São Paulo – É possível aprender com as experiências de sucesso e fracasso de outras empresas. Empreendedores de sucesso participaram hoje do lançamento da oitava edição da pesquisa “As Pequenas e Médias Empresas que mais crescem no Brasil”, realizada pela revista Exame PME em parceria com a Deloitte. Na ocasião, foram apresentadas as 250 PMEs que mais cresceram ao longo dos últimos três anos completos. Sentir prazer ao se deparar com desafios, escutar seus clientes e buscar um diferencial são algumas das recomendações de empreendedores de sucesso. Veja as lições para quem deseja empreender. 

“Por que não estudar o café e buscar formas de agregar valor ao produto? Não é fácil entrar neste mercado dominado por grandes empresas se você não tiver um diferencial competitivo. O pioneirismo facilitou muito a entrada porque as pessoas são abertas para novidades”, explica Vanessa Vilela, presidente da Kapeh, empresa de cosméticos de Três Pontas, Minas Gerais. Além disso, ela afirma que é possível investir em ações sustentáveis sem muito investimento. “Consumidores estão cada vez mais atentos e você tem que criar alternativas para tornar o seu negócio mais viável possível”, recomenda.

Para empreender é preciso sentir prazer ao se deparar com um desafio. É o que acredita o empreendedor Tallis Gomes, fundador e CEO do Easy Taxi, aplicativo que permite encontrar e chamar o táxi mais próximo. “Se você gosta de conforto, não vá empreender. Até hoje vou para rua, estava em Recife para captar mais taxistas. Aprendo a como melhorar o negócio, a ficar mais eficiente. Uma ideia vale nada sem execução”, afirma. 

Engenheiro de formação, Marco Fisbhen, fundador e CEO do Descomplica, site de educação que disponibiliza aulas preparatórias para o Enem, descobriu um nicho quando era professor de cursinho. Para ele, o segredo é pensar grande. “Percebi uma oportunidade de negócio nacional”, conta. A startup recebeu investimento de diversos fundos do Vale do Silício, inclusive do investidor do Facebook, Peter Thiel. 

Sônia Regina Hess de Souza, presidente da Dudalina, empresa do ramo têxtil e que tem marca própria de camisas, afirma que o mais importante é conseguir fazer com que as pessoas façam parte e vistam a camisa do negócio. “Como a gente está em cidades muito pequenas levamos formalidade para os locais e oferecemos participação de lucros para todos”, explica. 

Mário Kaphan, fundador e CEO da VAGAS Tecnologia, empresa especializada em soluções para gestão online de recrutamento e seleção, explica que analisou ideias durante três a quatro meses antes de criar o VAGAS. “Antes, um processo seletivo funcionava publicando um anúncio no jornal, a empresa recebia currículos em papel, uma pilha de papeis. Vimos nisso uma grande oportunidade, dava para imaginar as vagas sendo divulgadas na internet, profissionais de RH usando ferramentas para selecionar, processos online, dava para imaginar funcionando de forma mais ágil e com muita economia”, conta. 

Para Edmur Polli, sócio da Tecnoblu Your ID, empresa produtora de etiquetas e embalagens para a indústria da moda, é importante também entender como funciona o negócio do seu cliente. “A gente entra no conjunto do cliente para mostrar as oportunidades do mercado. Por exemplo, muita gente diz que tira a etiqueta, mas nós falamos para o cliente que a nossa etiqueta não machuca”, explica.