Badoo, uma rede social de paquera
Como o russo Andrey Andreev, fundador do Badoo, construiu uma rede social de paquera que reúne 127 milhões de adeptos em 180 países
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2012 às 15h42.
São Paulo - Muita gente procura mais do que amizade na internet. São pessoas assim que sustentam o crescimento do Badoo, uma rede social que reúne 127 milhões de usuários e registra, em média, 125.000 novos cadastrados a cada dia.
Fundado na Espanha, em 2006, pelo russo Andrey Andreev, de 38 anos, o site promete ajudar pessoas que só querem e só pensam em namorar a se conhecer e a marcar encontros fora do mundo virtual.
O site não nasceu exatamente com esse objetivo. Até 2008, o Badoo se parecia muito com o Facebook — basicamente, era uma rede em que as pessoas podiam compartilhar fotos, notícias e comentários com os amigos. Numa viagem a São Petersburgo, Andreev conheceu um café onde a azaração rolava solta.
"Cada mesa tinha um telefone, e as pessoas ligavam umas para as outras para conversar e se divertir", disse ele à edição inglesa da revista Wired. "Achei que seria um bom negócio transformar o Badoo num espaço virtual como aquele, em que os usuários pudessem flertar, começar namoros ou partir para aventuras amorosas."
Como o Facebook, Andreev manteve boa parte do acesso ao Badoo gratuita. Na página inicial do site, o usuário define parâmetros como sexo, faixa de idade e região onde encontrar as pessoas com quem deseja se relacionar. A partir daí, os membros da rede podem trocar mensagens e conversar.
Quem entra na rede enxerga um medidor de popularidade que informa em tempo real quantas pessoas acessaram cada perfil, o número de mensagens que cada pessoa recebeu e a avaliação dos outros usuários.
As receitas da empresa vêm de serviços pagos por quem quer ter destaque na rede social, ter acesso a mecanismos de busca mais refinados, visitar perfis sem ser visto e furar a fila da paquera ganhando acesso prioritário às páginas das pessoas mais populares do site.
Com o modelo em parte gratuito, o Badoo conquistou a audiência de quem antes só tinha acesso a sites como os americanos Match.com, que reúne pessoas à procura de um relacionamento sério, e AdultFriendFinder, feito para quem está interessado em relacionamentos casuais — ambos sobrevivem com a cobrança de mensalidade dos usuários.
Com o Badoo, Andreev vem explorando as brechas deixadas por empresas como o Facebook no mercado das mídias sociais. O LinkedIn, rede social criada em 2002 que conecta 35 milhões de pessoas interessadas em divulgar seu currículo e fazer contatos profissionais, é outro exemplo de rede social que conseguiu crescer ao escolher um nicho bem definido de atuação.
O Badoo não foi o primeiro empreendimento de Andreev na internet. Desde 1999, ele abriu uma série de negócios na Rússia — entre os quais um site de namoro chamado Mamba, vendido um ano depois para um grupo de investidores. De resto, a trajetória de Andreev ainda é nebulosa.
Ele raramente fala de seu passado e dá poucos detalhes dos investimentos que mantém na Rússia. Somente quando o Badoo começou a se tornar conhecido, Andreev resolveu fazer aparições para divulgar o site. Ainda assim, protegido por um sobrenome inventado — seu verdadeiro nome é Andrey Ogandzhanyants.
A revista Forbes da Rússia, para quem ele seria filho de um físico russo ferido gravemente num acidente, o chamou de "um dos homens de negócios mais misteriosos em atividade no Ocidente".
Uma das razões mais prováveis para Andreev começar a dar as caras agora é que o Badoo prepara-se para abrir o capital na bolsa de Londres.
Para garantir a maior valorização possível, a estratégia do site é crescer rapidamente nos próximos meses, principalmente em países emergentes onde as redes sociais já fazem parte da cultura dos jovens, como é o caso do Brasil - os brasileiros hoje representam um terço dos usuários do Badoo.
"Aumentar nossas receitas no Brasil é a prioridade", diz a brasileira Alice Bonasio, gerente de marketing do site para América Latina, Portugal, Itália e Espanha.
A empresa afirma receber, a cada mês, mais de 1 milhão de pagamentos dos usuários, mas não divulga qual é seu faturamento. As estimativas são que seu valor de mercado possa superar os 300 milhões de dólares na abertura de capital.
Para manter a expansão e aumentar as receitas, o Badoo está investindo na integração da rede social com smartphones e tablets. Dessa forma, os usuários poderão ser informados a qualquer momento sobre o paradeiro das pessoas com quem se relacionam ou então descobrir um novo pretendente que esteja, eventualmente, sentado à mesa ao lado de um café ou barzinho.
"A paquera com dispositivos móveis vai mudar radicalmente a maneira como os jovens se conhecem e se relacionam", diz Alice. “Estamos apenas entrando num mercado global que estimamos em 100 bilhões de dólares.”
São Paulo - Muita gente procura mais do que amizade na internet. São pessoas assim que sustentam o crescimento do Badoo, uma rede social que reúne 127 milhões de usuários e registra, em média, 125.000 novos cadastrados a cada dia.
Fundado na Espanha, em 2006, pelo russo Andrey Andreev, de 38 anos, o site promete ajudar pessoas que só querem e só pensam em namorar a se conhecer e a marcar encontros fora do mundo virtual.
O site não nasceu exatamente com esse objetivo. Até 2008, o Badoo se parecia muito com o Facebook — basicamente, era uma rede em que as pessoas podiam compartilhar fotos, notícias e comentários com os amigos. Numa viagem a São Petersburgo, Andreev conheceu um café onde a azaração rolava solta.
"Cada mesa tinha um telefone, e as pessoas ligavam umas para as outras para conversar e se divertir", disse ele à edição inglesa da revista Wired. "Achei que seria um bom negócio transformar o Badoo num espaço virtual como aquele, em que os usuários pudessem flertar, começar namoros ou partir para aventuras amorosas."
Como o Facebook, Andreev manteve boa parte do acesso ao Badoo gratuita. Na página inicial do site, o usuário define parâmetros como sexo, faixa de idade e região onde encontrar as pessoas com quem deseja se relacionar. A partir daí, os membros da rede podem trocar mensagens e conversar.
Quem entra na rede enxerga um medidor de popularidade que informa em tempo real quantas pessoas acessaram cada perfil, o número de mensagens que cada pessoa recebeu e a avaliação dos outros usuários.
As receitas da empresa vêm de serviços pagos por quem quer ter destaque na rede social, ter acesso a mecanismos de busca mais refinados, visitar perfis sem ser visto e furar a fila da paquera ganhando acesso prioritário às páginas das pessoas mais populares do site.
Com o modelo em parte gratuito, o Badoo conquistou a audiência de quem antes só tinha acesso a sites como os americanos Match.com, que reúne pessoas à procura de um relacionamento sério, e AdultFriendFinder, feito para quem está interessado em relacionamentos casuais — ambos sobrevivem com a cobrança de mensalidade dos usuários.
Com o Badoo, Andreev vem explorando as brechas deixadas por empresas como o Facebook no mercado das mídias sociais. O LinkedIn, rede social criada em 2002 que conecta 35 milhões de pessoas interessadas em divulgar seu currículo e fazer contatos profissionais, é outro exemplo de rede social que conseguiu crescer ao escolher um nicho bem definido de atuação.
O Badoo não foi o primeiro empreendimento de Andreev na internet. Desde 1999, ele abriu uma série de negócios na Rússia — entre os quais um site de namoro chamado Mamba, vendido um ano depois para um grupo de investidores. De resto, a trajetória de Andreev ainda é nebulosa.
Ele raramente fala de seu passado e dá poucos detalhes dos investimentos que mantém na Rússia. Somente quando o Badoo começou a se tornar conhecido, Andreev resolveu fazer aparições para divulgar o site. Ainda assim, protegido por um sobrenome inventado — seu verdadeiro nome é Andrey Ogandzhanyants.
A revista Forbes da Rússia, para quem ele seria filho de um físico russo ferido gravemente num acidente, o chamou de "um dos homens de negócios mais misteriosos em atividade no Ocidente".
Uma das razões mais prováveis para Andreev começar a dar as caras agora é que o Badoo prepara-se para abrir o capital na bolsa de Londres.
Para garantir a maior valorização possível, a estratégia do site é crescer rapidamente nos próximos meses, principalmente em países emergentes onde as redes sociais já fazem parte da cultura dos jovens, como é o caso do Brasil - os brasileiros hoje representam um terço dos usuários do Badoo.
"Aumentar nossas receitas no Brasil é a prioridade", diz a brasileira Alice Bonasio, gerente de marketing do site para América Latina, Portugal, Itália e Espanha.
A empresa afirma receber, a cada mês, mais de 1 milhão de pagamentos dos usuários, mas não divulga qual é seu faturamento. As estimativas são que seu valor de mercado possa superar os 300 milhões de dólares na abertura de capital.
Para manter a expansão e aumentar as receitas, o Badoo está investindo na integração da rede social com smartphones e tablets. Dessa forma, os usuários poderão ser informados a qualquer momento sobre o paradeiro das pessoas com quem se relacionam ou então descobrir um novo pretendente que esteja, eventualmente, sentado à mesa ao lado de um café ou barzinho.
"A paquera com dispositivos móveis vai mudar radicalmente a maneira como os jovens se conhecem e se relacionam", diz Alice. “Estamos apenas entrando num mercado global que estimamos em 100 bilhões de dólares.”