Negócios

Via Varejo eleva lucro no 4º tri, mas ações caem em dia ruim

IBGE divulgou que as vendas do varejo brasileiro avançaram 4,3 por cento em 2013, na pior expansão em 10 anos


	Grupo Pão de Açúcar: companhia vê continuidade no plano de melhoria de resultados em 2014 apesar de um cenário menos animador para o setor
 (Wikicommons)

Grupo Pão de Açúcar: companhia vê continuidade no plano de melhoria de resultados em 2014 apesar de um cenário menos animador para o setor (Wikicommons)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 13h02.

São Paulo - A Via Varejo, divisão de móveis e eletrodomésticos do Grupo Pão de Açúcar, mostrou avanço do lucro no quarto trimestre, mas suas ações caíam nesta quinta-feira em um dia de baixa generalizada na bolsa, agravada por números ruins do setor.

Mais cedo, o IBGE divulgou que as vendas do varejo brasileiro avançaram 4,3 por cento em 2013, na pior expansão em 10 anos.

Mesmo com o lançamento do programa do governo de subsídio à compra de móveis e eletrodomésticos Minha Casa Melhor, em junho, o segmento de móveis e eletrodomésticos viu o crescimento das vendas desacelerar para 5 por cento em 2013, ante 12,3 por cento no ano anterior.

Às 13h24, as units da Via Varejo recuavam 0,89 por cento, a 24,48 reais, com as ações do GPA caindo 0,63 por cento. O Ibovespa, índice do qual a Via Varejo não faz parte, caía 1,73 por cento no mesmo momento.

Em teleconferência com analistas, o diretor-presidente da Via Varejo, Francisco Valim, afirmou que a companhia vê continuidade no plano de melhoria de resultados em 2014 apesar de um cenário menos animador para o setor.

"Achamos que nossas vantagens competitivas são muito relevantes e continuamos trabalhando nesse processo ... Acreditamos que, apesar de esse ano ter um pouco mais de incerteza, vamos atingir com sucesso crescimento de vendas", afirmou.

A equipe de analistas do Bank of America Merrill Lynch reforçou que a Via Varejo é sua principal aposta no setor na América Latina, afirmando enxergar espaço para oportunidades em termos de custos e eficiência.

"Nós vemos a Via Varejo com taxas de crescimento de um dígito alto no começo de 2014 ... apesar de perspectivas duras para o consumo", disse relatório do BofA assinado pelo analista Robert Aguilar. "Maior execução fiscal e um cenário macro desafiador devem acelerar a consolidação da indústria, e vemos a Via Varejo se beneficiando." Para o Citi, os "sólidos resultados ajustados" da companhia são notícias positivas para o GPA. "Ganhos de eficiência foram refletidos em estabilidade operacional e aumento dos lucros", escreveu a equipe da analista Renata Coutinho em relatório.


Valim acrescentou que o Minha Casa Melhor não apresentou impacto significativo para a companhia, e que ele vê preços de imóveis estáveis ou com tendência marginalmente de baixa no ano, o que abre uma oportunidade adicional para o plano de expansão de lojas da empresa.

A Via Varejo encerrou 2013 com 41 novas lojas, contabilizando 999 no total. Em janeiro, a companhia abriu outros seis pontos que estavam em construção. Em apresentação a investidores, a companhia havia indicado a intenção de abrir 210 novas lojas entre 2014 e 2016.

Resultados

Na madrugada desta quinta-feira, a companhia divulgou lucro líquido de 769 milhões de reais para o quarto trimestre de 2013, mais que três vezes o resultado positivo de um ano antes, impulsionado por melhoras operacionais e ganhos não recorrentes.

Em outubro, o Grupo Pão de Açúcar havia anunciado a compra de mais 6,2 por cento da operação de comércio eletrônico Nova Pontocom, que reúne os sites do Ponto Frio, Extra e Casas Bahia, passando a deter o controle da divisão.

A transação teve implicações práticas para o balanço da Via Varejo: além de passar a contabilizar sua fatia de 43,9 por cento na Nova Pontocom como equivalência patrimonial, a empresa embolsou 71 milhões de reais com a venda, além de um ganho de 543 milhões de reais decorrente da reavaliação de ativos.

Também seguindo normas contábeis, a Via Varejo reconheceu um ganho de 157 milhões de reais com a compra da empresa de móveis Bartira, em outubro.

Em termos ajustados, o lucro líquido da companhia no último trimestre foi de 264 milhões de reais, alta de 22,9 por cento na comparação anual, na esteira de ganhos de eficiência que compensaram a redução de 1,6 ponto percentual na margem bruta, diante da prática de preços mais agressivos no período.


O diretor financeiro da empresa, Vitor Fagá, comentou que a companhia enxerga tendência de manutenção dos patamares de margem bruta em 2014 e que o cenário é positivo para redução da inadimplência, após melhorias observadas do terceiro para o quarto trimestre.

Segundo Fagá, a companhia tem buscado renegociar spreads com bancos diante da alta dos juros básicos, reconhecendo haver pressão para aumento nas taxas de descontos de recebíveis, em termos absolutos.

No quarto trimestre, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Via Varejo subiu 10,1 por cento, para 576 milhões de reais. A margem recuou de 9,4 para 9,2 por cento.

A companhia teve receita líquida de 6,23 bilhões de reais nos últimos três meses de 2013, um crescimento anual de 11,7 por cento.

Acompanhe tudo sobre:BalançosComércioEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas francesasLucroPão de AçúcarSupermercadosVarejoVia Varejo

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia