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4 dicas para não enlouquecer em um negócio familiar

Família e negócios se misturam com frequência e é preciso saber administrar as relações


	Nervoso: muitas opiniões diferentes e nenhum acordo atrapalham a empresa
 (Dreamstime.com)

Nervoso: muitas opiniões diferentes e nenhum acordo atrapalham a empresa (Dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 06h00.

São Paulo – Quando um empreendedor pensa em abrir um negócio, mas não tem sócios, ele corre buscar algum familiar disposto a entrar na sociedade. O que parece ser mais seguro e confiável, no entanto, pode se transformar em um pesadelo. “Existe uma grande dificuldade em separar família de empresa”, diz Pedro Martins Parreira, diretor da Parcon Consultoria.

Fernando Massi, sócio-fundador da rede Ortodontic Center, conhece bem esta situação. Há quatro anos, ele e a esposa, Ana Lucia de Souza Massi, convivem juntos no comando do negócio e da casa. “Minha mulher e alguns parentes estão na rede como franqueados. As divergências de opinião acontecem a toda hora. Tem que separar trabalho e relacionamento, mas a gente acaba misturando”, diz Massi.

O empresário conta que muitas decisões importantes geram conflitos entre o casal. “A gente acaba se desentendendo nas reuniões e é difícil chegar a um acordo no mesmo dia”, diz. Para evitar arruinar a empresa, eles decidiram criar um conselho que ajuda em questões estratégicas do negócio. “A gente coloca tudo em votação com assessores e coachings de cada área. Isso faz uma grande diferença e a empresa deixa de ser tão familiar com o conhecimento especifico dessas pessoas”, afirma.

Para manter a sanidade, não arruinar as relações familiares e proteger o negócio, veja as dicas de quem entende do assunto para ter sucesso com uma empresa familiar.

1. Divida as tarefas

Assim como Fernando e Ana Lucia, marido e mulher costumam dividir a sociedade da empresa e a divergência de opiniões pode causar estragos no relacionamento. Para Joseane Gomes, diretora comercial da consultoria Ametista Gestão, é preciso que cada um tenha um departamento para cuidar. “É muito difícil estar na mesma área com o mesmo poder de decisão e ter sucesso. Opiniões pessoais são difíceis de mudar e ainda entra sentimento. É preciso fazer uma gestão separada dentro da empresa”, diz Joseane.

Parreira complementa que esta é também uma maneira de aproveitar o que cada um tem de melhor. “Um dos fatores mais importantes da gestão está na soma do capital intelectual da sua equipe interna”, explica.


2. Seja profissional

Empresas que mantêm uma gestão familiar por muitos anos acabam ficando com a cara do dono, em todos os aspectos. Por exemplo, se o proprietário não gosta de determinada tecnologia, ela não é usada, mesmo que isso represente um crescimento menor.

“Empresas assim carregam uma carga muito forte da formação dos seus donos. Valores morais, aspectos culturais, formação escolar e o modo de vida do dono são transferidos para o negócio”, explica Parreira. A sugestão é fazer um diagnóstico dos pontos fortes e fracos e ver onde a família interfere nos resultados do negócio.

3. Tenha paciência

Além da paixão dos empreendedores, essas empresas lidam com os sentimentos da família. “Quando mistura o familiar com o profissional, você tem muita opinião e os interesses são muito opostos. Isso é difícil de administrar”, opina Joseane. Nesta hora, é importante manter a calma e ser racional na hora de tomar as decisões do negócio.

4. Prepare um sucessor

O problema maior da gestão familiar é quando o fundador não preparou um sucessor adequadamente. “Eu acredito no chão de fábrica. Quando você vai preparar alguém para ser o sucessor, você tem que levar a pessoa para começar lá de baixo, na produção e atendendo clientes”, sugere Joseane.

Segundo ela, um dos maiores erros é colocar filhos em diretoria, sem que eles conheçam o negócio a fundo. “Os valores da empresa não são repassados”, conta. Por isso, respeitar a vontade dos herdeiros e se preparar para uma gestão nas mãos de alguém de fora da família é importante. “Se não tem cabeça aberta e acompanha o mercado, não tem sucessão, os filhos ficam frustrados e acabam saindo do negócio”, explica.

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