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Como sua empresa pode copiar o sucesso do Netflix

Barry Enderwick, que trabalhou por 11 anos na empresa, compartilhou algumas dicas para “recriar o sucesso meteórico do Netflix”. Confira:

Netflix: CEO afirmou que empresa busca oferecer o mesmo conteúdo em todos os países (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Mariana Fonseca

Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 05h00.

São Paulo – O Netflix é um bom exemplo de empresa que inovou dentro de um mercado tradicional: a assinatura mensal para ver uma quantidade ilimitada de filmes quebrou o negócio das videolocadoras e tem tudo para atingir uma presença global.

Por isso, é fácil imaginar que muitas startups se inspirem no modelo de negócios do Netflix. No Brasil, alguns exemplos são a eduK, que possui uma assinatura mensal de cursos online, e o Cosmic, que trabalha com quadrinhos.

Mas como se inspirar no Netflix para obter sucesso? O ex-funcionário Barry Enderwick ficou 11 anos na empresa, trabalhando no setor de Marketing. Em um artigo no LinkedIn, ele compartilhou algumas estratégias para “recriar o sucesso meteórico do Netflix” no seu próprio negócio. Confira algumas dicas:

1. Troque sua estratégia para abalar a concorrência

O Netflix começou como um serviço de entregas de DVD porta a porta. Rapidamente, eles perceberam que a ideia de alugar um filme por vez não teria futuro, e decidiram criar a assinatura mensal do serviço. Antes, havia uma cota de filmes que poderiam ser alugados (mais pedidos geravam uma multa); após seis meses operando por esse modelo, o negócio decidiu que não haveria um limite.
Segundo Enderwick, nessa troca de estratégias eles conseguiram não só ajustar seu produto ao mercado, mas também colocaram em cheque todas as outras companhias do ramo.

Conclusão? Ter uma estratégia não só permite planejar a longo prazo, mas também é possível usá-la para frustrar sua competição.

2. Fortaleça sua marca

Enderwick conta que, em 2001, o Netflix ainda não sabia direito o que poderia oferecer ao consumidor para que ele considerasse a empresa. Três anos depois, a startup decidiu seu logo: “Movie enjoyment made easy” (“Apreciar filmes de forma fácil”). A partir daí, tudo que foi feito na companhia levou em consideração essa frase.

Conclusão? Uma posição de marca bem estudada faz com que todas as estratégias da sua empresa tenham uma orientação.

3. Seja o primeiro a apostar em uma inovação

Com a popularização da internet, o Netflix mudou seu objetivo: de ser a maior locadora de DVDs no mundo para a que apostaria na tendência do streaming (transmissão online) de filmes. Então, a nova estratégia era a de se tornar grande no mercado dos DVDs e, depois, fazer a transição para o novo serviço. Quando os competidos notassem a importância do streaming, o Netflix já teria sua base de usuários cadastrada.

Conclusão? Ninguém pode prever o futuro, afirma Enderwick. Mas mudar sua estratégia, antecipar uma tendência ou reagir a um mercado em mudança significa que você não irá afundar por ter escolhido um plano de curto-prazo.

4. Mate o que o impede de alcançar seus objetivos

Você se lembra do Netflix Box? Ele era um aparelho de streaming criado pelo próprio Netflix, que investiu pesado na divulgação do produto. Porém, o que importava para o Netflix era o futuro e não o passado, diz Enderwick. E o futuro era ter o streaming de filmes em qualquer aparelho conectado à internet.

Por isso, todo o investimento (de dinheiro e de tempo) na divulgação do Netflix Box foi pelo ralo. Era preciso convencer empresas como Microsoft, Samsung e Sony a terem o Netflix instalado em seus aparelhos. E ter seu próprio produto só iria criar obstáculos para a penetração do serviço. Era preciso matar o Netflix Box para não matar essa estratégia.

Conclusão? Quando falamos de estratégias, saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. Sempre é uma boa ideia rever suas decisões no meio do caminho. Mesmo que doa no curto prazo, reverter uma decisão pelo ganho a longo prazo é o melhor a se fazer.

5. Está perdendo espaço? Aproveite esse timing

Na época em que o Netflix era apenas uma distribuidora de conteúdo já existente, ele seria em breve desbancado por serviços com mais capital para adquirir produções, como a Amazon ou o YouTube. É por isso que a companhia decidiu diferenciar-se dos concorrentes, criando conteúdo original.

Os frutos dessa mudança são produções de sucesso, como House of Cards, Orange is The New Black e Narcos. Fazendo o conteúdo certo (após muita pesquisa), o resultado é a retenção dos consumidores: eles sempre voltam ao Netflix para ver sua série preferida. Isso também gera a aquisição de novos clientes: quem gostou do que viu irá contar para seus amigos, virando um “evangelizador” do produto.

Conclusão? Fazer uma mudança de estratégia na hora certa pode trazer diversos benefícios.

6. Tenha uma cultura dentro da sua empresa

Quando Enderwick começou a trabalhar no Netflix, a startup ainda não tinha uma cultura muito definida. Um tempo depois veio a “cultura da alta performance”: nela, cada funcionário é considerado um adulto responsável, que deve tomar decisões e viver com as consequências delas.

Isso gerou diversos impactos. Por exemplo, os funcionários contratados depois da mudança focaram mais nas funções para as quais foram escolhidos, o que gera eficiência e inovação.

Conclusão? O pensamento estratégico aplicado à cultura da sua empresa traz clareza para tudo na companhia, o que se traduz em ganhos.

A chegada do final do ano é uma ótima oportunidade para reciclar os sonhos e colocar em prática aquela vontade de empreender. Para ajudá-lo nessa empreitada, selecionamos oito casos de sucesso que podem servir de inspiração para o seu projeto. Navegue pelas fotos acima e conheça as histórias desses empreendedores . *Colaborou Mariana Fonseca.
  • 2. Supera

    2 /10(Divulgação)

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    Ao buscar uma forma de ajudar o filho a entender matemática, o engenheiro aeronáutico Antonio Carlos Perpétuo acabou criando uma rede de escolas de ginástica para o cérebro, a Supera, que hoje tem 200 unidades. Antes da rede de escolas, Perpétuo teve outros negócios, como uma rede de lojas de sapatos. Mas ele não se sentia satisfeito. “Tinha uma coisa dentro de mim que dizia ‘não está bom’. Eu queria montar uma coisa inovadora”, conta.
  • 3. Macpoli

    3 /10(Divulgação)

  • A empresária Rafaella Giraldi começou a trabalhar como operadora de telemarketing e hoje é dona de uma rede de escolas, a Macpoli. “As pessoas falavam que eu era doida, que não ia dar certo, que havia muitos concorrentes no mercado", lembra. Assim como a empresária, muitos novos empreendedores enfrentam resistência de familiares e amigos. O importante é nãos e deixar abalar.
  • 4. Gracom

    4 /10(Divulgação)

    Perceber uma demanda reprimida e investir na ideia: essa é uma das principais características dos empreendedores e foi o que levou Diego Monteiro a ter sucesso com sua empresa, a Gracom. Monteiro nunca trabalhou com tecnologia, mas percebeu uma demanda por cursos de computação gráfica no Norte e no Nordeste do país. Hoje, sua rede de escolas tem 15 unidades e deve fechar 2015 com faturamento de 21 milhões de reais.
  • 5. A Tal da Castanha

    5 /10(Divulgação)

    O grande conhecimento sobre um produto serviu de incentivo para o empreendedor Felipe Carvalho abrir seu próprio negócio. Dono da marca A Tal da Castanha, que oferece produtos feitos com castanha de caju, Carvalho começou a trabalhar na empresa do pai, que vende castanhas no atacado. Seguindo a tendência da alimentação saudável, a empresa deve fechar o ano com faturamento de 5 milhões de reais.
  • 6. Banda da empresa Webradar

    6 /10(Márcio Pereira/Divulgação)

    Não basta ter uma boa ideia e conhecimento para executá-la. Para ter um bom negócio, é preciso investir na equipe que trabalha com você. Foi pensando nisso que a empresa de tecnologia Webradar decidiu pagar aulas de música para seus funcionários. “Nosso dia a dia exige muita atividade intelectual e inovação. Por isso, buscamos alternativas para estimular a criatividade e ao mesmo tempo de fugir da repetição diária”, conta o CEO Adriano Lima.
  • 7. Popooyo

    7 /10(Divulgação/HOOPP Studio)

    Às vezes, a oportunidade para um negócio chega de surpresa. Foi o que aconteceu com a empreendedora Ana Baravelli. Ela não trabalhava com comida, mas começou cozinhar para um amigo. A ideia deu tão certo Ana passou a receber encomendas de bentôs (espécie de marmita japonesa). Foi o início de sua empresa, a Popooyo, que entrega essas marmitas em casa para vários bairros de São Paulo.
  • 8. Tartuferia San Paolo

    8 /10(Divulgação)

    Garantir que o consumidor possa pagar pelo seu produto é importantíssimo para a saúde de um negócio. Para o empresário Lalo Zanini, este é o ponto fundamental. Em 2014, Zanini abriu a Tartuferia San Paolo, um restaurante que leva trufas em todos os pratos. “Nosso prato mais barato é um pão de queijo com trufa, vendido a dez reais. Meus preços vão até 65 reais, bem baixos para esse produto”, afirma Zanini. Para facilitar ainda mais, o empreendedor agora também parcela a conta do cliente.
  • 9. Magari Blu

    9 /10(Divulgação)

    Largar o emprego e investir num negócio próprio é um sonho que muitos empreendedores já tiveram. Para Ana Maria Junqueira isso virou realidade. Ela trabalhava num escritório de advocacia, mas decidiu deixar a segurança do emprego fixo e investir em seu blog de viagens, o Magari Blu. “Foi um projeto de qualidade de vida, para fazer algo que eu amo”, lembra a empreendedora.
  • 10. Ficou inspirado? Veja agora ideias de negócio inusitadas

    10 /10(Thinkstock)

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