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3 lições do fundador da Wizard para ter sucesso

Conheça a trajetória de Carlos Martins, que transformou "aulinhas de inglês" em um negócio bilionário

Carlos Wizard, dono do Grupo Multi (Raul Junior / VOCE SA)
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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 05h12.

Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 10h49.

São Paulo - Carlos Martins começou a ensinar idiomas por acaso, durante um período em que morou nos Estados Unidos. “Me convidaram para dar aulas de português e eu aceitei”, lembra. Ao voltar para o Brasil, em 1986, começou a dar aulas particulares de inglês para os colegas de trabalho. A demanda cresceu tanto que ele decidiu largar o emprego de executivo e investir no ensino de línguas.

“A Wizard já nasceu para ser uma rede. Não queria passar a vida tocando uma escolinha de inglês”, conta. Nas mãos dos filhos do empreendedor, a companhia investiu em uma agressiva estratégia de consolidação e adquiriu mais de dez redes de ensino concorrentes, constituindo um grupo com faturamento superior a 2,3 bilhões de reais em 2010.

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1.Busque preparação e oportunidade

Adepto da máxima “o sucesso acontece quando a preparação encontra a oportunidade”, Martins acredita que a Wizard só deu certo devido ao encontro destes fatores. “Saí de Curitiba e fui estudar na universidade de Brigham Young, em Utah, e enquanto estava lá como estudante fui convidado para ser instrutor de português no centro de idiomas”, lembra.

“Quando voltei para o Brasil, fui fazer uma carreira de executivo. Tudo que eu pretendia na vida era passar dois três anos em uma empresa, ser transferido para uma nova função ou outra empresa, subir a escalada corporativa. Um belo dia um colega do serviço diz: vamos fazer inglês aqui na empresa, você não quer dar umas aulinhas à noite? Acho que meu lado empreendedor falou mais alto e aceitei. Começou com uma turma, duas, três, de repente minhas noites estavam todas tomadas. Portanto foi a minha experiência de ir para os Estados Unidos, a minha formação lá, no centro de idiomas, e a volta ao Brasil para fazer a trajetória de executivo que abriram as portas para o nascimento da Wizard. Consciente ou inconscientemente, eu estava me preparando. Então surgiu essa oportunidade e eu a abracei”, diz.


2.Sonhe alto

Mas como, partindo das “aulinhas de inglês”, Martins se transformou no dono de uma das maiores de redes de ensino de idiomas do mundo? Segundo o empreendedor, o segredo é começar com o objetivo final em mente. “Tive que tomar uma decisão: vou ficar com o emprego e continuar com as aulinhas? Esse foi o momento mais importante da minha trajetória. Pensei: não vou querer passar a minha vida profissional toda tocando uma escolinha de inglês. Já tinha passado sete anos no exterior e tido muito contato com o sistema de franchising, que na época ainda era muito incipiente no Brasil. Quando comecei a pensar na possibilidade de ter um negócio próprio, pensei: não vou abrir uma escolinha de inglês, vou abrir uma rede de escolas de inglês”.

3.Sonhe mais alto ainda

O projeto deu certo e, em 2002, a rede já contava com 900 unidades abertas em todo o Brasil, além de operações nos Estados Unidos.  Mas o futuro reservava planos ainda mais ambiciosos para a companhia. “Todo empreendedor tem um sonho. Quando ele realiza aquele sonho, descobre que tem outros ainda maiores para ser realizados. Quando eu criei a Wizard, tinha um sonho. Eu pensava: se algum dia tivermos uma unidade da escola presente em cada estado brasileiro, teremos feito um projeto vencedor”, lembra Martins.
Os planos mudaram quando os filhos gêmeos do empreendedor, Charles e Lincoln, retornaram de uma temporada de estudos no exterior naquele ano. “Eles chegaram com a seguinte linha de raciocínio: ‘pai, nosso negócio é maior do que você pode imaginar e nós temos condições de comprar empresas concorrentes, formar um grande grupo e um dia abrir capital dessa empresa’”, conta.

Martins resistiu à ideia a principio, mas os argumentos dos dois primogênitos foram mais fortes. “Eles me disseram: ´você tem uma escolha: ou assume esse papel de liderança no mercado ou algum grupo econômico estrangeiro vai vir para o Brasil, vai comprar a concorrência e nós vamos ficar em segundo plano´”, lembra o empreendedor. “Dei carta branca a eles para comprar uma rede pequena. Compraram a segunda, a terceira, e não param mais”, brinca.


No ano de 2003, a Wizard fez sua primeira aquisição, incorporando a Planet Idiomas. Nos anos seguintes, a rede arremataria outros sete concorrentes, incluindo grandes redes de idiomas, como Skill e Yázigi, e nomes fortes na área de cursos profissionalizantes, como SOS Educação Profissional, Microlins e Bit Company.

Assim nasceu o Grupo Multi, um conglomerado com mais de 3,5 mil escolas espalhadas no Brasil e exterior, que atendem mais de 1,4 milhão de alunos. No final do ano passado, a Kinea, braço de investimentos do Itaú, fechou a compra de participação minoritária do Grupo Multi por 200 milhões de reais.

Os planos para o futuro incluem a abertura de capital da bolsa. “Tudo seria impossível sem que tivéssemos tomado esses passos todos no passado”, avalia Martins.

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