Além da gestão, Omie quer ser agora startup de educação e finanças
Startup de software para gestão de PMEs anunciou uma mudança de marca que objetiva mostrar novo posicionamento de incentivo ao desenvolvimento de empresas
Maria Clara Dias
Publicado em 28 de abril de 2021 às 07h00.
A Omie, plataforma de gestão na nuvem para PMEs, teve em 2020 um dos anos mais desafiadores da sua história. Com o abre e fecha do comércio e o baque financeiro nas pequenas empresas como consequência da pandemia , a startup, que tinha até então esse público como principal alvo, perdeu 2,3% de receita entre março e maio do ano passado.
Foi quando os fundadores Rafael Olmos e Marcelo Lombardo decidiram que era hora de mudar de direção e dialogar também com empresas de maior porte. Agora, a Omie também aproveita o novo momento para anunciar uma reestruturação de marca.
O principal problema enfrentado por empresas no país é a estagnação, segundo Lombardo, cofundador e CEO da Omie. Depois de alguns anos no mercado, a Omie percebeu que o software de gestão sozinho não seria capaz de ajudar com esse problema. “Temos empresas que nascem dia após dia. Mas, depois que crescem, elas param e não conseguem mais avançar. É nessa frente que temos que atacar. Nossa missão é destravar esse crescimento’’, diz.
A partir disso surgiram dois novos pilares de atuação, anunciados agora publicamente com a mudança de marca. O primeiro deles é o acesso a serviços financeiros, como emissão de boletos e linhas de crédito. Na outra ponta está a educação, a partir da criação do braço educacional Omie Academy, que oferece cursos sobre vendas, gerenciamento e marketing, por exemplo.
“Nossa nova missão é mostrar, com uma nova marca, que olhamos não só para o gerenciamento e tecnologia, mas que o crescimento das empresas passou a ser nossa prioridade. E isso já é uma mudança que vem dos últimos três ou quatro anos”, diz.
Para além da mudança da marca em si, o momento veio acompanhado de um novo posicionamento de mercado. Hoje, as médias empresas representam cerca de 35% do faturamento total da companhia - um salto de 25% em comparação ao cenário de 2019. Atualmente, a startup tem 62 mil clientes, com a entrada de 2 a 3 mil novos usuários por mês. “Percebemos que essa é a nova fórmula de sucesso. Nossas empresas de base têm faturamento crescente com o tempo”, diz.
Segundo Lombardo, não há conexão direta entre a mudança de marca e a pandemia. O período, porém, serviu para que a Omie percebesse que há um leque de oportunidades junto das empresas maiores. “Esse período veio para nos ensinar a atender um público diferente do que estávamos acostumados”, disse.
Em 2021, a meta da startup é manter o ritmo de crescimento de 6% a 7% ao mês, além de dobrar o faturamento até o final do ano. Para isso, vai investir na convergência ainda maior entre o software de gestão, os serviços bancários e as soluções educacionais para empreendedores e também aumentar o número de contratações.