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7 dicas para pais que precisam dar conta do negócio e do bebê

O empreendedor Thomas Allier e sua esposa são sócios na startup Viajala e têm um filho de 10 meses. Allier conta como consegue dar conta de tudo:

O empreendedor francês Thomas Allier com seu filho Simon (Foto/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 13 de agosto de 2017 às 08h00.

Última atualização em 13 de agosto de 2017 às 08h00.

São Paulo – Ter um negócio próprio significa trabalhar sem horários definidos, muitas vezes de manhã, à tarde e à noite. Coincidência ou não, um bebê exige dedicação semelhante (ou até maior, considerando que ele também vai solicitar os pais durante a madrugada).

Se é assim, será que é possível para um pai empreendedor conciliar um negócio próprio com a participação ativa na vida dos filhos pequenos? Para o empreendedor francês Thomas Allier, de 31 anos, sim, é possível.

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Pai do pequeno Simon, que hoje está com 10 meses, Allier é sócio de sua esposa colombiana Catalina Jaramillo na startup Viajala – um site de busca de passagens aéreas e hotéis. O negócio foi criado em 2013 na Colômbia, e hoje está presente em Peru, Chile, México, Argentina, Espanha e Brasil.

A dificuldade em conciliar negócios com os filhos em geral é colocada como uma questão exclusiva das mães, especialmente em sociedades ainda muito machistas como na América Latina, afirma Allier. Em sua casa, porém, essa é uma questão vivida pelos dois.

O empreendedor garante que, em sua família, todo o trabalho é dividido meio a meio – tanto na empresa quanto com o filho. Sendo assim, a palavra-chave para ele é “prioridade”. “A fórmula do equilíbrio é priorizar as tarefas, tanto na vida pessoal quanto na profissional”, diz.

E não se engane se você imagina que a empresa dele perdeu fôlego após a chegada do pequeno. “A Viajala está crescendo como nunca, passamos dos 2 milhões de usuários mensais. O segredo é gerar muito valor otimizando o tempo, em vez de simplesmente se manter ‘ocupado’ o dia todo”, responde.

Apesar do sucesso em conciliar tudo, Allier sabe que esta não é uma tarefa simples. Principalmente se você é um pai que quer participar ativamente da vida do filho e dividir o trabalho igualmente com sua companheira.

Pensando nisso, o CEO aproveitou o dia dos pais e elencou sete dicas para ajudar outros empreendedores pais que estão no mesmo momento. Veja a seguir:

1 - O timing importa

É muito mais difícil criar um bebê se a empresa também estiver apenas engatinhando. Demora anos até que uma startup se torne a principal fonte de renda de um casal, anos em que os recursos pessoais são afetados e deve-se viver no modo econômico. “O melhor momento para ter um filho pode nunca existir, mas definitivamente existe um pior momento e é esse”, diz Thomas. Gerir financeiramente um bebê e o começo de uma companhia pode significar ter que arranjar outro trabalho por fora, ou seja, menos tempo dedicado à criança e ao negócio próprio. É melhor ter um filho quando a empresa já estiver minimamente estável.

2 - Tenha um plano

Discuta não só os seus projetos, mas os da sua companheira ou companheiro: o que se espera da vida profissional e da família a longo prazo? Se ambos querem estar envolvidos nas suas carreiras full-time, é necessário que cada um trabalhe 50% do tempo em home office. O importante não é “ajudar” em casa, como algumas pessoas pensam, mas dividir o trabalho meio a meio, de forma clara. Se um cozinha, o outro alimenta a criança; se um dá banho, o outro a busca na escolinha.

3 - Procrastine menos

No trabalho, evite tudo que consuma muito tempo e produza pouco. Fuja de longas reuniões e estabeleça um horário de checagem de e-mails e mensagens – e desligue as notificações. Parar o que está fazendo para conferir cada novo e-mail e recado que chega é extremamente improdutivo.

4 - Aceite as imperfeições

Sheryl Sandberg, COO do Facebook, escreveu uma vez: “Feito é melhor do que perfeito”. Priorize a realização das tarefas em vez de idealizá-las, achando que as coisas vão sair do jeito que sonhamos. Com uma empresa, seu filho pode acabar frequentando uma creche um pouco mais cedo que outras crianças, por exemplo – e vai ter quem julgue isso, obviamente. Tudo terá seu lado bom e seu lado ruim. Passar algumas horas a menos juntos é ruim, mas chegar em casa energizado e descansado para brincar com ele por mais tempo é ótimo. Adaptações e boas doses de pé no chão são importantes para evitar frustrações.

5 - Separe seu tempo de empresário e de pai

Cuidar da empresa enquanto cuida da criança resulta em dois trabalhos mal feitos. Ninguém precisa trabalhar 24 horas, mas é importante ter total atenção em uma coisa de cada vez. “Você pode dividir a hora do almoço para almoçar algumas vezes em casa, em família, e outras vezes com colegas, aproveitando para fazer reuniões, por exemplo”, recomenda o CEO. Quando estiver na empresa, saia do whatsapp e foque no trabalho. Quando estiver em casa, desligue o computador e foque na família.

6 - Saiba pedir ajuda

Não se sentir preparado para administrar uma empresa nova e um filho pequeno ao mesmo tempo é perfeitamente normal. Não reprima essa sensação tentando resolver tudo sozinho e não tenha medo de ligar para pai, mãe, sogro, sogra, irmão, amigo... A ajuda pode ser muito bem-vinda.

7 - Pense nos seus funcionários

Seja flexível com quem tem filhos pequenos, permitindo jornadas um pouco mais curtas ou home office. Algumas companhias, com a marca argentina de roupas de frio e neve Patagônia, oferece uma creche dentro do escritório para que os pais possam almoçar com seus filhos. O fundador Yvon Chouinard afirma que não é algo tão caro de implementar e que diminuiu consideravelmente o número de pedidos de demissão. Claro que um benefício como esse é mais difícil em empresas pequenas, mas é algo a ser considerado conforme ela for crescendo, pelo bem da vida pessoal dos empregados – e da sua.

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