Carlos Fagundes, Valéria Bonadio, Andre Glezer,Alan Glezer e Leopoldo Vettor, fundadores da Agrolend (Agrolend/Divulgação)
Lucrativo, mas complexo. É assim que o agronegócio é definido por Andre Glezer e Alan Glezer, empreendedores com alguma experiência no mercado de capitais e investimento em startups. Juntos, eles fundaram a Agrolend, fintech que financia pequenos produtores rurais com microcrédito para a compra de equipamentos e insumos agrícolas.
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A startup foi criada em 2019 para, em grande medida, resolver boa parte da complexidade que os Glezer enxergam no setor. Para isso, criaram uma plataforma digital que avalia históricos financeiros, risco e oferece contratação de empréstimos por produtores rurais, de maneira totalmente online.
A proposta da fintech é também criar alternativas para financiar produtores que precisam de capital para manter a roda girando, mesmo quando eles não estão nos grandes centros. O alvo são os produtores grandes demais para serem atendidos pelo Banco do Brasil (principal financiador do agro no país), e pequenos demais para serem atendidos pelos bancos privados. "Nossos clientes costumam faturar de 500.000 reais a 5 milhões de reais por ano”, diz Andre Glezer, cofundador e CEO da startup.
A resposta para chegar até esses agricultores, então, foi se apoiar em tecnologia para democratizar o acesso a crédito até mesmo nos rincões do país.
Todo o processo começa com a inserção de alguns dados cadastrais na plataforma. Depois, o sistema da Agrolend “conversa” com pelo menos outros 10 bancos de dados como Serasa e Banco Central, para a avaliação de risco e concessão do crédito. Por fim, a fintech concede uma carta de crédito ao produtor, que pode ser utilizada entre fornecedores de insumos e indústrias parceiras.
Segundo o CEO, todo o processo leva em torno de cinco dias. “Nossa proposta é levar não apenas crédito, mas agilidade e sem burocracias e papéis desnecessários”, diz.
Agora, a empresa acaba de ganhar um novo fôlego para perseguir esse objetivo. A Agrolend captou 120 milhões de reais, boa parte deles (80 milhões de reais) em uma rodada série A liderada pelo Valor Capital Group, com a participação de antigos investidores da empresa, como Continental Grain Company, SP Ventures, Provence Ventures e Barn Invest.
Os outros 40 milhões de reais são parte de um FIDC, que contou com a participação do Itaú Asset, Verde Asset e Augme. No passado, a Agrolend já havia captado cerca de 9 milhões em uma rodada semente.
A Agrolend começa o ano de 2022 com uma carteira de crédito de 40 milhões de reais. A intenção é ampliar esse total para 500 milhões de reais até o final de 2022, e duplicar isso no ano seguinte. No mesmo ritmo, a startup quer ampliar a base de clientes de 300 para 2.500 ainda neste ano.
O capital deve ajudar nessa frente. A intenção da empresa é investir em melhorias tecnológicas na plataforma e, ao mesmo tempo, trazer novos talentos para o time.
“A maior dor do agro hoje é o crédito. Estamos trazendo uma solução para isso de forma simples, fácil, digital e sem burocracia”, diz Alan Glezer, cofundador da Agrolend. “Vamos ser o branco digital do agro, e esse investimento e crescimento de carteira é o primeiro passo para isso”, diz.