Volkswagen Golf, um dos carros mais vendidos do mundo, deixa o Brasil
Após 27 anos no mercado brasileiro, o hatch médio parou de ser comercializado, sem previsão de retorno
Juliana Estigarribia
Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 14h11.
Última atualização em 17 de dezembro de 2020 às 14h13.
Um ícone do mercado automotivo e um dos 10 carros mais vendidos do mundo pode deixar de vez o Brasil. O Golf, da Volkswagen, já havia parado de ser produzido na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, no início deste ano. O modelo saiu do catálogo da marca e a montadora não comenta sobre previsão de retorno.
O Golf é um hatch esportivo que carrega uma legião de fãs. É um modelo conhecido pelo seu alto desempenho e historicamente foi o grande "laboratório" da marca para inovações, desde o motor turbo até a versão híbrida.
O hatch alemão é não só um dos líderes da Europa, mas um dos 10 carros mais vendidos do mundo, título sustentado há muitos anos pela montadora.
No Brasil, entretanto, sempre beirou o nicho. Por muito tempo o modelo foi importado, o que encarecia seu preço final. Há alguns anos, passou a ser produzido no Paraná, inclusive na versão GTI (topo de linha).
Ainda em dezembro do ano passado, foi lançado o Golf GTE, um híbrido plug-in importado da Alemanha, o primeiro modelo na estratégia de eletrificação da Volkswagen no Brasil. No entanto, no mês passado a montadora fechou uma parceria com a Unidas para locação exclusiva nas lojas de Brasília (DF), Curitiba (PR) e São Paulo (SP), além da modalidade de carro por assinatura da locadora. Ou seja, o modelo não será comercializado no varejo.
Em comunicado, a montadora lembra que a fábrica de São José dos Pinhais recebeu um grande investimento para a produção do T-Cross, o primeiro SUV compacto da marca no país. "Dentro da ofensiva de SUVs, a empresa oferece hoje a mais ampla gama do mercado, com Nivus, T-Cross e Tiguan Allspace. Em 2021, a família SUV ficará completa com a chegada do Taos."
O foco majoritário da marca em SUVs é algo que Pablo Di Si, presidente da montadora, vem falando há algum tempo. Em conversa com jornalistas na semana passada, o executivo pontuou que o segmento pode chegar a 35% das vendas totais no país.
Neste cenário, modelos compactos de entrada continuarão representando o maior volume de vendas do mercado, assim como os sedãs. SUVs devem crescer também, deixando pouco espaço para modelos de outros segmentos.
Carros de nicho dependem majoritariamente da estratégia de cada marca. Segundo apurou EXAME com analistas, se importado, o Golf poderia ter uma barreira ainda maior de preço. Para os fãs do modelo, resta a dúvida se ele voltará ao mercado brasileiro.