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25% das startups brasileiras não sobrevivem a um ano

Quanto mais sócios a empresa tem, maiores são as chances de fracasso, segundo estudo da FDC

Gerentes gerais/ gerentes de expansão para startups (Getty Images)

Gerentes gerais/ gerentes de expansão para startups (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 13h13.

São Paulo - Uma em cada quatro startups brasileiras morre antes de completar um ano de vida. A informação é de um estudo inédito feito pela Fundação Dom Cabral (FDC) e divulgado hoje.

Segundo a pesquisa Causas da Mortalidade de Startups Brasileiras, metade das empresas não passa dos quatro anos de operação. Foram ouvidos 221 fundadores de startups, sendo 130 de empresas em operação e 91 de companhias descontinuadas.

Os pesquisadores descobriram ainda que as chances de fracasso aumentam quando a startup tem muitos sócios.

A cada sócio que se dedica integralmente ao negócio, a chance de dar errado aumenta em 1,24 vez. "Muitas vezes, os interesses pessoais e profissionais dos sócios não convergem, resultando em problemas de relacionamento", diz, em nota, Carlos Arruda, responsável pela pesquisa e coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral.

Entre os fundadores com empresas operando, os fatores que mais contam na sobrevivência é a aceitação do produto pelo mercado, a sintonia entre os fundadores e a capacidade de se adaptar às mudanças do mercado.

A pesquisa ouviu também empreendedores de startups que não estão mais no mercado. Para eles, os fatores cruciais para o fim da operação foram a falta de dedicação integral dos sócios, o conflito entre interesses pessoais e profissionais dos fundadores e a falta de capital.

A quantidade de capital que a empresa dispõe antes de chegar ao mercado é um ponto alarmante. Foram avaliadas empresas com capital apenas para um mês de operação, de dois meses a um ano ou mais de um ano.

O pior cenário é aquele em que os empreendedores estão preparados para suportar de dois meses a um ano de capital de giro. O estudo mostrou que nestes casos a startutp tem 3,2 vezes mais chances de falir do que aquelas que só têm dinheiro para um único mês. A explicação, para Arruda, é simples. “Investir uma grande quantidade de recursos na startup antes de ela começar a faturar aumenta as chances de insucesso e indica que, para essas empresas, o melhor é ter foco na realidade do mercado”, diz.

A pesquisa mapeou ainda o quanto incubadoras e aceleradoras impactam na duração das startups. Quem conta com o apoio destas instituições tem 3,45 vezes menos chances de fracassar na comparação com startups que alugam salas comerciais.

Regionalmente, há um padrão de como as startups preferem se instalar. No Rio Grande do Sul e em Pernambuco, muitas escolhem ficar em incubadoras, aceleradoras e parques. Em São Paulo e no Paraná, elas preferem home-office, espaços de coworking ou escritório virtual. Já no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, a maioria fica instalada em escritório próprio ou sala alugada.

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