BNDES: banco abraça startups de impacto em meio a avanço da agenda ESG
Evento que começa hoje promove interação entre empreendedores e grandes empresas que miram impacto positivo na sociedade
Maria Clara Dias
Publicado em 6 de julho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 6 de julho de 2021 às 07h18.
Com uma programação voltada ao empreendedorismo social e startups de impacto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ) começa nesta terça-feira, 6, o evento "Semana de Inovação - Empreendedorismo que Transforma". A proposta é se aproximar ainda mais de pequenas empresas com responsabilidade socioambiental e promover a conexão entre grandes empresas e empreendedores sociais.
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, fará a abertura do evento digital que, devido à pandemia, será totalmente online e transmitido no canal do banco no YouTube até o dia 8 de julho.
Neste primeiro dia de programação, o evento vai reunir em um dos painéis sobre empreendedorismo e negócios de impacto o empresário Abilio Diniz, presidente da gestora Península e o empreendedor social Edu Lyra, da ONG Gerando Falcões. Também irão participar do evento Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil e Augusto Lins, cofundador e presidente da Stone. A programação completa pode ser consultada no site.
Assista ao primeiro dia de programação
Banco busca inovação
Durante o evento, o BNDES também irá lançar o edital para a segunda edição de seu programa de aceleração de startups, o Garagem. No programa, o banco oferece mentorias para as startups selecionadas, mas a condução do processo é feita pelo consórcio AWL, que reúne Artemisia, Wayra e Liga Ventures, como entidade aceleradora parceira.
O banco decidiu unir a data do lançamento do edital com uma semana de conteúdos ao vivo sobre empreendedorismo social para divulgar que, pela primeira vez, o programa será voltado exclusivamente para empreendimentos com impacto socioambiental.
Na primeira edição do Garagem, 74 projetos de inovação foram acelerados. Do total, 30 eram startups que estavam em fase de crescimento de negócio e 44 eram empresas ou grupos de empreendedores que ainda precisavam finalizar e validar o produto no mercado. Ao todo, foram mais de 5.000 inscritos.
Agora, o BNDES busca até 135 startups, que passarão por três diferentes ciclos de aceleração de três a quatro meses cada.
A inserção do banco no ecossistema de inovação já é de longa data. Em 2018, o BNDES lançou o FIP Anjo, um fundo de investimento em parceria com a Domo Invest para investir em startups de tecnologia e com grande potencial de crescimento. Nesse cenário, o programa de aceleração vem para impulsionar ainda mais o bom relacionamento com as startups brasileiras e expandir o impacto do banco, um dos principais agentes de fomento do país.
Ao que tudo indica, a aproximação com o ecossistema de inovação é também uma tentativa de levar impacto para onde a economia mais precisa. Com a crise, o BNDES tem assumido a vanguarda em linhas de crédito para pequenas e médias empresas impactadas pela pandemia. Em abril, o banco anunciou um maior prazo para o pagamento de dívidas de 100.000 PMEs que tomaram empréstimos com a instituição.
O impacto socioambiental também anda lado a lado neste novo momento. O BNDES foi o primeiro banco público brasileiro a emitir títulos verdes, em uma tentativa de se aproximar dos novos padrões ESG (sigla para social, ambiental e de governança) do mercado financeiro. A tendência já foi seguida por outras grandes instituições privadas, como banco BV, BTG (do mesmo grupo que controla a EXAME) e Bradesco.
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