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Volvo investirá R$ 1 bilhão na AL, a maior parte no Brasil

Investimentos da Volvo devem ser diluídos ao longo dos próximos três anos, de 2017 a 2019, e se concentrar principalmente no Brasil

Volvo: montadora mantém uma fábrica de caminhões e ônibus em Curitiba (Divulgação/Divulgação)

Volvo: montadora mantém uma fábrica de caminhões e ônibus em Curitiba (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 14h50.

Última atualização em 6 de julho de 2018 às 11h50.

São Paulo - Uma das poucas montadoras instaladas no Brasil que conseguiram elevar a produção em 2016, a Volvo pretende investir R$ 1 bilhão na América Latina entre 2017 e 2019, informou nesta terça-feira, 14, o presidente do grupo para a região, Wilson Lirmann.

Segundo ele, "mais de 90%" dos investimentos serão concentrados no Brasil, onde a montadora mantém uma fábrica de caminhões e ônibus, localizada em Curitiba.

Lirmann, que está no cargo desde julho do ano passado, explicou que a confiança com os próximos anos se deve principalmente a "sinais consistentes de retomada da economia", destacando que a inflação caminha para terminar o ano abaixo do centro da meta do Banco Central (BC), de 4,5%, e que há uma tendência de redução das taxas de juros. "São custos menores para a tomada do crédito", afirmou.

O executivo disse ainda que o agronegócio, que deve ter uma safra recorde em 2017, terá papel fundamental na retomada das vendas de caminhões pesados, segmento no qual a Volvo é líder no Brasil.

Com isso, a montadora espera que, na pior das hipóteses, o mercado total de caminhões pesados e semipesados, onde a montadora atua, fique estável neste ano e, na melhor das hipóteses, cresça até 10% em relação ao volume do ano passado, quando foram vendidas 29,6 mil unidades.

Embora tenha mostrado confiança com o avanço da economia, Lirmann disse que ainda há "muitas incertezas" em relação ao futuro do Brasil, o que explica o fato de a empresa trabalhar com um cenário que vai de estabilidade do mercado de caminhões pesados e semipesados até crescimento de 10%.

Mesmo admitindo a incerteza, ele afirmou que espera que "o primeiro trimestre continue difícil, com o primeiro semestre sem grandes alterações e um crescimento a partir do segundo semestre".

Os investimentos previstos para os próximos três anos no Brasil serão destinados ao desenvolvimento de produtos e à modernização do parque fabril.

Fora da filial brasileira, os aportes devem dobrar o número de concessionárias da marca no Chile, de 7 para 13.

No mercado chileno de caminhões pesados e semipesados, que vendeu 6,3 mil unidades no ano passado, a Volvo tem 11,5% de participação de mercado e ocupa a terceira posição.

Segundo Lirmann, o aumento do número de lojas no Chile deve resultar em alta nas exportações de veículos produzidos no Brasil, único país da região onde a montadora mantém fábrica.

O executivo evitou estimar qual será o tamanho do impacto na produção brasileira, mas disse que essa maior presença no mercado chileno faz parte de uma estratégia da montadora para elevar as exportações que veículos que saem do Brasil.

A estratégia de aumentar as vendas para o exterior, que tem sido adotada por quase todas as montadoras para compensar a queda do mercado interno, ajudou a Volvo a elevar a produção em 2016.

O número de unidades produzidas em Curitiba, entre caminhões e ônibus, cresceu 6% no ano passado, impulsionada por uma alta de 20% nas exportações.

As vendas internas, por sua vez, tiveram retração de 32%. Com isso, a fatia do mercado externo em relação à produção saltou de 39% para 45%. Considerando apenas caminhões, subiu de 29% para 42%.

Mesmo com o aumento da produção e das exportações no Brasil, o faturamento da Volvo na América Latina teve queda de 12,7%, de R$ 5,5 bilhões em 2015 para R$ 4,8 bilhões em 2016, ainda como reflexo da crise econômica que afetou fortemente o mercado brasileiro de veículos, que no ano passado teve uma queda de 20,2% em todos os segmentos.

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