Guilherme Salgado, fundador da 3778: o médico fundou a healthtech em 2018 com os colegas Fernando Barreto e Bruno Herrera (3778/Divulgação)
Lucas Amorim
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 07h38.
Um negócio estimado em 200 milhões de reais está unindo a healthtech 3778, especializada em gestão de dados de saúde, à TEG Saúde, de gestão de serviços, e à Imtep, maior gestora de ambulatórios corporativos do país e com clientes como Petrobras e Ambev no portfólio. O negócio foi desenhado pelo médico Guilherme Salgado, fundador da 3778, e por investidores como Randal Zanetti, criador da Odontoprev, a gestora de investimentos UV e a LTS Investments, do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
O foco da empresa está no enorme mercado de planos de saúde corporativa, que tem 31 milhões de vidas já atendidas no Brasil. Desse universo, 1,13 milhão já são atendidos pela 3778, que em dois anos de operação já teve 3 bilhões de reais em serviços passando por sua plataforma. Juntas, as três empresas têm 1.700 clientes ativos, atuam em 700 cidades e gerem 200 ambulatórios corporativos.
A nova empresa é uma tacada que amplia a visão de Salgado para o mercado de saúde privado no Brasil. Segundo ele, é preciso um player independente para fazer a conexão entre os grandes planos de saúde e a rede de hospitais credenciados. A especialidade da 3778 é a gestão de dados e o conhecimento do histórico dos pacientes. Com isso, pode, por exemplo, recomendar uma cirurgia imprescindível ou brecar um exame desnecessário. “Guilherme e seu time têm muita profundidade no uso de dados e inteligência artificial para saúde, o que não é usual”, diz Randal Zanetti.
"Somos um negócio de inteligência artificial em saúde. Com dados, conseguimos oferecer aos pacientes saúde de ponta com preços menores que permitem a entrada de mais clientes no mercado", diz. "O hospital ganha mais quanto mais doentes as pessoas ficam, e os planos ganham mais se as pessoas usarem pouco o serviço. Nós ficamos no meio do caminho, e temos a independência como pilar".
A premissa de Salgado é que nem toda tecnologia amplia os custos em saúde, como tem sido a tônica do setor nos últimos anos no Brasil, com inflação médica galopante. A companhia auxilia as empresas com planos corporativos a gerir sua carteira de saúde, controlando custos e melhorando a eficiência. Tem 2.000 funcionários, entre atendentes, médicos e enfermeiros, que fazem o atendimento aos clientes e a intermediação com planos e hospitais — tudo baseado numa montanha de dados de mais de um milhão de clientes.
Boa parte do atendimento é online, mas quando necessário a empresa tem equipe em campo dentro das empresas. "Saúde ainda se faz com dedo no pulso", diz Salgado. Em 2020, a companhia cresceu 70% e faturou 200 milhões de reais. Agora, com as duas aquisições, a ideia é de fato oferecer um negócio integrado, numa iniciativa que o empreendedor tem chamado de "omnicare". A meta é chegar a 5 milhões de clientes em 5 anos. "Queremos melhorar a qualidade de serviço para quem já tem plano, e permitir o acesso de novos clientes", diz Salgado.
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