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1. David Bernardo, HIPXiK
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Depois de passar 11 anos saltando de país em país – foram oito destinos, incluindo Milão, Madri e Miami -, o português David Bernardo escolheu a América Latina para estabelecer seus negócios.
Junto com os sócios João Silva (português) e Elizabeth Potter (americana), criou o clube de compras HIPXiK, que oferece descontos exclusivos em roupas de grifes badaladas a seus clientes. A empreitada começou na Cidade do México. “Desembarcamos lá com 11 malas e sem lugar para ficar”, lembra.
Mas os empreendedores sempre estiveram de olho no mercado brasileiro – eles só decidiram dar os primeiros passos em terras mexicanas para fugir dos altos custos e das burocracias de abrir um negócio no Brasil. “O México tinha menos concorrência, estava em um estagio de desenvolvimento anterior ao Brasil, o que nos permitiu ser pioneiros no mercado. Além disso, a base de custo é muito inferior, tanto que ainda mantemos parte do negócio lá”, justifica o português.
Apesar dos entraves, no ano passado o negócio finalmente chegou aqui. “Fechamos uma parceria com a Gol para integrar a nossa plataforma ao programa de milhas deles”, explica Bernardo. No próximo ano, a empresa planeja faturar 50 milhões de reais no mercado brasileiro. Segundo o empreendedor, muitos estrangeiros estão de olho no mercado local, mas é preciso cautela para se arriscar por aqui. “As dificuldades são muitas. O custo é alto e há muita burocracia. Além disso, é difícil manter mão de obra qualificada na empresa. Você investe para capacitar as pessoas e elas vão embora”, alerta.
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2. Estelle Rinaudo, Museworld
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A primeira vez que Estelle Rinaudo esteve no Brasil foi em 2004, para fazer um programa de intercâmbio de um ano na FGV. Após a experiência, ela voltou para a França e foi tocar outros projetos, entre eles uma volta ao mundo em um veleiro. E 2009, ela se uniu a duas outras empreendedoras para criar o Museworld, site educativo de diversão e jogos para meninas.
Ao visitar o país novamente neste ano, durante uma viagem a trabalho, ela encontrou aqui um território fértil para novos negócios. “Falei sobre o Museworld com algumas pessoas sem nenhuma pretensão e várias se interessaram pelo projeto de cara”, conta a empreendedora.
A experiência foi o impulso inicial para internacionalizar o site, investindo em uma versão em português. “Nosso objetivo agora é captar investimentos no mercado brasileiro e expandir as operações a partir daqui”, conta ela.
Para financiar o projeto, o Museworld busca investimentos da ordem de 3,5 milhões de reais – as empreendedoras já investiram mais de 1 milhão de reais em recursos próprios e dinheiro captado junto a amigos e familiares. Por enquanto, Estelle divide seu tempo entre o Brasil e a França, mas seu plano é mudar definitivamente para cá até o final do ano.
O site já conta com 30 milhões de usuárias de diferentes geografias e a meta é chegar a 500 mil usuárias até o final do ano que vem. A ideia é faturar com publicidade, venda de bens virtuais e licenciamento de produtos associados à marca.
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3. Davis Smith e Kimball Spencer-Thomas, Baby.com.br
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Os primos americanos Davis Smith (esquerda) e Kimball Spencer-Thomas estavam avançando em seus estudos de MBA nos Estados Unidos ao mesmo tempo em que buscavam uma nova ideia de negócio para investir quando um brasileiro cruzou seus caminhos.
“Já tínhamos sido sócios em um negócio que deu certo e tínhamos uma planilha com mais de 60 ideias para a nova empreitada. Mas um dia eu fui tomar um café com um amigo brasileiro, cuja esposa estava grávida, e ele começou a falar das dificuldades de comprar coisas para bebês de maneira prática, centralizada e barata no Brasil e pintou a ideia de abrir a Baby.com.br”, lembra Smith.
Com a previsão de estrear até o final do ano, a loja virtual vai oferecer todos os itens que uma mãe busca, de fraldas e papinhas a roupas e brinquedos. “Eu sou pai. Sei o quanto é difícil nessa fase inicial ter que sair de casa e se afastar do bebê para ir atrás desses produtos”, relata Smith.
Os primos se mudaram com suas famílias para o Brasil e levantaram recursos de nomes de peso da indústria de capital de risco, como a Tiger Global (investidora da Netshoes e do Peixe Urbano) e a Monashees Capital.
Para atrair os primeiros consumidores, a loja oferecerá entrega grátis em algumas geografias e preços competitivos. “Sempre vamos ter os melhores preços e entregar os produtos em 24 horas”, assegura o empreendedor e CEO da empresa.
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4. Patrick Paulisch e Thomas Schindler, fotofeliz
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Empreendedor desde a era pré-bolha da internet, o alemão Patrick Paulisch (esquerda) escolheu o Brasil para abrir seu quinto negócio, com o sócio Thomas Schindler. Em 2002, eles tiveram a ideia de abrir um site de impressão de livros de fotos. Na época, o projeto foi engavetado porque já havia concorrência no mercado. Oito anos depois, eles enxergaram a oportunidade de trazer a ideia para algum dos países do BRIC.
“O Brasil foi a escolha natural. As pessoas são amigáveis e tempo é bom”, resume Paulisch. Apesar dos entraves burocráticos – a empresa levou mais de um ano para conseguir abrir as portas oficialmente –, a fotofeliz está iniciando oficialmente suas operações no país neste mês.
Por enquanto, as operações estão dividas entre Berlim e São Paulo – já são nove funcionários em tempo integral, além de outros recursos terceirizados–, mas os empreendedores desenvolveram sólidas parcerias locais para garantir o sucesso do negócio. O próximo passo é buscar investidores brasileiros interessados em colocar dinheiro no projeto.
A dupla aposta no potencial de crescimento do mercado para atrair recursos. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos, o mercado de fotolivros, posters e calendários personalizados movimenta mais de 5 bilhões de reais por ano, no Brasil foram confeccionados menos de 700 mil fotolivros em 2010. “O brasileiro adora tirar fotos de si mesmo e compartilhar nas redes sociais. Acreditamos que há uma enorme oportunidade aqui”, destaca Paulisch.
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5. Andrew de Andrade, Improvisu
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5/5 (Chris Marquardt)
Tecnicamente, Andrew de Andrade não é um estrangeiro – ele nasceu no Brasil. Mas seu forte sotaque americano entrega: ele passou a maior parte da vida nos Estados Unidos, para onde se mudou com apenas quatro anos de idade. Aos 20 e poucos anos de idade, decidiu voltar a sua terra natal para fazer um intercâmbio, que acabou amarrando seu destino ao país.
Depois de trabalhar em empresas nacionais, como o banco Itaú e a Locaweb, ele decidiu voltar a morar nos Estados Unidos, mas escolheu o Brasil para iniciar sua startup, a Improvisu. “Nossa proposta é criar uma solução que vai ajudar as pessoas a se encontrarem. Não há lugar melhor do que São Paulo, com seu trânsito caótico, para desenvolver essa ideia”, explica ele.
Como o produto ainda está em fase de testes fechados, o empreendedor não dá detalhes sobre o funcionamento da solução, mas adianta: “as pessoas com quem falamos aqui no Brasil acham que vai ser a solução dos seus problemas”.
A exemplo de outros empreendimentos citados nesta reportagem, a Improvisu tem dupla nacionalidade. A startup conta com sócios brasileiros que, junto com Andrade, estão desenvolvendo a ferramenta, mas deve buscar recursos para se financiar nos Estados Unidos. “Os investidores pedem uma fatia muito grande do negócio em troca de pouco dinheiro no Brasil. O custo do capital é muito alto”, justifica Andrade. Depois de testar o modelo aqui, a ideia é expandir o negócio globalmente.