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5 momentos da vida de Guga que valem para todo empreendedor

O tricampeão de Roland Garros conta por que sua trajetória pode servir de lição aos empreendedores, dos torneios à convivência familiar


	Gustavo Kuerten: "Os sonhos viram realidade porque eu faço todo dia, cada vez mais um pouco. E o sonho acaba aparecendo"
 (Divulgação/Hermes Bezerra)

Gustavo Kuerten: "Os sonhos viram realidade porque eu faço todo dia, cada vez mais um pouco. E o sonho acaba aparecendo" (Divulgação/Hermes Bezerra)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 14 de agosto de 2015 às 11h41.

São Paulo - Guga Kuerten é considerado o maior tenista brasileiro da história. Segundo o tricampeão de Roland Garros, o que atraía a atenção não era apenas sua habilidade, mas sim a forma emocionada como o atleta levava suas partidas.

Essa paixão está presente não apenas no esporte, mas também no empreendedorismo. Por isso, em palestra no evento Day1, organizado pela Endeavor, Guga falou sobre momentos decisivos da sua carreira.

Veja por que cada uma dessas viradas, que combinam torneios e conquistas pessoais, podem servir de inspiração para que você, empreendedor, continue nessa jornada em busca do sucesso:

1. Roland Garros de 1997: faça da crise um momento de aprendizagem

O tenista diz que o campeonato foi um momento que mudou sua vida por completo. O principal destaque dado por ele foi a disputa das quartas-de-final, contra o russo Yevgeny Kafelnikov. "Eu estava com a mão toda gelada, ficamos [Guga e o treinador Larri Passos] dois dias encontrando alternativas. O cara era imbatível pra mim, tinha de encontrar um jeito de ganhar dele", conta o atleta.

Guga afimrou ter entrado no jogo com certeza absoluta de que iria perder e só ter entendido que tinha chances no meio da partida. Depois do jogo, teve certeza de que seria campeão.

Esse momento de medo sentido pelo atleta é sentido também por empreendedores que estão em momentos ruins. Contra a indecisão, o atleta sugere este questionamento: "Onde que eu posso aprender aqui, na crise, para poder nadar de braçada no momento a favor?".

2. Primeira raquete, aos cinco anos: siga a sua vocação

Voltando ao passado, Guga diz ter sempre pensado de onde surgiu a ideia do pai, "Aldinho" (Aldo Kuerten), de dar uma raquete de tênis como presente para o filho. "Achava que meu pai era um grande sonhador. Até que um amigo dele veio há uns anos e falou que ele um visionário. Mudei meu discurso. Ele enxergava um filho que seria vencedor".

Outro episódio se deu quando o tenista tinha oito anos. O pai de Guga chamou Larri Passos para um churrasco e pediu para que ele treinasse o filho. Passos respondeu que Guga estava na idade de se divertir com a raquete, mas que, um dia, iria treiná-lo. E assim aconteceu.

"Ainda são coisas que me emocionam muito, porque são a mística de uma trajetória de cabeça para baixo, de um tenista brasileiro que constrói algo por um caminho que não tem. O lado do empreendedorismo é conseguir construir esse sonho do meu pai. Fui costurando essa vontade e a convicção, de que o Larri falava muito, e entrei nessa trajetória".

3. Roland Garros de 2000: entenda que a dúvida faz parte do caminho

A segunda conquista de Guga no torneio foi, para o atleta, ainda mais difícil que a primeira. Dessa vez, ele já era um dos favoritos ao troféu, e tinha de confirmar essa aposta. Na partida final, contra Magnus Norman, o jogo teve vários match points nos últimos momentos. Ou seja, várias vezes Guga ficou na linha entre ganhar ou perder.

Dentro desse momento, o tenista conta que seus pensamentos eram ambíguos. "Ficava entre 'sou o melhor do mundo, vou ganhar' e 'sou horrível, não vou ganhar nada'. Foi essa loucura". Fica a dica para os empreendedores: todo momento de grande risco (e grande recompensa) gera questionamentos.

4. A dedicação da mãe: esteja disposto a arriscar tudo

Relembrando novamente seu passado, Guga cita o momento em que sua mãe teve de cuidar dele e dos outros dois irmãos sozinha, quando o marido partiu de repente. O caçula da família Kuerten tinha paralisia cerebral, o que representou mais um desafio. "Ela nos entregou para a vida, para viver os problemas, desfrutar das lambanças, aprender. Mas dizia: 'eu estou aqui, do lado de vocês, para qualquer situação'", conta.

"A mãe foi construindo um futuro, deu essa confiança que ia dar certo, fosse eu tenista ou não fosse. Ela estava disposta a fazer tudo, por algo pouco provável". Uma lição que não é do próprio Guga, mas é valiosa para todos que querem ter seu próprio negócio.

5. Mundial em Miami, vitória contra Sampras e infância: acredite que, de um jeito ou de outro, dá para fazer

No Master de Miami, Guga conta que, além de enfrentar uma derrota, soube que perdeu seu patrocínio. "De uma hora para a outra perguntei: será que eu sou bom o suficiente? Se meu parceiro não confia em mim, para onde eu vou?".

A resposta veio com lembranças da infância, como a construção de uma quadra de tênis improvisada; a luta do irmão mais novo de Guga para engatinhar e segurar uma colher na mão, quando tinha entre oito e dez anos; e a vitória contra o grande tenista Pete Sampras. 

"Tinham desafios que eram muito complicados, mas essas dificuldades que vieram me deram confiança. Enfrentar o Sampras e falar: 'eu vou ganhar desse cara'. O meu maior ídolo, o maior tenista de todos os tempos, mas, naquela hora, tinha que ser eu. Foi o momento mais importante da minha vida".

No final da palestra, Guga segue esse mesmo pensamento e dá um conselho aos empreendedores: "Os sonhos viram realidade porque eu faço todo dia, cada vez mais um pouco. E o sonho acaba aparecendo". Para ele, a nossa real capacidade é muito maior do que podemos imaginar.

Confira também a palestra dada por Jorge Paulo Lemann, da 3G Capital, no mesmo Day1. O empreendedor, assim como Guga Kuerten, falou sobre como o tênis influenciou sua carreira. Outros palestrantes no evento são Flávio Augusto, Daniel Wjunlskl, Vilmar e Aline Ferreira e Nelson Sirotsky.

Matéria atualizada no dia 14/08/15 para corrigir informações sobre o torneio de Roland Garros 2000.

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