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Comércio de SP cria plano contra a crise da água

Os pequenos empresários mais precavidos já pensaram em formas para amenizar os problemas da escassez


	Caixa d'água: o proprietário da pizzaria Jullia comprou mais sete caixas d’água de 500 litros para garantir o abastecimento
 (Andrevruas/Wikimedia Commons)

Caixa d'água: o proprietário da pizzaria Jullia comprou mais sete caixas d’água de 500 litros para garantir o abastecimento (Andrevruas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 08h45.

São Paulo - A crise da água tem tirado o sono de muitos pequenos empresários que dependem do abastecimento para o estabelecimento funcionar. Os mais precavidos já pensaram em formas para amenizar os problemas da escassez.

É o caso do proprietário da pizzaria Jullia, Wilson Capellini. No meio do ano passado, ele comprou mais sete caixas d’água de 500 litros, que estão no porão da pizzaria localizada em Santana, zona norte de São Paulo.

Ele tinha apenas duas. Agora, consegue manter um "estoque" de 4,5 mil litros.

Ele acredita que a pizzaria consegue funcionar por três dias sem depender do abastecimento. Mas, se houver um racionamento maior, ele terá de recorrer aos caminhões-pipa. A possibilidade de não abrir a pizzaria atormenta o empresário. "Estou perdendo o sono."

De acordo com o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Miguel Juan Bacic, a situação é extremamente séria e afeta toda a sociedade e o setor produtivo.

"O fechamento de um número maior de pequenas empresas do que seria um valor normal é altamente provável", afirma.

Localizado na Vila Clementino, zona sul, o Cão&Cia Pet Shop sofre há quatro meses com a falta de água. Para enfrentar a situação, o veterinário Ricardo Miatto realizou uma reforma no local, instalou uma nova caixa d’água, reaproveita a água do banho para lavar a frente da loja e na descarga.

O serviço de banho e tosa representa 25% do faturamento. Em média, o local realiza 700 banhos por mês. Caso a situação piore, Miatto cogita instalar um poço artesiano, se for possível, e deixar a água tratada para o banho e tosa, o que causaria impacto no custo do serviço.

Mas, caso não consiga fazer a instalação, o cenário é desanimador: diminuir a quantidade de banhos, o que acarretaria em demissão de funcionários.

Antes de abrir a lavanderia Wash&Go, há um ano e meio em Perdizes, zona oeste, o casal Selma e Vagner Jorge planejou a capacidade de armazenamento de água como uma forma de ter mais autonomia.

Segundo Jorge, o bairro sofre desde agosto com a restrição de água e já chegou a ficar pelo menos dois dias sem abastecimento.

"Diante desse cenário, me vejo mais cauteloso. A Wash&Go foi criada com a intenção de abrir franquias, mas hoje vemos um cenário que assusta qualquer um."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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