Negócios

YouTube reduz qualidade do streaming na Europa para dar conta de acessos

Com o continente em isolamento, a própria União Europeia solicitou a adaptação, temendo pane nos servidores caso o fluxo de acessos tenha picos muito altos

YouTube: antes da plataforma de vídeos do Google, a Netflix também decidiu diminuir a resolução das imagens na Europa (Omar Marques/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

YouTube: antes da plataforma de vídeos do Google, a Netflix também decidiu diminuir a resolução das imagens na Europa (Omar Marques/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 20 de março de 2020 às 09h27.

Última atualização em 20 de março de 2020 às 09h36.

O Google anunciou nesta sexta-feira, 20, que vai reduzir a qualidade do streaming nos vídeos do YouTube na Europa. O motivo, diz a empresa, é evitar uma pane geral nos servidores em meio a um potencial de alta dos acessos gerada pelo coronavírus, que fez boa parte da população europeia precisar se isolar em casa.

Até agora, a medida é somente preventiva. O Google afirmou que houve apenas um pequeno pico de acessos por causa do isolamento europeu, o que não afeta os servidores. Mas a empresa resolveu implementar a medida após um pedido do chefe do segmento indústria da União Europeia, Thierry Breton, preocupado com uma eventual pane nos servidores de internet.

Segundo a agência Reuters, Breton conversou diretamente com o presidente da Alphabet (holding que controla Google e YouTube, Sundar Pichai) e o presidente do YouTube, Susan Wojcicki.

Antes do YouTube, a plataforma de streaming Netflix já havia atendido ao pedido de Breton e anunciado redução na qualidade de seus vídeos.

Além do lazer, o YouTube também pode ser usada para vídeos corporativos e transmissões ao vivo, ferramentas às quais empresas e pessoas físicas vêm recorrendo. Com parte das operações físicas de empresas paradas, as companhias vêm adotando também aplicativos de teleconferência e redes sociais para manter contato com os clientes e colaboradores. A preocupação de Breton na UE é prevenir para manter tudo funcionando e não prejudicar o que vem sendo a maior experiência de trabalho remoto do mundo.

Algumas até usam essas ferramentas como parte do modelo de negócio em tempos de coronavírus. No Brasil, exemplos são as redes de academias SmartFit e o marketplace de planos de ginástica Gympass, que estão disponiblizando conteúdos online para os usuários se exercitarem em casa.

Os servidores de internet nunca foram tão demandados. Na semana passada, o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, também falou sobre a preocupação com o pico de acessos“No momento, este [o coronavírus] ainda não é um grande surto na maioria dos países do mundo. Mas se chegar lá, precisamos realmente garantir que estamos no topo disso, do ponto de vista da infraestrutura, para garantir que as coisas não derreterão”, disse Zuckerberg. 

Aula online da SmartFit filmada para YouTube e redes sociais: adaptação em meio ao coronavírus (Rahel Patrasso)

Redes sociais e plataformas de vídeo, como YouTube, Facebook e Netflix, além de ferramentas de teleconferência, como a Zoom, estão entre as poucas empresas que podem se beneficiar da crise do coronavírus.

Relatório do banco UBS aponta que o entretenimento online ganhou especial importância durante o pico da pandemia na China. Cerca de 40% dos chineses gastou mais tempo em plataformas de vídeo e aplicativos de vídeos curtos (como o chinês TikTok). Outros 37% usaram mais plataformas de notícias digitais, 34% usou mais redes sociais e 26% acessaram mais plataformas de música online.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusGoogleNetflixStreamingYouTube

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões