Como internacionalizar a minha PME?
Expandir a operação para outros países não acontece apenas com grandes empresas; veja dicas de como internacionalizar uma PME
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2022 às 10h00.
Última atualização em 17 de março de 2022 às 11h31.
Por Fundação Dom Cabral
Quando o assunto é internacionalização, muitas coisas se passam pela cabeça do empresário. Não é só para empresa grande? Como sobreviver com certa sensação de crise permanente e prosperar no exterior? Precisarei fazer grandes investimentos? Adaptar meus produtos e serviços? Melhorá-los? Tenho recursos para isso tudo? Vai valer a pena? Por onde eu começo? Como planejar?
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Mas internacionalizar não é coisa apenas para grandes empresas, com muito capital e colaboradores. Já se foi essa época: a emblemática participação do Estado financiando as grandes navegações do século XV e XVI, abrindo caminhos para as companhias comerciais; o grande movimento das companhias transnacionais após a 2ª Guerra Mundial, com o surgimento e fortalecimento de organizações de incentivo e segurança ao comércio internacional (o que originou a OMC), e com o desenvolvimento tecnológico acelerado.
Pois esse desenvolvimento, consequência e causa de grandes transformações sociais e econômicas, que atualmente tem como sua face mais evidente as tecnologias digitais de comunicação, é que possibilita contexto repleto de oportunidades para as pequenas e médias empresas brasileiras se internacionalizarem.
Como os economistas gostam de dizer, custos de transação decrescentes para os negócios internacionais. Em outras palavras, ficou mais fácil, até menos arriscado, uma PME fazer negócios com ou no exterior, desde que empregue abordagem adequada e que nesse artigo vamos organizar em dicas para internacionalização.
1. Planeje com objetividade
Analise e estude seu mercado no exterior. Busque informações e dados. Há três decisões essenciais que precisam ser encaradas com objetividade pelas PMEs, que não dispõem de recursos para especulações:
1ª) Qual a forma de internacionalização que melhor se adequa ao meu negócio no estágio em que ele está? Será uma parceria com outra empresa no exterior, uma joint venture, abertura de filial ou unidade, licenciamento da sua marca? Ou sua empresa começará a conhecer e explorar mercados estrangeiros exportando produtos ou serviços? Nesse ponto é preciso fechar e definir o que é internacionalização para sua empresa.
2ª) Qual o grau de exposição e risco que seu negócio está disposto a suportar? Cada forma de internacionalizar tem prós e contras, oportunidades e riscos associados. É fundamental identificá-los para decisão consciente. Por exemplo, sua empresa pode correr poucos riscos, no início começando a exportar, e aos poucos conhecer mercados estrangeiros para uma exposição maior no futuro, como a abertura de uma unidade, centro de distribuição ou fabricação?
3ª) Qual mercado minha expansão internacional deve priorizar? O mundo está repleto de países mais ou menos alinhados à sua oferta original, ao seu modo de fazer negócios, à sua cultura. Qual desses mercados tem a melhor demanda em potencial e é mais adequado de início? É preciso elencar critérios claros para iniciar ação efetiva.
2. Pense grande, mas aja com estratégica e foco
Para não deixar que “um mudo de oportunidades” planejadas se torne um pesadelo, ou ter planos que não saem do papel, reconheça que sua empresa pretende começar em mercados desconhecidos na prática, que mesmo dentro da melhor análise possível, há sempre aspectos de negócios não previamente reconhecidos. É comum o caso de empresas brasileiras que começam com estratégia internacional alcançarem em nichos, ao reconhecer e afirmar diferenciais ou inovações de seus produtos ou serviços. Ao iniciar a expansão internacional bem-sucedida, criando marca, sua empresa terá oportunidade para alargar o escopo de sua oferta no futuro, progressivamente.
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3. Reconheça e afirme seus diferenciais
Para ir ao exterior, seu negócio precisa levar algo a mais: soluções para demandas que empresas do mercado alvo não foram capazes de satisfazer da mesma forma que a sua é capaz. Empresas brasileiras de qualquer porte podem explorar o que se chama de brasilidade: elementos típicos da fauna, da flora, da cultura brasileira. É o caso dos negócios de alimentos, moda, cosméticos, editoriais, audiovisual. Na falta dessa possibilidade, pode haver diferenciais em produtos ou serviços com soluções muito específicas. Use com competência e propriedade esses ativos.
4. É preciso agir
A preparação é essencial na expansão internacional. Derruba mitos, altera paradigmas, dá segurança e direção às decisões e ações. Ela é um processo: tem começo, muitos meios e alguns fins. Entretanto, não se pode esperar que todas as variáveis estejam totalmente controladas ao desbravar mercados desconhecidos às PME’s. Faz parte do processo aprender e melhorar. Não há mágica. Há trabalho e investimento. Claro que o retorno deve aparecer, nem sempre de imediato.
5. Use a tecnologia
Já foi dito que as tecnologias tem diminuído os custos de transação na expansão internacional, o que vale plenamente para as PMEs. Portanto, use-as para planejar, prospectar, promover, divulgar e dar assistência aos seus negócios no exterior.
Além disso, as tecnologias digitas cuja aplicação foi acelerada nos últimos anos, nos advertiram sobre a gama de possibilidades da prestação de serviços transnacionais. A PME tem pleno acesso a tais tecnologias e pode se aproveitar das transformações em curso. Por exemplo, se aprendemos a prestar serviços de forma remota em terras domésticas, por que não no exterior?
Assim, já foi o tempo em que internacionalizar era negócio apenas para grandes empresas. Com planejamento, objetividade, foco, ação, uso de seus diferenciais e das tecnologias digitais, a PME tem plenas condições de partir para internacionalização de seus negócios.
Além de criar novas unidades ou parceiras, aumentar faturamento, esta etapa pode dar ao seu negócio caráter global. Não é fácil, mas cria condições e estímulos para virar a página de sua história e contribuir para um mundo mais integrado e próspero.