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3 lições de Israel para as startups brasileiras

Apesar das constantes guerras e da ausência de recursos naturais, o país desenvolveu sua economia e está entre os que mais atraem venture capital no mundo

2 - Israel (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 17h48.

São Paulo - Com 62 anos de existência e vários deles em guerra, Israel é um caso exemplar de fomento ao empreendedorismo. Conhecido como a nação das startups, o país atrai duas vezes mais investimentos de capital de risco por habitante do que os Estados Unidos e três vezes mais que a Europa – cerca de 2 bilhões de dólares por ano –, segundo informações do The Economist. Além disso, conseguiu ser um dos países estrangeiros com mais empresas listadas na Nasdaq, a bolsa de valores americana para empresas de tecnologia, e o terceiro do mundo, perdendo apenas para Estados Unidos e China.

Co-autor do livro “Nação Empreendedora – o milagre econômico de Israel e o que ele nos ensina”, Saul Singer falou, na manhã desta segunda-feira, em evento em São Paulo, sobre o que acredita serem os diferenciais do país. Colunista do Jerusalem Post, Singer destacou como as pequenas empresas israelenses têm revolucionado o mercado tecnológico e as apostas do governo local em alta tecnologia. “Existem muitas lições sobre a natureza do empreendedorismo que podem ser aprendidas através da experiência israelense", disse.

1. Cultura e história 

O autor destaca a cultura e a história do país como os fatores de maior influência ao empreendedorismo em Israel. “Esses aspectos criaram o clima e as habilidades para o espírito de liderança. O papel da mãe judia é clássico, como estimuladora do espírito empreendedor em Israel”, ressaltou.

Em uma cultura em que o fracasso não é considerado vexame, outro fator cultural importante na visão de Singer é o serviço militar obrigatório. “Uma das razões do sucesso israelense repousa no papel educacional do exército. O jovem que faz o serviço militar chega à universidade com muito mais seriedade, maturidade e senso de responsabilidade”, avalia Singer.

Durante os três anos de trabalho, os jovens são estimulados a encontrar soluções criativas, o que muitos aproveitam na abertura de negócios. 


2. Educação

Em Israel podem ser encontrados centros de excelência, como a Universidade Hebraica de Israel, ou institutos de tecnologia, como o Tecnion.

“A grande contribuição da educação em Israel está na qualidade da universidade, não apenas nos últimos níveis, mas desde a base, na graduação. Essa combinação entre a influência do exército e a qualidade do ensino universitário explica também grande parte de nosso sucesso como nação.”

3. Imigração

Um fator surpreendente apontado Saul Singer é o papel da imigração como influência no crescimento da economia israelense. O autor avalia que as pessoas de outros locais são mais dispostas a correr riscos e isso contribui fortemente para o empreendedorismo.

Segundo ele, 9 dos 10 israelenses judeus de hoje são imigrantes ou descendentes de imigrantes da primeira ou segunda geração. “Este cenário é um grande incentivo para tentar a sorte e correr riscos”, avalia. A realidade de insatisfação com o estado das coisas também é visto como estímulo aos desenvolvimento de startups. 

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