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1. De empresa a produto
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1/11 (Reprodução)
São Paulo – Ao longo de seus 12 anos de vida, o Google adquiriu mais de 80 startups. E o gigante das buscas não foi o único a ir às compras. Só nos ultimos dois anos, a Microsoft incorporou mais de 15 empresas menores ao seu portfólio. A justificativa é simples: inovar é preciso. Comprar pequenas empresas com tecnologias promissoras em desenvolvimento é um atalho muito utilizado por grandes corporções para driblar a morosidade nos processos internos de inovação. Um exemplo claro disso é o Android. Tido por muitos como uma grande sacada do Google, o software é, na verdade, resultado de uma aquisição. Para se consolidar no mercado de celulares, a empresa de buscas comprou por um valor não revelado a startup Android, que já vinha trabalhando no sistema. Nesta mesma linha, vários outros produtos usados hoje surgiram como startups que, depois de terem sido compradas, passaram a compor o portfólio das grandes empresas. Confira outros exemplos nas próximas páginas.
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2. Android
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2/11 (Laihiu)
O Android foi criado em 2003, no Vale do Silício, por Andy Rubin, Rich Miner, Nick Sears e Chris White. A ideia era criar um sistema para celulares que fosse mais inteligente e pudesse entender as necessidades do usuário. Todos os empreendedores já eram experientes no mercado de startups quando fundaram a empresa e, dois anos depois, venderam o negócio ao Google. Rubin, Miner e White permaneceram trabalhando junto ao Google na época da compra. Hoje, mais de 500 mil dispositivos com o software são ativados todos os dias. No ano passado, David Lawee, executivo da gigante de buscas, afirmou que o Android foi o melhor negócio que a empresa já fez. O valor da negociação não foi revelado, mas estima-se que tenha sido por volta de US$ 50 milhões.
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3. Blogger
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3/11 (Creative Commons)
Evan Williams e Meg Hourihan criaram a Pyra Labs e cunharam pela primeira vez a palavra blog. A empresa é responsável pelo surgimento do Blogger, criado em 1999. No começo, o modelo era totalmente gratuito e não tinha nem mesmo fonte de receita. Em 2003, o Google fez a oferta para comprar a ferramenta e manteve os fundadores em seu quadro de funcionários. O valor desta negociação também não foi revelado, mas, nos anos seguintes, vários outras startups foram adquiridas para complementar o serviço de blog. Williams deixou a empresa para se dedicar a um novo projeto, que culminou no que conhecemos hoje como Twitter.
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4. Feedburner
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4/11 (Divulgação)
O Feedburner foi criado em 2004, por Dick Costolo (atual CEO do Twitter), Eric Lunt, Steve Olechowski e Matt Shobe. A ferramenta funciona como um gerenciador de páginas da web que ajuda o usuário a separar e guardar assuntos do seu interesse. A empresa já havia recebido US$ 8 milhões em investimentos quando recebeu uma proposta de compra do Google. A aquisição aconteceu em junho de 2007 e especula-se que envolveu a quantia de US$ 100 milhões. Nas mãos do Google, algumas opções mais elaboradas passaram a ser oferecidas de graça ao público.
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5. Flickr
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5/11 (Poolie)
Foi uma startup canadense, a Ludicorp, que criou o Flickr, em 2004. A ferramenta serviria, originalmente, para complementar um game online que também havia sido criado pela empresa. Aos poucos, o Flickr foi ficando mais parecido com o que é hoje - um lugar para armazenar imagens - e despertou a atenção do Yahoo!. Em 2005, a empresa de buscas adquiriu tanto a Ludicorp quanto o Flickr por mais de US$ 35 milhões. Depois da compra, todo o conteúdo do site foi migrado dos servidores canadenses para os americanos. Com isso, o conteúdo passou a ser regulado pelas leis dos Estados Unidos. Para alguns, a grande sacada do Yahoo! em comprar o Flickr estava no fato de todas as imagens conterem tags, o que permitia que elas fossem facilmente buscadas.
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6. MySpace
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6/11 (Jerod Harris/Getty Images)
A rede social de música foi criada em 10 dias por ex-funcionários da eUniverse, idealizadora do Friendster. Na época, o CEO da eUniverse apoiou a iniciativa e aproveitou os usuários da Frindester para dar fôlego ao novo projeto. Em 2005, dois anos depois de fundada, a empresa foi comprada por US$ 580 milhões pela News Corporation, de Rupert Murdoch. A compra, a princípio, parecia um excelente investimento. Em 2006, com 100 milhões de contas cadastradas, a rede era líder do seu seguimento, posto que manteve por mais dois anos. Em 2008, o MySpace estava avaliado em nada menos que US$ 12 bilhões. Tudo ia muito bem até um certo Mark Zuckerberg entrar em cena e arrebatar a audiência com seu Facebook. Na última semana, a americana News Corporation desistiu de tentar reviver o site e o vendeu à Specific Media em uma operação avaliada em míseros US$ 35 milhões, um pequena fração do preço que pagou pela ferramenta.
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7. Mac OS X
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7/11 (Getty Images)
Por mais curioso que pareça, em 1997, uma startup de Steve Jobs foi comprada pela Apple. Depois de ser "demitido" da empresa que ajudou a fundar, Jobs criou, em 1985, a NeXT, que produzia computadores em Redwood City, na Califórnia. O que realmente chamou atenção do mercado foi o sistema operacional embarcado nos computadores vendidos pela startup. Em 1997, a Apple pagou mais de US$ 420 milhões em troca da NeXT. Boa parte do que é hoje o sistema operacional OS X veio da tecnologia da startup. Quase todo o dinheiro foi para os investidores da empresa e Jobs levou sua parte em ações. De quebra, o negócio responsável também por trazer Jobs de volta à Apple.
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8. Picasa
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8/11 (Reprodução)
O programa organizador de fotografias Picasa surgiu dentro de uma incubadora de empresas na Califórnia. A Idealab cria, apoia e investe em empresas desde 1996. O Picasa foi criado em 2002 e o principal objetivo era permitir que os usuários compartilhassem e armazenassem fotos. Em julho de 2004, o Google anunciou a aquisição da startup e passou a oferecer o download gratuito do aplicativo. O valor da transação não foi divulgado. A compra do Picasa foi uma estratégia do Google, à época, para fazer frente ao Yahoo! e o MSN.com, que estavam acrescentando serviços de imagens às suas páginas.
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9. PowerPoint
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9/11 (Getty Images)
Apesar de hoje ter lugar cativo no pacote Office, o Power Point nem sempre fez parte desta seleção. O programa veio da Forethought, uma startup criada em 1983. A versão original, criada por Dennis Austin e Thomas Rudkin, foi pensada para os computadores da Apple e chamava-se Presenter. Com problemas para registrar a marca, os fundadores trocaram o nome para PowerPoint. Em pouco tempo, o programa se tornou um sucesso e chamou atenção dos concorrentes. Em 1987, a Microsoft comprou a Forethought e o PowerPoint por US$ 14 milhões. A primeira versão do programa compatível com o sistema operacional de Bill Gates chegou ao mercado apenas em 1990. O PowerPoint passou então a fazer parte do pacote de produtividade da Microsoft. Atualmente, a empresa de Bill Gates vende uma cópia do conjunto de aplicativos a cada segundo.
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10. Skype
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10/11 (AFP)
Fundado por três empreendedores, o Skype foi liberado para o público pela primeira vez em 2003. Dois anos depois, o eBay adquiriu a startup por mais de US$ 2,5 bilhões e, no ano seguinte, já havia 100 milhões de pessoas usando a ferramenta para se comunicar. Em pouco tempo, a relação entre os executivos das duas empresas foi se esgotando e o eBay chegou a diminuir o valor do Skype. Em maio deste ano, a Microsoft adquiriu a ferramenta por US$ 8,5 bilhões. Foi a maior aquisição já feita pela empresa de Bill Gates. A dúvida geral, agora, é o que pode acontecer com o Skype nas mãos da Microsoft.
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11. YouTube
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11/11 (Reprodução/YouTube)
Mais uma aquisição do Google - sim, o gigante das buscas é craque em arrematar negócios promissores -, o Youtube foi criado por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim, três antigos funcionários do PayPal, em 2005. A real situação que deu origem à empresa é um mistério. Hurley e Chen garantem que a ideia surgiu depois de uma festa, quando os dois tiveram dificuldade de compartilhar imagens em vídeo. Hurley não estava na festa e nega essa versão. O fato é que o site foi comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhão, em 2006. Antes, havia recebido US$ 11,5 milhões em investimento da Sequoia Capital. Quando o gigante de buscas anunciou a compra, muitos especialistas classificaram como uma jogada de risco, já que o YouTube tinha diversos problemas com direito autorais. Em uma negociação bem estruturada, o Google conseguiu reverter esse risco e fatura hoje mais de US$ 1 bilhão, com os mais de 35 horas de vídeo exibidas a cada minuto.