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Após Rappi lançar banco digital, iFood diz que sua conta já emprestou R$ 100 mi

A conta digital lançada pela empresa de delivery em novembro já resultou em mais de 100 milhões de reais em crédito concedido a pequenos restaurantes

iFood: na última sexta-feira, 8, o concorrente Rappi anunciou a criação do seu próprio banco digital (iFood/Divulgação)

iFood: na última sexta-feira, 8, o concorrente Rappi anunciou a criação do seu próprio banco digital (iFood/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2021 às 11h00.

Um dia após o aplicativo colombiano de delivery Rappi lançar seu banco digital, o iFood anuncia ao mercado os primeiros resultados da sua conta digital, lançada em novembro do ano passado. A empresa informou neste sábado, 10, que nos primeiros três meses de serviço emprestou mais de 100 milhões de reais a pequenos e médios restaurantes registrados na plataforma.

O intuito do iFood com a conta digital é ser o "banco dos restaurantes", centralizando os serviços financeiros dos mais de 236.000 estabelecimentos que usam sua plataforma de entregas. Além dos empréstimos, o iFood oferece conta e cartão de crédito para os restaurantes cadastrados. A conta digital do iFood é gerida pela MovilePay, fintech do grupo Movile (dono de marcas como iFood, Sympla e Playkids).

Em entrevista anterior à EXAME, Daniel Bergman, presidente da MovilePay, disse que os planos da empresa para construir produtos financeiros para os restaurantes foram acelerados durante a pandemia. “Antecipamos recebíveis e demos crédito fumaça, sem garantia, usando os pagamentos futuros do iFood para reduzir as taxas de juros [atualmente a partir de 1,99% ao mês]”, disse Bergman. A expectativa da empresa é que, com a conta digital ativa, houvesse mais dados para a avaliação de crédito o que poderia resultar em taxas menores de juros nas linhas.

O banco digital do Rappi

A iniciativa do iFood não é a única mais entre os aplicativos de delivery. O Rappi, seu principal concorrente no Brasil, anunciou na última sexta-feira, 9, o lançamento do seu próprio banco digital, o RappiBank. A nova fintech da empresa é voltada para atender tanto pessoas físicas como jurídicas.

No lançamento, as empresas parceiras do aplicativo terão acesso a uma linha de crédito de capital de giro sem exigência de garantias. Nos próximos meses, elas poderão acessar também um modelo de antecipação de recebíveis. Para o público em geral, o Rappi criou um cartão de crédito com cashback (que devolve parte do dinheiro gasto aos clientes) por ora, a empresa cadastra interessados em uma fila de espera.

A iniciativa é mais um passo que a companhia dá em direção a seu grande objetivo: se tornar um superaplicativo. Como explicado em reportagem da Revista EXAME, os super apps surgiram na China, com empresas como WeChat e AliPay, e ganharam o mundo. No Brasil, companhias como o Magazine Luiza também se inspiram no modelo chinês.

Na prática, os superaplicativos são plataformas que reúnem em um só lugar programas usados com frequência (como aplicativos de mensagens) e serviços abertos de vez em quando, como lojas online. Para o usuário, a vantagem é que em um único aplicativo ele consegue resolver todas as suas necessidades sem precisar trocar de plataforma.

Até então, o Rappi havia se aventurado nas frentes de entrega de comida e compras, vendas de passagens, de viagens e de produtos de entretenimento. Mas parte chave da estratégia dos super apps na China é a presença de serviços de pagamentos e crédito dentro do sistema.

A entrada da empresa no universo de banking acontece poucos meses depois de uma captação de 300 milhões de dólares com fundos internacionais como o americano T. Rowe Price Associates. Desde sua fundação em 2015, a companhia já recebeu mais de 1,7 bilhão de dólares em aportes e é avaliada em mais de 3,5 bilhões de dólares.

No Brasil, a disputa entre os aplicativos de delivery tomou proporções maiores em novembro. Na época, a colombiana entrou com um processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra o iFood, acusando o rival de adotar medidas que impedem os concorrentes de ganhar mercado no Brasil.

 

 

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