PME

Com licença de corretora de câmbio, TransferWise prevê queda nos preços

Fintech poderá ofertar novos produtos e serviços para pessoas físicas e – quem sabe – empresas. A ideia é reduzir as taxas de 1,5% para 0,74% por operação

TransferWise: um produto que pode ser oferecido localmente é uma conta multi moeda voltada para quem pretende visitar um destino internacional (TransferWise/Divulgação)

TransferWise: um produto que pode ser oferecido localmente é uma conta multi moeda voltada para quem pretende visitar um destino internacional (TransferWise/Divulgação)

NF

Natália Flach

Publicado em 8 de junho de 2020 às 15h25.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 16h05.

Depois de dois anos de espera, a fintech TransferWise obteve a licença do Banco Central para atuar como corretora de câmbio no Brasil. Até então, a companhia operava como correspondente bancário, em parceria com o Banco Rendimento e com o MS Bank. A mudança vai muito além da nomenclatura: a ideia é que, a partir de agora, a TransferWise oferte novos produtos e serviços. "Também esperamos que as taxas cobradas caiam", afirma Heloisa Sirota, diretora-geral da companhia para o país. Hoje, a taxa média cobrada no Brasil é de 1,5% por operação, enquanto no mundo é de 0,74%. "Também queremos trazer mais competitividade para o segmento que é concentrado nas mãos dos grandes bancos."

Se com a operação de correspondente bancário o Brasil já entrou para o ranking dos cinco principais mercados da TransferWise, as expectativas agora com a nova licença são ainda mais ambiciosas. "Seremos ainda mais ágeis para atender às demandas de nossos clientes", diz a executiva. Hoje, a maioria das transferências da TransferWise feitas no Brasil acontece em menos de 24 horas, sendo que 10% do total já é feito em menos de 1 hora.

Entre as novidades em estudo, estão a possibilidade de endereçar produtos e serviços para pessoas jurídicas — que hoje não estão no escopo da TransferWise no Brasil, apesar de ser uma realidade em outros mercados. Desde que começou a atuar no país, em abril de 2016, a empresa já intermediou 26 bilhões de reais de remessas de fora para o Brasil e do Brasil para o exterior.

Outro produto que pode ser oferecido localmente é uma conta multimoeda voltada para quem pretende visitar um destino internacional. A ideia é que o turista compre aos poucos a moeda do país de destino — a taxa de câmbio aplicada é da data da compra — e tenha essa reserva para o momento da viagem. "Estamos trabalhando para que não incida cobrança de imposto sobre operação financeira (IOF)", acrescenta. Essa conta disponibiliza um cartão de crédito que permite fazer saques em caixas eletrônicos.

Apesar da permissão para abrir uma casa de câmbio, a TransferWise não pretende seguir por esse caminho. "Nossa operação é puramente virtual e pretendemos mantê-la assim, sem incluir papel moeda." Atualmente, a empresa transaciona 5 bilhões de dólares por mês em todo o mundo.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCorretorasFintechsRemessas de dinheiro

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar