Estação Hack: estão abertas novas vagas para acelerar negócios com foco não apenas em rentabilizar, mas também em cumprir propósitos sociais (Marco Torelli/Facebook/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 15h43.
Última atualização em 21 de março de 2018 às 11h44.
São Paulo – O Facebook abriu oficialmente as portas de seu primeiro centro de inovação hoje (11), no centro de São Paulo. A Estação Hack, que já estava em construção há alguns meses, irá abrigar desde cursos de capacitação tecnológica para jovens até acelerações de startups com impacto social.
Esse é o primeiro empreendimento do tipo feito pela rede social no mundo todo, além de representar o maior investimento já realizado pelo Facebook na América Latina. O espaço colaborativo ocupa uma área exclusiva dentro do WeWork, espaço de coworking localizado na Avenida Paulista.
Diego Dzordan, vice-presidente do Facebook e Instagram para a América Latina, ressalta que o Facebook encomendou uma pesquisa com o instituto Morning Consult. Das mais de 1.000 pequenas e médias empresas, 82% afirmam que as habilidades digitais são mais importantes do que a instituição na qual o candidato estudou. Além disso, 85% desses empreendimentos afirma que recrutar um funcionário capacitado é um desafio para seus negócios.
“Queremos devolver a esse Brasil, que abraçou o Facebook de forma tão significativa. Só para darmos uma noção, todos os meses são mais de 122 milhões de brasileiros acessando nossa rede social. Essa é a nossa maneira de apoiar o desenvolvimento da inovação aqui no país”, afirma Dzordan.
Na Estação Hack, serão dadas aulas em três temas: capacitação e preparação para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo digital; desenvolvimento de aplicativos; e programação.
As aulas começarão amanhã (12) e, por ano, 7.400 bolsas serão cedidas quem queira capacitar-se digitalmente e aumentar sua empregabilidade - 4.400 bolsas serão para jovens e 3.000 para micro e pequenos empreendedores.
Os cursos e workshops serão ministrados por parceiros como MasterTech, MadCode, Reprograma, Junior Achievement e Centro de Empreendedorismo e Negócios da FGV (FGVCenn). O próprio Facebook também fará mais sessões de seu programa de marketing digital, que já capacitou 200 mil pequenos e médios empreendedores.
Daniel Cleffi, sócio-fundador da MadCode, conta ao site EXAME que a empresa já é parceira do Facebook há três anos, atuando na estação que a rede social montou na comunidade de Heliópolis (São Paulo).
A MadCode dará o curso de desenvolvimento de aplicativos aos jovens. “Ensinamos o básico de programação para desenvolver um aplicativo funcional, que use recursos do próprio smartphone, como o GPS”, explica Cleffi. “Tudo começa quando questionamos qual problema da vida deles eles querem resolver por meio da tecnologia. A gente sempre se surpreende com as soluções que eles criam.”
Além do pilar educacional, a Estação Hack também hospedará startups que fazem uso intensivo de dados em suas soluções e, ao mesmo tempo, queiram gerar transformações positivas e de larga escala para a sociedade. Para isso, o Facebook formou uma parceria com a organização pioneira no fomento de negócios sociais Artemisia.
Dez negócios foram selecionados para a primeira aceleração, que ocorrerá entre janeiro a junho de 2018. Ao todo, foram mais de 760 startups inscritas e cinco áreas foram delimitadas pelo Facebook: educação; empregabilidade de jovens e adultos de baixa renda; engajamento cívico; microempreendedorismo; e serviços financeiros para inclusão ou educação financeira.
Um desses empreendimentos é o Banco Maré, que oferece serviços bancários para regiões que normalmente não teriam acesso ao sistema financeiro. Alexander Albuquerque, um dos fundadores da startup, contou ao site EXAME suas motivações para participar da aceleração.
“O Facebook e o WhatsApp são algumas das plataformas mais aderentes ao nosso público-alvo. Estamos expandindo para Heliópolis também, e sabemos que o Facebook possui uma base lá”, afirma Albuquerque. Com a expansão para Heliópolis e para o Nordeste do Brasil, o Banco Maré espera saltar de 7.500 para 40.000 usuários nos próximos três meses.
Confira a lista de empreendimentos sociais escolhidos:
Startup | Setor e descrição de negócio |
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Kunla | Empregabilidade: a Kunla desenvolveu uma plataforma que permite que mães possam trabalhar de maneira autônoma em suas próprias comunidades e gerar renda, por meio da atividade de recrutamento e seleção de profissionais. |
TAQE | Empregabilidade: TAQE é um jogo criado para preparar as pessoas para o mercado de trabalho e oferece vagas de emprego que tenham a ver com o perfil do candidato. O app conta com aulas e testes interativos. |
Banco Maré | Serviços financeiros: Banco Maré é uma startup social que oferece serviços bancários para regiões que normalmente não teriam acesso ao sistema financeiro. |
SmartSíndico | Serviços financeiros: o SmartSíndico é um app que ajuda síndicos e moradores de condomínios a fazer uma administração mais simples e econômica, zelando pela manutenção e pela redução de custos e de conflitos. |
Redação Online | Educação: a Redação Online é uma solução que viabiliza correções de redações preparatórias para ENEM, Vestibulares e Concursos, com qualidade e em escala nacional, com comentários detalhados, recomendações de reescrita e chat para conversar com professores e corretores. |
Diaspora.Black | Microempreendedorismo: a Diaspora.Black é uma plataforma de hospedagem focada em viajantes e anfitriões interessados em promover a cultura negra, com foco no empoderamento e fortalecimento econômico da comunidade negra. |
YouTrendz | Microempreendedorismo: a Youtrendz é uma rede voltada à venda, compra e compartilhamento, com foco no micro e pequeno empreendedor. |
Pluvi.On | Engajamento cívico: a Pluvi.On utiliza uma rede de estações meteorológicas proprietárias para gerar alertas antecipados e em tempo real para a população em relação a eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos. |
Muove | Engajamento cívico: a e-Muove identifica ineficiências nas finanças municipais e sugere ações de melhoria ao gestor público, através de uma plataforma fechada. |
Simbiose Social | Engajamento cívico: a Simbiose Social é uma plataforma criada a partir do cruzamento de todos os dados públicos referentes a Leis de Incentivo no país. De um lado, o Sistema de Empresas otimiza a gestão do recurso e permite buscar os projetos. Do outro, o Sistema de Projetos empodera projetos sociais ao municiá-los com informações referentes ao perfil das empresas. |