias que impactaram este ano:

    12 /12(Thinkstock)

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