Zap+, da OLX, passa a alugar imóveis sem fiador nem seguro fiança
Ferramenta para imobiliárias também permite tour virtual e análise de dados na busca por inquilino; próximo alvo é mercado de compra e venda
Mariana Desidério
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 27 de outubro de 2021 às 09h47.
Maior ecossistema do mercado imobiliário do país, a plataforma de venda e aluguel de imóveis Zap+ está se mexendo para ficar ainda mais relevante. Criada após a aquisição do Grupo Zap pela OLX Brasil, a marca é responsável pelos sites ZAP, Viva Real e OLX Imóveis. Agora, acaba de lançar o Zapway+, ferramenta que permite alugar um imóvel sem fiador nem seguro fiança.
A solução é possível graças ao alcance do Zap+. Juntas, as marcas da plataforma têm 19,2 milhões de anúncios ativos, mais de 34 milhões de usuários por mês e mais de 45 mil profissionais de imóveis parceiros. Com isso, a companhia pode negociar condições mais vantajosas para o seguro, eliminando a necessidade de fiador nos contratos.
“Por conta da escala, temos uma oferta de garantia com custo muito baixo, o que deixa o processo de locação muito mais fácil. Com isso a gente muda o jogo, e esse é só o começo”, afirma Marcos Leite, diretor geral do Zap+.
Nos casos em que o inquilino ainda precisa pagar o seguro fiança, o Zap+ diz oferecer uma solução mais ágil e barata. “O seguro fiança é um produto burocrático e caro, demora dias para sair. Conseguimos fazer de forma que o seguro é liberado ou recusado somente com o CPF do inquilino”, diz Rafael Nader, vice-presidente responsável pelo Zapway+.
Mas a companhia tem negociado com as imobiliárias parceiras para que elas próprias banquem o seguro fiança, livrando o inquilino desse custo. O raciocínio é que, como as condições do contrato são mais vantajosas, fica mais fácil para a imobiliária absorver o seguro. Em troca, ela ganha mais clientes.
“Quando ela anuncia o imóvel sem fiador ou seguro fiança, isso aumenta o interesse, ela fecha mais contratos e ganha em volume”, afirma Nader. Das 44 imobiliárias que testaram o Zapway+ como piloto, 90% optaram por pagar pela proteção e garantias a fim de atrair mais clientes. “As imobiliárias já tinham uma tendência de assumir esse custo, mas sozinhas ficava mais difícil. Entramos como um parceiro para facilitar esse processo”, diz.
A ambição do Zap+ com a nova solução é grande. “Podemos ser maiores do que qualquer outro player no mercado de locação, por conta da escala que já temos”, diz Leite. Além de facilitar a garantia para o contrato de locação, o Zapway+ permite agendar visitas, fazer tour virtual, enviar proposta, fazer análise de perfil do inquilino e assinar o contrato, tudo de forma virtual.
Usando inteligência de dados, a ferramenta também consegue identificar clientes mais propensos a alugar um determinado imóvel, fazendo ofertas mais assertivas. Dados das imobiliárias que já testaram o serviço mostram que os clientes que agendaram visita ao imóvel via Zapway+ tiveram taxa de conversão cinco vezes maior do que os que não usaram a tecnologia. Os imóveis anunciados via Zapway+ tiveram tempo de transação até o fechamento do negócio em média 35% menor, se comparados aos anúncios tradicionais.
Para o futuro, a empresa já prepara uma solução para ampliar sua atuação também no mercado de compra e venda de imóveis, com soluções para facilitar a transação. Um dos focos será facilitar o acesso ao financiamento imobiliário. Tanto no caso do aluguel quanto no caso da venda, o objetivo do Zap+ é atuar em parceria com as imobiliárias que usam suas plataformas.
O Zapway+ surge um ano após a OLX Brasil comprar o Grupo Zap, por 2,9 bilhões de reais. Um dos objetivos anunciados na época da transação foi justamente tornar a empresa mais relevante para imobiliárias e incorporadoras.Hoje o Zap+ já oferece uma solução para que os clientes postem seus anúncios em todas as plataformas do grupo ao mesmo tempo, permitindo uma gestão única dos clientes interessados no imóvel.
Com o Zapway+, a empresa dá um passo importante em um mercado cada vez mais mais digital e competitivo. O país já conta com 839 startups ativas dedicadas ao setor de imóveis, segundo levantamento da Terracotta Ventures, uma empresa de venture capital que investe no segmento. São as proptechs ou construtechs, com atuação concentrada em três áreas: as propriedades já em uso, a jornada para a aquisição do imóvel e o ambiente de obras.
É um crescimento acelerado que reflete o tamanho do mercado e seu potencial: o número de startups no setor aumentou 235% em quatro anos, quando o levantamento foi realizado pela primeira vez. Um dos principais objetivos é fazer o brasileiro trocar mais vezes de casa, destravando barreiras que hoje impedem que isso aconteça com recorrência, como o acesso a financiamento imobiliário, o custo de transação e a complexidade para realizar a compra e a venda. O assunto foi tema de reportagem de capa da EXAME em agosto.
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