São Paulo - Uma em cada quatro startups brasileiras morre antes de completar um ano de vida. A informação é de um estudo inédito feito pela Fundação Dom Cabral (FDC) e divulgado hoje.
Segundo a pesquisa Causas da Mortalidade de Startups Brasileiras, metade das empresas não passa dos quatro anos de operação. Foram ouvidos 221 fundadores de startups, sendo 130 de empresas em operação e 91 de companhias descontinuadas.
Os pesquisadores descobriram ainda que as chances de fracasso aumentam quando a startup tem muitos sócios.
A cada sócio que se dedica integralmente ao negócio, a chance de dar errado aumenta em 1,24 vez. "Muitas vezes, os interesses pessoais e profissionais dos sócios não convergem, resultando em problemas de relacionamento", diz, em nota, Carlos Arruda, responsável pela pesquisa e coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral.
Entre os fundadores com empresas operando, os fatores que mais contam na sobrevivência é a aceitação do produto pelo mercado, a sintonia entre os fundadores e a capacidade de se adaptar às mudanças do mercado.
A pesquisa ouviu também empreendedores de startups que não estão mais no mercado. Para eles, os fatores cruciais para o fim da operação foram a falta de dedicação integral dos sócios, o conflito entre interesses pessoais e profissionais dos fundadores e a falta de capital.
A quantidade de capital que a empresa dispõe antes de chegar ao mercado é um ponto alarmante. Foram avaliadas empresas com capital apenas para um mês de operação, de dois meses a um ano ou mais de um ano.
O pior cenário é aquele em que os empreendedores estão preparados para suportar de dois meses a um ano de capital de giro. O estudo mostrou que nestes casos a startutp tem 3,2 vezes mais chances de falir do que aquelas que só têm dinheiro para um único mês. A explicação, para Arruda, é simples. “Investir uma grande quantidade de recursos na startup antes de ela começar a faturar aumenta as chances de insucesso e indica que, para essas empresas, o melhor é ter foco na realidade do mercado”, diz.
A pesquisa mapeou ainda o quanto incubadoras e aceleradoras impactam na duração das startups. Quem conta com o apoio destas instituições tem 3,45 vezes menos chances de fracassar na comparação com startups que alugam salas comerciais.
Regionalmente, há um padrão de como as startups preferem se instalar. No Rio Grande do Sul e em Pernambuco, muitas escolhem ficar em incubadoras, aceleradoras e parques. Em São Paulo e no Paraná, elas preferem home-office, espaços de coworking ou escritório virtual. Já no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, a maioria fica instalada em escritório próprio ou sala alugada.
São Paulo – Um
app está deixando os taxistas enfurecidos. Criado em São Francisco, o Uber permite que praticamente qualquer pessoa com um carro possa oferecer o mesmo serviço que um taxi. Com mais de 1,5 bilhão de dólares de investimento, está causando polêmica em várias cidades, como Paris
(foto), Berlim e
São Paulo . Assim como o Uber, outras
startups usaram a polêmica como forma de publicidade. Com a ajuda da Abstartups, Fernando de la Riva, da Concrete Solutions, e Camila Farani, da Lab22 e do Mulheres Investidoras Anjo, selecionamos essa e outras histórias de startups que estão mexendo com o mercado no Brasil e no mundo.
2. Uber 2 /11(Divulgação/Uber)
Criado em 2009, em São Francisco, o Uber é um app que permite que veículos comuns atuem como taxis, conectando passageiros e motoristas através da plataforma. A startup recebeu mais de 1 bilhão de dólares em investimento de 33 investidores. Índia, Japão, Alemanha, Brasil, Inglaterra, Espanha e França são alguns países onde o app está disponível e também causando polêmica. Muitos dizem que o serviço é ilegal e desrespeita as regras locais de transporte. Até agora, a empresa não tem se mostrado abalada e tenta continuar as operações na maioria dos países.
3. AirBnb 3 /11(Divulgação)
O AirBnb foi fundado em 2008 e tem sede em São Francisco, nos Estados Unidos. É uma comunidade online onde as pessoas podem encontrar hospedagem em outras cidades. Já recebeu 749 milhões de dólares de investimento. O primeiro grande conflito da empresa foi com hotéis, que começaram a perder clientes que preferiam ficar em apartamentos. Além disso, existem problemas legais. Em Nova York, por exemplo, alugar apartamentos por menos de 10 dias é proibido. Há ainda uma questão tributária, já que hotéis recolhem taxas de turistas na maioria das cidades no mundo.
4. Lulu 4 /11(Reprodução)
Criado em Londres, em 2010, o app Lulu ficou famoso neste ano. Feito só para mulheres, o aplicativo permite compartilhar informações sobre homens, com base em relacionamentos. Com 3,5 milhões de dólares de investimento, o app criou polêmica ao permitir que os garotos fossem avaliados como objetos. No Brasil, perdeu força depois de alguns processos e mudou sua política, permitindo a avaliação apenas dos homens que se cadastrassem na plataforma.
5. Bang With Friends 5 /11(Divulgação)
Este app causou polêmica ao incentivar relações sexuais entre contatos do Facebook e chegou a ser retirado da loja da Apple. Depois de algum tempo e algumas modificações, voltou ao mercado com o nome de Down.
6. Zaznu 6 /11(Reprodução/Zaznu/Facebook)
O Zaznu é um app de carona, criado no Brasil. A plataforma conecta motoristas e passageiros. A polêmica está, principalmente, na questão da segurança, já que pode ser perigoso entrar no carro de um desconhecido. Além disso, assim como o Uber, também irritou os taxistas, que podem perder corridas.
7. Descola Aí 7 /11(Reprodução)
O site foi criado como uma plataforma para aluguel de produtos, mas migrou para trocas e vendas com uma pegada colaborativa. Segundo Camila, problemas com impostos fizeram a empresa escolher um novo caminho para continuar. Hoje, faz parcerias com marcas como Natura, explorando o lado sustentável do site. Os usuários encontram de celulares a serviços como aulas de dança no site.
8. Tinder 8 /11(Divulgação)
O Tinder surgiu como app de relacionamento, que ajudava a encontrar possíveis parceiros próximos. Além da polêmica moral, de que a plataforma colocava as pessoas em um cardápio para outras, o Tinder deu o que falar quando uma das fundadoras acusou os sócios de serem machistas e preconceituosos apenas por ela ser mulher.
9. Ashley Madison, Ohhtel e Second Love 9 /11(©AFP/Arquivo / Koca Sulejmanovic)
Essas três redes sociais foram criadas para facilitar a traição. Apesar de adultério não ser mais crime no Brasil, as startups têm de lidar com dilemas morais. O site Ohhtel, por exemplo, usou uma imagem do Cristo Redentor em uma publicidade e causou ira na Igreja.
10. ManServants 10 /11(Getty Images)
Segundo o site
Mashable, o que a startup faz parece piada, mas não. A ManServants “aluga” acompanhantes masculinos para pequenas tarefas ou passeios. Muitos consideram o site como uma forma de agenciamento para garotos de programa, mas os fundadores garantem que nada mais é do que “ter um homem para fazer o que você quiser”.
11. Agora, veja mais sobre startups 11 /11(Justin Sullivan/Getty Images)