Agnes Cristina, fundadora e presidente da CatMyPet: empresa foi criada em 2015 para oferecer produtos para gatos (CatMyPet/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 23 de julho de 2020 às 06h00.
Última atualização em 23 de julho de 2020 às 10h26.
A pandemia de coronavírus tornou o álcool gel um item indispensável. Tentando se proteger do vírus, os brasileiros incorporaram o produto em suas rotinas. O problema é que muitos acabaram aplicando o antisséptico também nas patas de seus cães e gatos. Como esses animais se lambem muito, a prática acabou intoxicando alguns bichinhos.
Ao se deparar com relatos de veterinários sobre a intoxicação por álcool gel, a empreendedora Agnes Cristina, dona da marca de produtos para gatos CatMyPet, decidiu encontrar uma alternativa segura para a higienização das patas dos pets. Em um mês, uma equipe de veterinários, farmacêuticos e químicos conseguiu criar um produto em gel seguro para ser utilizado pelos tutores e animais.
A empresa usa um germicida não alcoólico, semelhante ao encontrado em enxaguantes bucais, para que os animais não tenham problema ao lamber as patas. Além do “álcool gel” para patinhas, a empresa também criou um desinfetante pet friendly para a casa e outro para as mãos dos donos de cachorros e gatos. Eles custam 39,90 reais e estão presentes em cerca de 2.000 pontos de venda pelo país.
O novo produto, lançado no começo de maio, alavancou o crescimento da empresa. Em março, a CatMyPet sentiu uma redução de 50% nas suas vendas, segundo Agnes. Em abril, a companhia conseguiu retornar ao patamar anterior e, com a chegada do Alcat, teve um aumento de receita. Em maio o faturamento dobrou em relação ao mês anterior. Em junho, o crescimento foi de 250%, resultando em 630.000 reais em vendas.
O produto também ajudou a expandir a presença da marca em outros pontos de venda, já que ele pode atender tanto gatos como cachorros. Até então, a companhia tinha seu portfólio voltado para felinos. Os carros chefes eram um bebedouro para gatos, um spray que os ensina a não arranhar móveis e um produto para banho seco.
“O Alcat acabou puxando para cima a venda de todos os outros produtos conforme a gente foi abrindo novos pontos de venda”, diz a proprietária da empresa. A projeção é que o negócio, que faturou 4 milhões de reais em 2019, chegue ao patamar de 10 milhões em 2020.
Mas seria a chegada da vacina o fim da nova linha de negócio? Agnes acredita que não. Ela está confiante de que os consumidores vão manter os hábitos de higiene mesmo após o fim da pandemia. “É um produto perene, vai permanecer como um bom higienizador de patas”, diz a empresária.